A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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domingo, 3 de fevereiro de 2008

Regicídio

44 comentários:

Anónimo disse...

Poderia então por favor definir o que é a "Ética Monárquica"?

Da parte que me toca, parece-me ser a ideia de que há seres humanos de primeira e de segunda, teno em conta o modo paternalista e arrogante como tenho sempre sido tratada pelos "brazonados".

A ideia de que há seres humanos que têm mais direito de crescer como tal e serem ouvidos do que os outros.

A ideia de que a família de onde se vem tem mais importância do que o mérito pessoal.

Na minha muito sincera opinião, tem sido a putrefacção dessa "Ética Monárquica" e aristocrática que tem contribuido para que a esfera pública em Portugal seja o que é.

Na nosa mísera industrialização e ainda mais mísero desenvolvimento capitalista á sombra do Estado, foi a fraca burguesia emergente que adoptou os valores de uma aristocracia parasitária, e não o oposto, tal como aconteceu (desculpem-se se neste caso dou uma certa razão ao Jorge Baptista) na Holanda, Reino Unido e países Escandinavos.

Anónimo disse...

"If there is no struggle there is no progress. Those who profess to favor freedom and yet depreciate agitation, are men who want crops without plowing up the ground, they want rain without thunder and lightening. They want the ocean without the awful roar of its many waters."

Frederick Douglass

Anónimo disse...

Como toda a gente sabe, nunca nenhum Rei mandou matar alguém...

Klatuu o embuçado disse...

A tirada irónica é funcional, sarcástica em demasia - mas o que se passou foi mais grave!
Um País quebrado de ânimo que se acobardou na matança como bode expiatório para a impotência.

Ainda por cima, fazendo cair a ira sobre um Monarca que, em situação internacional muito difícil, ainda conseguiu preservar a maior parte do Império, mérito do respeito que lhe votavam os seus pares europeus e da sua habilidade diplomática.

Claro, podemos ficar aqui num duelo Monarquia versus República até ao fim dos tempos, e repetir todos os argumentos, idiotas e menos idiotas, que toda a gente já repetiu por todo o lado.

Mas isto é certo. Um século de república não tirou Portugal do atraso clivado em relação à Europa, quase meio século do qual entregue à pior forma de republicanismo! Até Salazar a república também foi só trampa sobre trampa e 34 anos depois da restauração da Democracia vivemos um dos piores momentos do País. Nada se fez, ou quase nada.

Forjou-se sucessivas gerações de idiotas consumistas com uma cultura de telemóvel e pokemon, cujos papás e mamãs se acham muito in, porque ainda fumam um charrito a ouvir Sérgio Godinho e começaram a descobrir as alegrias do swing e das webcam.

Viva a Monarquia!

Klatuu o embuçado disse...

*Ashen Like Love & Black Like The Snow*


You are ashen like love; you are black like the snow
You are drunken like God, making angels in snow
You are Mary confined, you are roses entwined
I am Jesus uncrowned, with the thorns of our time
My crusade is for peace, in this body of siege
You are black like the snow, in confinement betrothed
We are werewolves entwined, in the bondage of time
Inquisitioned by them, who estrange and condemn

You are ashen like love; you are black like the snow
Are you drunken like me, making angels in snow?
We are white like delight; you are black like the sun
We are Lucifer's light; you're my gospel unsung
Of enlightenment we rise, to the stars in the sky
They are madness besieged; by the light they can't reach
We are legion who charge, through the veils of the dark
To advance in dismay, and ascend to decay

You are ashen like love; you are black like the snow
You are drunken like me, making angels in snow
I am Jesus uncrowned, with the thorns of our time
My crusade is for peace, in this body of siege
Of enlightenment we rise, to the stars in the sky
They are madness besieged, by the light they can't breach
Inquisitoned by them, who estrange and condemn
They are purple like god; we are crimson like blood


Ordo Rosarius Equilibrio
Make Love, And War / The Wedlock of Roses (2000)

Klatuu o embuçado disse...

Sérgio Godinho.

Anónimo disse...

Nunca nenhum rei mandou matar alguém?????????????

Quem é que assinava as sentenças de morte por essa Europa fora, mesmo em monarquias constitucionais?

Então e o Czar da Rússia que mandou executar o próprio filho?????

Já agora para o Sr. Klatuu: Se havia coisa que a Monarquia Britânica nunca teve em relação á Casa Real Portuguesa foi respeito. Veja-se o gato-sapato que os Britânicos fizeram a Portugal durante todo o século XIX, do transporte da Casa Real para o Rio de Janeiro, o transformar Portugal num quase protectorado Britânico ao Mapa Cor-De-Rosa.

Além do mais, acha bem que meninos brazonados e privilegiados de berço maltratem mentalmente os seus colegas plebeus de faculdade só por se esforaçarem mais, terem mais capacidades e por isso tirarem melhores resultados?

