A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sexta-feira, 25 de abril de 2008

Abril em Portugal


É Primavera, de novo em Portugal, estação de mudanças.

É Abril, de novo em Portugal.

Foi tempo de mudança há 34 anos atrás.

Recordamos com saudade «E Depois do Adeus» e «Grândola Vila Morena», interpretadas por Paulo de Carvalho e por José Afonso, respectivamente e em jeito de “slow motion” colocamos no DVD “Capitães de Abril”, de Maria de Medeiros e a nossa memória colectiva é de novo assaltada pelas imagens da progressão dos tanques, numa longínqua noite de 24 para 25, em Abril, de 1974 (já lá vai mais de um quarto de século), da sua progressão, do evoluir da situação desde o Terreiro do Paço, até ao cerco do Quartel do Carmo.


A revolução dos cravos, a revolução das flores, uma das mais belas do século XX e onde o sangue praticamente não correu.

Recordamos de novo Salgueiro Maia, um Homem com H bem grande, o capitão de Abril, o Homem que fez a revolução e por todos foi injustamente esquecido.

O Homem que libertou Portugal do jugo da ditadura, do esquecimento, do marasmo e que ajudou o país a colocar termo a uma guerra injusta.

Eram tempos de chumbo e em África, Portugal travou 13 anos de guerra, numa das mais longas guerras do século XX, em diversos teatros de guerra, numa frente com milhares de quilómetros, com milhares de baixas, feridos e estropiados.

O país debateu-se contra tudo e contra todos, até sermos vencidos pelos ventos da História.

O dia 25 de Abril de 1974 marcará para sempre a História de Portugal.

Em poucas horas, um golpe militar pôs fim ao regime ditatorial que durante 48 anos dominara o país.

Um golpe que a euforia popular depressa transformou na Revolução dos Cravos. Tendo as flores tomado de assalto os tapa chamas das espingardas automáticas do exército português.

Foi a última revolução romântica do velho continente.

Os mortos desta revolução são às mãos da toda e omnipotente Policia Política do regime de então, a PIDE/DGS – 4 mortos e dezenas de feridos. Só às 09:30 horas do dia 26 de Abril de 1974, se obterá a rendição da António Maria Cardoso.

A revolução de Abril e a consequente descolonização pecaram por tardias.

Tardámos em acordar e em reagir…

A descolonização deveria ter sido efectuada em 1961, seria então a altura certa para negociar, sem mortos, sem sangue, sem guerra e sem feridas por sarar, que o tempo demora em apagar.

Haveria em África então lugar para todos e em paz. Salazar foi um homem de vistas curtas, que foi ultrapassado pelos ventos da Modernidade.

E ainda hoje pagamos por isso, o atraso do país, a falta de aposta na educação, na modernização e na sua industrialização.

Abril chegou tarde para um país que estava adormecido e tardou em acordar.

Os ideais de uma revolução, que posteriormente foram traídos por aqueles que de socialistas tem muito pouco e que de socialismo nada vêem, quando negam os cuidados essenciais de saúde e de educação, ao interior do país, quando era suposto estes serem para todos.

Recordam-se do lema do MFA «A Paz, a Habitação, o Pão, a Saúde e a Educação»?

Pois bem, estes ideais da revolução dos cravos foram traídos por aqueles em quem o povo duplamente confiou!

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