Acho o projecto muito bom. Apenas tenho umas certas reservas em termos do re-estabelecimento de barreiras alfandegárias com outros países, especialmente do espaço Europeu. Se isso se fizesse no âmbito de uma espécie de "retirada" brusca e unilateral do Mercado Comum, o resultado seria no mínimo caótico a todos os níveis. Tal retirada só seria possivel ser feita de forma construtiva em situações em que o próprio Mercado Comum estivesse mergulhado num caos estrutural.
Seria talvez muito mais estratégico, e até enriquecedor para a própria Europa e para outros parceiros económicos, se Portugal adoptasse, na sua política externa, uma postura radical relativamente a normas éticas de produção, numa perspectiva de ecologia profunda, no que diz respeito aos direitos Humanos e de outras Espécies, assim como á promoção da economia local. Assim gradualmente, através da formação de alianças com movimentos que partilhassem desta mentalidade no espaço Europeu, poderiamos ir construindo a massa crítica necessária para a instalação de ferramentas de tipo "alfandegário" que restringissem o comércio trans-fronteiriço em situações em que este prejudique as economias locais e afronte a Dignidade Humana ou de outras Espécies. Não fasz parte do espírito Lusófono o "dar" a outros povos, como muito bem retrata o novo filme de Manoel de Oliveira?
Sei aque vocês já devem estar fartos que eu cite a Noruega, essa Finisterra do Norte, mas uma coisa é certa: Tal como o Brasil, este país tem dado muitas cartas e tem mais em comum conosco do que parece á primeira vista. Seria bom investigar a forma como o Ministério das Finanças Norueguês tem usado o fundo público de pensões - o maior do mundo, construído a partir das receitas do petróleo - como um instrumento poderoso de política externa, utilizado exactamente nessa perspectiva humanista e ecológica. Há uns meses atrás, saui numa publicação Portuguesa de grande tiragem (não me lembro de momento qual foi) uma reportagem sobre Kristin Halvorsen, a actual Ministra das Finanças, e a forma como, durante a sua gestão, o fundo de pensões já consegui "abanicar" grandes multinacionais, tal como a Wal Mart, ao retirar os seus fundos dessas empresas devido a práticas menos éticas com os seus trabalhadores ou o meio ambiente. O artigo garantia que os critérios para a retirada desses fundos eram sobretudo éticos, pois têm havido casos em que a administração tem vendido as suas acções em empresas altamente rentáveis no mercado financeiro.
Valeria a pena investigar se tal é realmente o caso e, se assim for, tentar perceber de que forma nós poderiamos aprender com esse exemplo em termos de adopção de uma nova postura nas nossas relações económicas internacionais. Isto tendo em conta que, ao contrário da Noruega, nós não somos exportadores de petróleo ou de alta tecnologia. No entanto, temos um grande talento para a mediação e formação de alianças, embora nos últimos três séculos e meio não tenha sido exercido da forma mais inteligente. Mas, tal como no domínio de línguas estrangeiras, nunca é tarde para reacordar competências "adormecidas".
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
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Donde vimos, para onde vamos...
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1 comentário:
"Acho o projecto muito bom. Apenas tenho umas certas reservas em termos do re-estabelecimento de barreiras alfandegárias com outros países, especialmente do espaço Europeu. "
-> Seria difícil, porque seria um movimento que embateria na imensa força e energia reunidas em torno das forças que hoje apoiam a Globalização neoliberal... mais as que defendem a supressão de barreiras económicas na Europa.
-> E provávelmente impossível sem implicar uma saída da UE. Mas será que é do nosso interesse continuar na UE depois de 2012, quando os fundos se esgotarem e passarmos a ter que pagar e a ser contribuintes líquidos da UE?
"Se isso se fizesse no âmbito de uma espécie de "retirada" brusca e unilateral do Mercado Comum, o resultado seria no mínimo caótico a todos os níveis. Tal retirada só seria possivel ser feita de forma construtiva em situações em que o próprio Mercado Comum estivesse mergulhado num caos estrutural."