Acha bem que o orçamento público, pago do bolso dos cidadãos, page iniciativas como o centro mediúnico no qual a Princesa Martha Louise da Noruega põe os seus clientes em contacto com o seu "anjo da guarda"?

Acha bem que fotografias do Principe Harry a mijar a um canto do recreio ou o divórcio do Principe Henrique da Dinamarca encham capas de jornais quando há assuntos muitíssimo mais importantes?

Que os amores e casamento do Príncipe Felipe de Espanha encham emissões televisivas quando o mundo inteiro está em estado de embulição?

Que se caia na hipocrisia de esconder os hábitos libertinos do Rei Juan Carlos e do Prícip Haakon da Noruega (pois, só a mulherzinha dele é que gostava de cheirar uma linhazita de vez em quando, claro ...) para dar a ideia que monarcas e seus herdeiros são seres humanos qualitativamente superiores?

Que se caia na hipocrisia de esconder a dislexia do Rei Carlos da Suécia, a anorexia da Princesa Victória, assim como o facto de que é a sua esposa plebeia e metade Brasileira que impede que a Casa Real se transforme num autêntico regabofe?

Acha bem que aristocratazinhos mimados de berço sejam preferidos em relação a plebeus esforçados e valorosos?

Que não se desenvolva a capacidade de liderança e negociação diplomática de um plebeu ou plebeia só por causa da sua condição?

ABAIXO A PRESUNçÃO, A HIPOCRISIA, O ELITISMO, O CLASSISMO, A INJUSTIçA E A DESIGUALDADE!

VIVA A REPÚBLICA!

Klatuu o embuçado disse...

Claro, senhora, se procurarmos lixo, real ou propagandeado, podemos até fazer uma bela telenovela. Não fazemos é um País.

De qualquer modo, as fodas alheias, nunca me interessaram enquanto matéria política.

É por isso que nunca achei que alguém fosse pedófilo por ser republicano.

Anónimo disse...

A questão, meu caro senhor, não é o quanto monarcas e aritocratas (ou já agora, governantes republicanos) fodem ou deixam de foder e com quem (ou com o quê).

A questão é, em primeiro lugar, o risco de se criar elites hereditárias que têm preferência de acesso a empregos ou até a espaço de expressão na esfera pública, desta forma evitando que a verdadeira "nata" venha ao de cima, e criando vícios que levam a que plebeus cheios de potencial e vontade de o desenvolver se inibam, por acharem que não são dignos de aceder a certos lugares ou de se exprimirem em certos meios, por terem a impressão que estes estão reservados a certas "castas".

Portugal ainda está infectado dessa mentalidade. Um exemplo: Quantos jovens juristas cheios de valor deixam de enviar os seus currículos para os melhores escritórios de advogados, por ficarem intimidados pelos nomes compridos e pomposos de quem já lá trabalha? Isto depois de levar muita porrada mental na faculdade da parte dos seus priminhos ...

Quantos jovens igualmente valorosos e cheios de entusiasmo deixam de se candidatar á carreira diplomática pela mesma razão?

Há quem prostitua o seu pontencial ao entrar numa "Jota" para ver se consegue ultrapassar essas barreiras mais facilmente, mas isso é outra história.

Em segundo lugar, a hipocrisia inerente á frágil construção da imagem de uma Casa Real recta, imaculada, que deve supostamente servir de modelo para a vida pública e privada de todos os subditos.

Anónimo disse...

Já agora, pode dizer então como se faz um país?

Klatuu o embuçado disse...

A questão, minha senhora, é simples: quando se der ao trabalho de contra-argumentar com seriedade, quiçá motivará terceiros para discutir os seus próprios argumentos políticos, assim que os tiver.

Anónimo disse...

Faço minhas as suas palavras, meu caro senhor. Pode então fazer o favor de apresentar os seus argumentos políticos, para que eu depois apresente os meus (Gentlemen first)?

Já agora, já pensou em fazer o gesto corajoso e viril de escrever um artigo para este blogur expondo os seus argumentos sobre como se constroi um país?

Klatuu o embuçado disse...

Acima já tem uns quantos. Nenhum fala de vícios da cueca ou outros. Pode começar por aí.

Por outro lado, também lhe aconselho alguma leitura, nem que seja no google, acerca das diversas tendências políticas monárquicas contemporâneas - que incluem até formas revolucionárias de deixar de cara à banda muito republicano esquerdista - e, claro, que abandone a mítica Idade Média e regresse ao século XXI.

Klatuu o embuçado disse...

P. S. Não sou adepto da virilidade... é algo episódico e motivado, que se ergue para gáudio das senhoras.
Somente acredito nas virtudes que não esperam recompensa mundana, nem desta
se edificam. Uma delas é o Valor. Outra, a Honra.

Anónimo disse...

Eu conheço essas várias correntes que o senhor se fala.