-> Não seria impossível manter Portugal na UE e simultaneamente uni-lo politicamente com outros países da UE. Não há uma incompatibilidade clara, dentro de certos limites. Duvido é que os senhores que mandam na Europa, consentissem em ver um "pequeno país" a tornar-se na sua maior potencia demográfica e numa das maiores económicas e militares...
"Seria talvez muito mais estratégico, e até enriquecedor para a própria Europa e para outros parceiros económicos, se Portugal adoptasse, na sua política externa, uma postura radical relativamente a normas éticas de produção, numa perspectiva de ecologia profunda, no que diz respeito aos direitos Humanos e de outras Espécies, assim como á promoção da economia local."
-> De certo! O problema é que uma postura de "ecologia profunda" contradiz os ditames impostos pela obsessão de "crescimento económico" a todo o custo que hoje são dogma nas escolas económicas e que ditam políticas na UE... É difícil conciliar a UE, mais a supressão de soberania que implica e a aplicação livre e determinada dessas boas políticas.
"Assim gradualmente, através da formação de alianças com movimentos que partilhassem desta mentalidade no espaço Europeu, poderiamos ir construindo a massa crítica necessária para a instalação de ferramentas de tipo "alfandegário" que restringissem o comércio trans-fronteiriço em situações em que este prejudique as economias locais e afronte a Dignidade Humana ou de outras Espécies. Não fasz parte do espírito Lusófono o "dar" a outros povos, como muito bem retrata o novo filme de Manoel de Oliveira?"
-> Devagar se vai ao longe... Sim, compreendo. Mas a longo prazo este devia ser o caminho. Mas nenhuma transição brusca e súbita cumpre os objectivos de qualquer modelo, por isso, neste caso também uma alteraçõo gradual e lenta seria provavelmente o melhor a fazer... Concordo.
"Sei aque vocês já devem estar fartos que eu cite a Noruega, essa Finisterra do Norte, mas uma coisa é certa: Tal como o Brasil, este país tem dado muitas cartas e tem mais em comum conosco do que parece á primeira vista. Seria bom investigar a forma como o Ministério das Finanças Norueguês tem usado o fundo público de pensões - o maior do mundo, construído a partir das receitas do petróleo - como um instrumento poderoso de política externa, utilizado exactamente nessa perspectiva humanista e ecológica. Há uns meses atrás, saui numa publicação Portuguesa de grande tiragem (não me lembro de momento qual foi) uma reportagem sobre Kristin Halvorsen, a actual Ministra das Finanças, e a forma como, durante a sua gestão, o fundo de pensões já consegui "abanicar" grandes multinacionais, tal como a Wal Mart, ao retirar os seus fundos dessas empresas devido a práticas menos éticas com os seus trabalhadores ou o meio ambiente. O artigo garantia que os critérios para a retirada desses fundos eram sobretudo éticos, pois têm havido casos em que a administração tem vendido as suas acções em empresas altamente rentáveis no mercado financeiro."
-> A Noruega tem os índices de crescimento do PIB e de desenvolvimento não porque seja particularmente bem gerida ou governada, mas por causa do afluxo massivo de receitas petrolíferas desde à décadas... O "milagre norueguês" radica muito aqui... E não na excelência da governação que vemos ao lado, na Suécia e Finlândia, por exemplo...
"Valeria a pena investigar se tal é realmente o caso e, se assim for, tentar perceber de que forma nós poderiamos aprender com esse exemplo em termos de adopção de uma nova postura nas nossas relações económicas internacionais. Isto "
-> Dificilmente, porque nos falta o motor dessas políticas... que são os hidrocarbonetos...
"tendo em conta que, ao contrário da Noruega, nós não somos exportadores de petróleo ou de alta tecnologia. No entanto, temos um grande talento para a mediação e formação de alianças, embora nos últimos três séculos e meio não tenha sido exercido da forma mais inteligente. Mas, tal como no domínio de línguas estrangeiras, nunca é tarde para reacordar competências "adormecidas"."
-> É verdade... Em poucos países além de Portugal se vê tanta capacidade para aprender e dominar línguas estrangeiras!
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