Além disso, virilidade é mais do que acrobacias de cama. É um termo que se usa para definir a Honra e o Valor que tanto fala em vários campos de batalha, sejam aqueles onde se usa a espada ou a metralhadora, ou aqueles em que se usa o poder da retórica.

Também se usa em referência ás virtudes de generosidade e auto-sacrifício.

Visto que muito pouca gente da nossa querida Pátria tem o tempo que eu disponho (e pelos vistos o senhor também) para surfar a net em busca das várias tendências monárquicas, poderia ter a virilidade (no sentido de generosidade e coragem) de escrever um artigo sumarizando essas tendências e de se expôr no campo de batalha retórico que é este blogue?

Klatuu o embuçado disse...

Minha senhora, parafraseando Heraclito, temos todos um mundo próprio e, decerto, com todo o direito a tê-lo.

O seu conceito de virilidade não me interessa - e não posso rebatê-lo, uma vez que não tenho um melhor, porque nenhum tenho.

Mas quando estiver inspirada para a política e, caso escreva algo que me mereça atenção, acredite que argumentarei consigo.

Agora queira desculpar, vou retirar-me para jantar.

Anónimo disse...

"Mas quando estiver inspirada para a política e, caso escreva algo que me mereça atenção, acredite que argumentarei consigo."

Faço minhas as suas palavras e dirigo-as a si.

Quem lhe disse que me importa se o meu conceito de virilidade lhe interessa ou não?

Bom jantar. Cuidado com as indigestões, principalmente aquelas causadas por partidas de Carnaval.

Anónimo disse...

Meus caros, ainda não perceberam que a verdadeira república é monárquica e a verdadeira monarquia republicana ?... Vejam se aprendem alguma coisa com o Agostinho da Silva...

Ana Margarida Esteves disse...

Com certeza, se um presidente da republica tiver a dignidade que e suposto ter um rei e se um rei tiver o sentido de igualdade com os demais e humildade que e suposto ter um presidente da republica. O que muito raramente acontece.

Anónimo disse...

In the USA the President has the honors of a King.

Lord of Erewhon disse...

«sentido de igualdade com os demais e humildade que e suposto ter um presidente da republica»

Os Gato Fedorento ainda não descobriram isto - aqui encontrariam grandes argumentistas.

Ana Margarida Esteves disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Margarida Esteves disse...

Pode explicar-me onde está a piada?

A unica piada que essa frase possa ter é que é muitissimo raro que corresponda á realidade.

Lord of Erewhon disse...

Neste âmbito - mas qualquer - um «suposto» remete para o campo de um dever ético.
Nunca, nenhum presidente de república teve, alguma vez, nem esse sentido de igualdade nem humildade.

Se os iluminados e libertadores republicanos queriam uma República... porquê ainda não realizaram uma que só tivesse ministros e Parlamento, sem a necessidade atávica de colocar um medíocre qualquer a macaquear o papel de um Rei?

E prontos... Agora vou continuar a ouvir o meu leitor de mp3.

Ana Margarida Esteves disse...

Porque e necessario um poder moderador, de preferencia que seja eleito por suposto merito - sublinho a palavra suposto, porque raramente essa suposicao corresponde a realidade - e nao por criterios hereditarios, que principalmente na epoca dos casamentos consanguineos entre familias reais, teve resultados desastrosos.

E "prontos"? Vossa Senhoria e tao culta e escreve "prontos"?

Lord of Erewhon disse...

«Prontos»... claro, sou um rapaz com grande apreço pelo vernáculo de rua. Nunca cometerei o erro de tanto príncipe... o portão dos palácios começa sempre na rua.

Tem que ler o pensamento de alguns Monárquicos, nomeadamente o do Senhor Gonçalo Ribeiro Telles.
Nunca entenderei o vosso receio... numa Monarquia parlamentar o Rei não governa, é o chefe de estado e não o de governo.
Só tem vantagens que um chefe de estado seja o mesmo durante um longo período. Ganha-se em isenção, prestígio e identificação simbólica.

No caso de um Rei física ou mentalmente incapaz, ou mesmo desprestigiante para o País, está perfeitamente equacionado por nós o Plebiscito como forma de conduzir à Sua Renúncia.

Informem-se, Senhores e Senhoras, o pensamento político monárquico é, de momento, um dos de maior evolução na Europa.

Cumprimentos.
VIVA A MONARQUIA!

Lord of Erewhon disse...

P. S. E, por favor, releiam alguns ilustres cronistas republicanos da transição séc.XIX-XX.
É sempre sensato não esquecer os códigos do sarcasmo e da ironia políticas.

Lord of Erewhon disse...

A Monarquia não são Reis e Nobres... é mais!

Hoje cresce a simpatia pela nossa Causa junto dos jovens, crescem núcleos nas cinturas industriais das grandes cidades; estes jovens, rapazes e raparigas, são filhos de operários... e nunca senti tanto orgulho em ser o que sou como junto deles!

Tornaram-se Monárquicos porque não acreditam no actual Regime nem nos Partidos! E têm um coração alto, cheio de esperança e amor por esta Nação!

Muitos nem sabem que tratamento vence o Herdeiro do Trono de Portugal! - nem eu estou interessado em explicar-lhes!

Porque o seu Ideal é puro!!

Ana Margarida Esteves disse...

Pelo menos na parte que me toca, o meu receio é que a mentalidade elitista e exclusivista que tem envenenado Portugal desde há vários séculos se repoduza na forma como o poder Monárquico se iria relacionar com a sociedade civil e vice-versa.

De facto os regimes Monárquicos da Europa do Norte caracterizam-se por uma grande grande acessibilidade da Casa Real ao Povo (com excepção do Reino Unido, é calro). No caso da Noruega, que conheço um pouco por razões pessoais e profissionais, um dos factores que assegura o prestígio e continuidade da Monarquia é o despojamento do Rei Harald e da sua família. O Palácio Real é no centro de Oslo e é muito fácil uma pessoa entrar e se passear nos seus jardins. A família real vive numa quinta dos arredores de Oslo que não é maior que a dos gestores de topo da STATOIL/Norsk Hydro e possui um iate que creio não deve ser maior do que o Herman José.

Um grande amigo meu que trabalhou num jornal Norueguês teve um dia a honra de almoçar com a Rainha Sonja (de origem plebeia, diga-se de passagem) e ficou impressionado com a sua simplicidade, personalidade terra-a-terra e excelente sentido de humor.

São factores como estes que prestigiam a Monarquia na Noruega (não obstante os comportamentos muitas vezes caricatos do Principe Herdeiro, Irmã e respectivos cônjuges) e noutros países Europeus.

Relativamente a Portugal: Temos de ter em conta que, devido a factores históricos e de estrutura social, existem desigualdades sociais profundas no nosso país, vincadas por uma cultura frequentemente elitista e exclusivista e formas profundamente autoritárias e clientelistas de relacionamento entre o estado e a sociedade civil.

Isto para não falar das "bolsas" de autoritarismo que persistem no dia-a-dia das relações socias.

Ainda existe também uma mentalidade de esperar que apareçam "homens providenciais" que salvem o país dos seus problemas. A nossa sociedade civil é das mais passivas e desmobilizadas da Europa. A única forma de itervenção que vemos é na forma de protestos e greves esporádicas, aos quais o governo liga pouco ou nada.

É por isso que eu tenho receio que, se a Monarquia fosse reinstaurada agora em Portugal, a Rainha ou o Rei se viesse a relacionar com o Povo, e o Povo com a instituição Monárquica, de uma forma profundamente hierárquica, autoritária e servil.

A nossa democracia é muito jovem, visto que passamos por séculos de autoritarismos dos mais diversos, todos eles uma cópia barata de outros autoritarismos que se praticavam nessa Europa fora.

Segundo cientistas políticos como Leonardo Avritzer e Sónia Alvarez, demora no mínimo uma ou duas gerações para socializar o Povo num modo de ser e de se relacionar com a "coisa pública" que seja efectivamente democrático.

Quanto mais longo o periodo de autoritarismo, maior o tempo de socialização necessário para que a Democracia seja mais do que uma mera formalidade.

É por isso que eu acredito que uma restauração Monárquica só teria um efeito positivo na vida política nacional se fosse restaurada daqui a no mínimo duas gerações.

Se fosse restaurada agora, neste momento de crise em que os Portugueses se encontram tão desorientados, as pessoas veriam na Rainha ou no Rei apenas uma figura que representasse o "respeitinho" e outros "valores" autoritários e infantilizantes que tanto têm impedido o nosso querido País de andar para a frente.

Se eu por vezes uso palavras duras para me referir ao estado de coisas em Portugal, não é por não amar o meu País. Pelo contrário, se não o amasse profundamente, não me estaria a dar ao trabalho de reflectir nestes assuntos de forma crítica e de responder aos seus comentários, especialmente visto que, aqui neste canto do Mundo, é quase uma hora da manhã.

Lord of Erewhon disse...

Só lhe pergunto isto: Porque se incomoda tanta gente com a riqueza, real ou suposta, dos Príncipes? e nada se incomoda com as fortunas roubadas de presidentes e ministros? Com o escândalo dos deputados do parlamento republicano que - e a maioria nada faz e só lá vai fazer número quando vai! - recebem reformas vitalícias com poucos anos de «trabalho»?

Continuamos estruturalmente monárquicos como nação... estamos é ainda em 1908! - confundimos a Monarquia com Deus: «ai convence-me que não tens defeito e entrego-te a minha alma»!
Para não falar de uma crónica frustração sexual de zé-desgraçado invejoso, de imaginação doentia.

É patético.

P. S. Perdoe-me a ousadia.
Os Americanos destruíram um bom presidente por causa de uma forma oral da sexualidade que para a lei americana nem é sexo (vulgo: broche)! Talvez, antes de tudo o mais, falte ao republicanismo sair de uma sexualidade de menino de estábulo que espreita as fodas do seu Senhor com a criada!

Lord of Erewhon disse...

P. S. Se esperar duas gerações... já não teremos Portugal! Esta gente é incompetente, débil mental e, mais importante, má rês!!

Quando já não tivermos entre nós ninguém da geração do Professor Adriano Moreira... o País ficará definitivamente sem memória e entregue aos lacaios que subiram na vida e se sentam com um sorriso alarve no Trono dos Reis!!

Ana Margarida Esteves disse...

(Atencao, estou novamente a escrever da Universidade. Nao obstante o facto de pelo menos metade dos doutourandos serem estrangeiros, os teclados estao feitos para servir apenas a fonetica WASP.)

"Porque se incomoda tanta gente com a riqueza, real ou suposta, dos Príncipes? e nada se incomoda com as fortunas roubadas de presidentes e ministros?"

Boa pergunta. A questao e que e muito mais facil nos livrarmos de um Presidente, de um Governo ou de Deputados do que de uma Rainha ou de um Rei.

Um(a) Presidente atura-se no maximo por 10 anos. e tambem muito mais barato sustentar antigos Presidentes do que a pompa de uma Casa Real estilo a Britanica ou a Portuguesa no seculo XVIII.

"Com o escândalo dos deputados do parlamento republicano que - e a maioria nada faz e só lá vai fazer número quando vai!"

A mesma coisa coisa acontecia durante a Monarquia Constitucional em Portugal. Lembre-se de "Os Maias" e a deliciosa expressao Queirosiana "deputados de cu". Muito actual, diga-se de passagem.

"Continuamos estruturalmente monárquicos como nação... estamos é ainda em 1908! - confundimos a Monarquia com Deus: «ai convence-me que não tens defeito e entrego-te a minha alma»!"

Olare - Ai e que tocou mesmo nocerne da questao. A que acima de tudo lutar contra esta mentalidade autoritaria e servil. Restaurar a Monarquia agora muito certamente so iria agravar o problema. Ha que, antes de tudo, demolir os "guetos da mente", como diz o brilhante Marcelo D2, que continuam a atrofiar a esfera publica nacional.

"Para não falar de uma crónica frustração sexual de zé-desgraçado invejoso, de imaginação doentia."

Esse e outro "gueto da mente" que e preciso demolir o quanto antes: Libertarmo-nos do fedor da putrefaccao do Ultra-Catolicismo Inquisitorial de D. Joao III e Cia, que matou, elouquecer ou obrigou ao exilio geracoes e geracoes d@s mais criativos e empreendedores Portugues@s. Alem de ter levado a outros males menores, mas mesmo assim irritantes, como a "musica pimba", reaccao lubrica de frustrados de meia-idade a emancipacao feminina e ao "arejar" dos costumes Portugueses.

"Os Americanos destruíram um bom presidente por causa de uma forma oral da sexualidade que para a lei americana nem é sexo (vulgo: broche)! Talvez, antes de tudo o mais, falte ao republicanismo sair de uma sexualidade de menino de estábulo que espreita as fodas do seu Senhor com a criada!"

Pior ainda do que a "musica pimba" e o puritanismo WASP. Conheco-o muito bem pois vivo ha quase 4 anos na Nova Inglaterra. Puritanismo este que por sua vez tem origem no puritanismo Norte-Europeu, muito bem disfarcado pelos "one night-stands" de fim de semana regados a cerveja barata e pela industria porno escandinava.

Fazer sexo com muita frquencia e sob o efeito do alcool nao significa que um povo tenha uma atitude verdadeira "liberal" em relacao a sexualidade. Muito pelo contrario. As bebedeiras, a quase ausencia de erotismo e o reservar destes comportamentos para o fim-de-semana mostra que ainda ha um grande maniqueismo subjacente a essas mentes "liberadas".

E depois o pessoal em Portugal alimenta fantasias lubricas de estudantes universitarias Americanas em "Spring Break" no Mexico e "Suecas endiabradas" de ferias no Algarve. O resultado e a figura triste que muita da nossa rapaziada faz quando vai "para fora" em busca de "aventuras", dando a ideia de que o "macho lusitano" e um especime feroz e baboso do qual e preciso fugir a todo o custo.

Por isso e que vale a pena sair do pais por uns tempos para limpar a cabeca dessas fantasias. Ja cheguei ha algum tempo a conclusao que nos, Portugueses, somos muito mais saudaveis, livres e "desempoeirados" do que pensamos. Temos e uma auto-estima muito baixa e comecemo-nos a nos mesmos muito pouco.

"Se esperar duas gerações... já não teremos Portugal! Esta gente é incompetente, débil mental e, mais importante, má rês!!"

COMO????? Como e que uma pessoa que ama tanto o seu pais e capaz de fazer tais generalizacoes? Sim, temos gente com todos esses vicios, mas gente incompetente, debil mental e ma rez ha em todo o lado!

So que ha paises cujas estruturas sociais e institucionais permitem que estas tendencias nao tenham um impacto tao forte na esfera publica.

Nos temos e muita gente com muito valor que nao e ouvida devido a problemas estruturais e culturais que nos foram deixados por seculos de autoritariamo!

Nao estou a ver como e que a reinstauracao da monarquia iria resolver esse problema. Que eu saiba, nao cabe a uma Rainha ou a um Rei servir de psicoterapeuta.

Levaria, isso sim, a mentalidade servil e autioritaria de "ai, convence-me que nao tens defeito e eu entrego-te minha alma"!

"Quando já não tivermos entre nós ninguém da geração do Professor Adriano Moreira..."

Tive a grande honra de o conhecer quando estava na faculdade em Lisboa. Infelizmente ele ja estava reformado e so vinha a Universidade dar palestras. Mesmo assim, as conversas que tive com ele contam-se entre os melhores momentos da minha Licenciatura.

"o País ficará definitivamente sem memória e entregue aos lacaios que subiram na vida e se sentam com um sorriso alarve no Trono dos Reis!!"

PODE TER A CERTEZA QUE ISSO IRA ACONTECER SE CRUZARMOS OS BRACOS E NOS DEIXARMOS AFUNDAR NA IDEIA DE QUE "ESTA GENTE E TODA INCOMPETENTE E DEBIL MENTAL". AI SIM, E QUE DAREMOS REDEA SOLTA PARA QUE OS OPORTUNISTAS CONTINUEM A SE LAMBUZAR A CUSTA DOS CIDADAOS E DA CREDIBILIDADE DO ESTADO.

Lord of Erewhon disse...

Sempre que ouço ou leio um republicano a falar de «restaurar a Monarquia», fico sempre com a sensação de que estão a falar de alguma peste medieval!

Sustentar Casas Reais?!? A Presidência da República dá mais despesa a este País do que a Casa Real de Espanha ao Estado Espanhol!

Os preconceitos sexuais dos Portugueses atravessam todos os estratos sociais... basta verificar como toda a gente se delicia com as acrobacias de alcova de príncipes e princesas e as usa para denegrir a Monarquia como opção de Regime - não obstante ainda não ouvi falar de Monarcas europeus pedófilos.

Não me parece que a Monarquia tivesse algo a ver com os atrasos cá dos nativos nesta matéria - de qualquer modo, nem sou católico nem cristão.

«Esta gente é incompetente, débil mental e, mais importante, má rês!!» - Exacto! É, de facto, o que penso. Considero a república má em essência, se não o parece na teoria, assim se torna estruturalmente na prática. Quer exemplos? Nazismo, fascismo, estalinismo.
E, entre nós, os exemplos também aí estão, a vários níveis, todos fedorentos, com o Estado Novo
como cereja do bolo, a tranquilizar as falências republicanas com prisão e porrada nos cornos, tudo debaixo do olhar seráfico do reizinho Salazar!

Quando se fala de Monarquia Parlamentar os governos são democraticamente eleitos... Ainda não percebi qual é a desvantagem que o Chefe de Estado não o seja?!
Pois, na república é que é bom: primeiro são Chefes de Governo, entretanto envelhecem, coçam o cu pelas cadeiras das universidades e das empresas... e depois voltam recauchutados para ser presidentes. Quando se tornam, num ápice, como por milagre, deixam de ser socialistas ou social-democratas e ascendem coroados na isenção dos Reis, tornando-se o «presidente de todos os Portugueses»!! Giro.
Entretanto os cofres do Estado atiraram para o lixo umas pipas largas de dinheiro, que vão repor do bolso dos contribuintes!

E depois levamos com gigantones falantes como o actual Presidente da República!!

Adoro a república, especialmente a nossa!!!

P. S. A minha referência ao Professor Adriano Moreira não teve outra intenção se não apresentar um referencial de geração - mas o valor é evidente... Compare com José Sócrates e outros esganiçados que se passeiam pela política!

Lord of Erewhon disse...

P. P. S. Quanto ao «livrarmo-nos» de um Rei ou Rainha mentecaptos... já aqui referi o Plebiscito.

Lord of Erewhon disse...

NOTA:
Não percebi quem é o «brilhante Marcelo D2»...??? Mas se é quem eu penso... só nos falta que essa máquina biológica de lavar cuecas em público venha a ser presidente desta república de passar a ferro!!

Ana Margarida Esteves disse...

"Sustentar Casas Reais?!? A Presidência da República dá mais despesa a este País do que a Casa Real de Espanha ao Estado Espanhol!"

Tem dados que o prove?

"Considero a república má em essência, se não o parece na teoria, assim se torna estruturalmente na prática. Quer exemplos? Nazismo, fascismo, estalinismo."

Horrores do seculo XX relacionados mais directamente com a anomia social, pseudo-ciencia e tecnologias de manipulacao de massas do que com o modelo republicano em si.

Tambem houve tiranias semelhantes em regimes monarquicos, do "o estado sou eu" de Luis XIV as tiranias sanguinarias de diversos reis, duques e imperadores da Russia, Romenia e outras regioes do Leste Europeu.

"não obstante ainda não ouvi falar de Monarcas europeus pedófilos."

Houve rumores relativos ao possivel envolvimento do Principe Herdeiro da Belgica no "caso Dutroux" ...

" (...)só nos falta que essa máquina biológica de lavar cuecas em público (...)!!"

Isto parece coisa saida do "Blade Runner", do "Exterminador Implacavel" ou de outro filme sobre cyborgs ... Vossa senhoria tem uma imaginacao levada da breca ...

Ana Margarida Esteves disse...

"(...)basta verificar como toda a gente se delicia com as acrobacias de alcova de príncipes e princesas e as usa para denegrir a Monarquia como opção de Regime (...)"

Porque a imagem das Casas Reais era construida de modo a dar a ideia que estavam "acima" destas coisas, legitimando assim o seu poder hereditario com uma suposta virtude.

So que vieram os mass media e estragaram tudo ...

Lord of Erewhon disse...

Os dados são públicos - procure nos jornais. E incluíam também comparações entre parlamentos, despesas dos mesmos e número de deputados. O parlamento da nossa republicazinha também é giro...

«Horrores do seculo XX relacionados mais directamente com a anomia social, pseudo-ciencia e tecnologias de manipulacao de massas do que com o modelo republicano em si.»

A sério? Não lhe pergunto se tem dados... porque não preciso deles para lhe dizer que o que escreveu não tem sentido. Toda a forma de republicanismo tende para formas totalitárias. As repúblicas nunca têm Pátria, têm apenas Povo em turbamulta e cevam-se em nacionalismos psicóticos sempre à espera de estender a sua tirania ao vizinho do lado...

O Absolutismo está perfeitamente documentado e datado. É um período pretérito da Monarquia, superado com generosidade e humanismo pelos Monárquicos.

Se são males do Leste, fiquem por lá... sou Ocidentalista.

«Príncipe Herdeiro da Bélgica no "caso Dutroux"» - não conheço a pessoa... e os únicos rumores a que dou ouvidos são os do vento.

Se o tal Marcelo é o da telenovela desinformativa da TV - saiba que o considero um perfeito cyborg avariado, demasiado canastrão sequer para figurante de qualquer filme interessante.

Era?? Onde ouviu isso??? Os Reis sempre fizeram alarde dos seus pecadilhos de cama, e nunca ninguém se ralou muito com isso - e a vida palaciana sempre excitou a imaginação das gentes... e ainda não havia Big Brother!

A sua suposta virtude nunca teve a ver com a alcova, mas sim com a bravura no campo de batalha e o valor na governação. Além do amor pelas Pátrias que governaram, mesmo quando não eram naturais das mesmas!

Ana Margarida Esteves disse...

"Toda a forma de republicanismo tende para formas totalitárias."

Ah sim? Pode-se considerar o republicanismo Finlandês um governo totalitário? Ou o Norte-Americano, não obstante os seus múltiplos problemas e a versão barata de Nero que actualmente o governa? E o caso Indiano? É incrivel como um país multicultural, cravejado de antagonismos étnicos e religiosos, e sofrendo de níveis de desigualdade social como há poucos no mundo, nunca resvalou para um governo autoritário ou totalitário.

Não estou a ver ue a FInlândia esteja interessada em fazer um "Anschluss" dos Países Bálticos, e muito menos da Suécia ou da Rússia.

A India é vista como a democracia mais populosa do mundo (não obstante os seus múltiplos problemas e a corrupção endémica) e é uma república!

"Se o tal Marcelo é o da telenovela desinformativa da TV"

:-D ... Não é não ... O Marcelo D2 é músico, Brasileiro e tem idade de ser filho do Rebelo de Sousa ...

"Os Reis sempre fizeram alarde dos seus pecadilhos de cama"

Só se for dentro da Corte ... Nunca se soube de reis Europeus da suas amantes para o Povo ... Embora nos nossos dias, graças á internet e aos SMS, toda a gente saiba das suas tropelias, não obstante os esforços dos relações públicas para manter as amantes reais em segredo. Já não estamos no tempo da Pompadour ...


"(...)e nunca ninguém se ralou muito com isso (...)"

Fora os consumidores de revistas cor-de-rosa. O resto tem mais que fazer, e ainda bem.

Lord of Erewhon disse...

Tende, disse - o que supõe diacronia. O exemplo da Finlândia não é mau de todo, o Norte-Americano e o Indiano são exemplos risíveis.
A Índia é estruturalmente uma teocracia... confere, democraticamente, o direito a 90% de miseráveis lavarem as mazelas com água podre cheia de cólera, mas sagrada.
Os EUA são um belo exemplo de uma república, ou seja, estão ainda num patamar anacrónico da democracia!

Ah, sim? Não conheço. Coitado do professor Marcelo, lá ficou a saber que nele nem o piriquito cá de casa votará, sequer para Presidente de Junta.

Nunca? Tem a certeza?? Tanto se inspiraram os romancistas, nos últimos dois séculos, na vida das Cortes e nas amantes dos Reis... Tudo fantasias, decerto!

Quanto às revistas... são mais as senhoras que usam como argumentos os seus boatos. Nunca li nenhuma.

Lux Caldron disse...

As polémicas relativas a Reis ou Presidentes da República nunca me interessaram, e duvido que uma Casa Real gaste mais dinheiro do que todo um conjunto de reformas e motoristas, etc. pagos a ex-presidentes mas o que me interessa mesmo é como desempenham as funções de um Chefe de Estado.

Sou novo e portanto não tenho consciência crítica em relação à presidência de Mário Soares, mas lembro-me bem da eleição que levou Jorge Sampaio a ser Presidente da República. Ele tinha um passado político algo irrelevante e ganhou a um ex-Primeiro Ministro que na altura ninguém podia ver à frente. Aliás como a todos os que lhe seguiram no governo e que o povo passa a detestar após o eleger.

Jorge Sampaio não foi para mim um bom Presidente. Teve duas grandes decisões a tomar e errou nas duas! Primeiro: aceitou que o governo passasse para um elemento que não fazia sequer parte do governo de Durão Barroso. Mesmo sendo Santana Lopes o segundo elemento do partido maioritário na Assembleia da República Jorge Sampaio deveria te convocado eleições. Segundo: Preferindo deixar Santana Lopes formar governo no curto espaço de um mês então deveria ter-lhe dado tempo para ele governar e 7 meses não são tempo necessário para o fazer. Errou portanto ao dissolver o parlamento.

Isto para mim deveu-se a uma pura opção política que demonstra que ele não era imparcial como deveria ser um Chefe de Estado. Todos sabemos qual a preferência politica do então Presidente filiado ao PS. Todos sabemos que se o então secretário Geral do PS, Ferro Rodrigues fosse a eleições as perderia, tão em baixo estava a sua credibilidade por dois anos de oposição ridícula. O que fez então Jorge Sampaio? Deixou Santana Lopes enterrar-se, esperou que o PS estivesse um Secretário Geral capaz de ganhar eleições, e miraculosamente o governo em que ele acreditava deixou de servir e dissolveu-o...

Nas últimas eleições para Presidente da República as coisas não foram também as mais credíveis para a República Portuguesas. Entre candidatos de baixa qualidade as eleições acabaram por ser disputadas entre dois dinossauros nacionais em que o reformado Mário Soares perdeu para o outrora mal amado Cavaco Silva, agora visto como salvador da Pátria (como a memória do Povo é curta e inconstante)...

Eu sou monárquico. Já o sou desde tenra idade. E estarei aberto a deixar de ser quando me demostrarem a vantagem de ter alguém com uma aprendizagem direccionada para o direito ou para a economia a desempenhar funções que até nem são muitas mas que são da maior importância para o país, e para as quais pode não estar minimamente vocacionado, podendo ser eleito mesmo sendo o mais perfeito anormal, bastando para isso ter uma boa máquina de markting atrás ao contrário de ter alguém que é educado para essas funções desde o seu nascimento, tendo por isso o tempo todo a noção do serviço que irá desempenhar, adquirindo não as qualidades para ser advogado ou economista mas para ser Chefe de Estado, assegurando também a sua imparcialidade pela distância que têm em relação aos partidos politicos, ao contrário dos Presidentes que necessitam desses mesmo partidos para ocupar o lugar que ocupam!

Viva a Monarquia
VIVA PORTUGAL

Klatuu o embuçado disse...

VIVA A MONARQUIA!
VIVA PORTUGAL!




P. S. E depois venham dizer que é a rapaziada dos rabanetes que cospe fogo ou os carecas de botifarros que têm ideias na tola!!

pfc disse...

Este tipo de discussão não ajuda em nada o projecto Lusíada. É abrir de feridas inglório. Não é o lugar para tais questões de família.
Mas, já que provocado, queria deixar registada a minha indignação pela confusão entre o regicídio e a ética republicana. É enlamear um dos poucos conceitos políticos nobres (não receio usar a palavra) que nos restam. VIVA A REPÚBLICA e a sua ética, mesmo que seja monárquica. Mas isso, só alguns entendem.

Lord of Erewhon disse...

«Obrigado» pelo paternalismo censório!