A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sábado, 10 de novembro de 2007

Sobre a Actualidade da Ideia de Pátria (II)

1) A questão da actualidade e da importância
Escreveu Renato Epifânio: «Antes da questão da “actualidade”, dever-se-á discutir a questão da “importância”. Se não considerarmos importante a “ideia de Pátria”, fútil será discutir a sua “actualidade”. Se a ideia de Pátria não fosse importante, como para nós é, o facto dela não ser uma ideia actual, como manifestamente não é, não seria para nós motivo de lamento, mas de regozijo.».
Pela minha parte, defendo que a ideia de Pátria não só não é importante como é nefasta e, nessa medida, deve permanecer inactual.

2) Porque é importante a ideia de Pátria?
Escreveu Renato Epifânio: «A importância da Pátria denota para nós a importância da Cultura. O que “une” os portugueses, se é que ainda algo une, é isso: a pertença a uma mesma Pátria, ou seja, a uma mesma Cultura histórica. Se ela não existisse, de facto, nada haveria que realmente “ligasse” os portugueses. Decerto, não é essa uma Cultura unívoca. O seu sentido histórico pode ser discutido. A nosso ver, aliás, só se devem discutir assuntos importantes e, nessa medida, a Pátria pode e deve ser discutida.»
Comentário: Nada deve “unir” os portugueses. Os “portugueses” são apenas aqueles que o Estado reconhece como seus “cidadãos”, e ao Estado não cabe promover qualquer “sentido histórico da nossa Cultura”. Isso seria o regresso às “políticas de espírito”, de tão má memória. Ainda que com a admissão de que “a Pátria pode e deve ser discutida”.

3) Porque não é actual a ideia de Pátria?
Escreveu Renato Epifânio: «A nosso ver, para além de algumas razões conjunturais, a ideia de Pátria deixou de ser actual pela extremação do individualismo contemporâneo. As pessoas, cada vez mais, recusam o que as liga, valorizando antes, até ao extremo, o que as separa – e por isso caracterizou José Marinho a nossa época como a “época da cisão extrema”. Também por isso, a política, cada vez mais, parece reduzir-se a uma mera gestão económica, sem qualquer Horizonte. Não que essa gestão económica não seja importante. Simplesmente, não é isso o que faz de um conjunto de pessoas uma real comunidade. Para que isso aconteça, o elo não pode ser apenas económico – tem que ser, sobretudo, cultural. Sem esse elo maior, de resto, qualquer sociedade se desagrega, em particular uma sociedade materialmente pobre, como a portuguesa.»
Comentário: O individualismo contemporâneo é um sintoma do Progresso da Humanidade, que demorou séculos a libertar-se de todas as amarras trans-pessoais. A Pessoa é o único Absoluto. Por isso, o facto da política se reduzir a uma mera gestão económica é um sintoma de Progresso. Ao Estado é apenas isso que cabe: assegurar as condições mínimas de subsistência da nossa sociedade. Nada mais do que isso.

4) Porque, não sendo uma ideia actual, deverá de novo sê-lo?
Escreveu Renato Epifânio: «Trata-se, em última instância, da sobrevivência de Portugal, da nossa própria sociedade. Se o que liga os portugueses é apenas o Estado, se tudo se resume à questão dos impostos e das reformas, se a ideia de Pátria passou de vez à História, então vale mais, desde já, fechar a porta e apagar a luz. E integrarmo-nos, de vez, na Espanha. Viveríamos, materialmente, bem melhor…»
Comentário: Os portugueses não têm que ser obrigados a viver mais pobres pela defesa da “Língua”, da “Cultura”, da “Pátria”. Se chegarmos à conclusão que tudo isso é um empecilho ao nosso desenvolvimento económico, não devemos hesitar…

4 comentários:

Renato Epifânio disse...

Caro Jorge Baptista,
Os seus comentários suscitam-me uma questão prévia: deverão os portugueses ser obrigados a serem "portugueses"? Para seu sossego, responder-lhe-ei que não. Com a ressalva de que também não devemos obrigar os portugueses que o queiram continuar a ser a deixarem de o ser. E o ponto, em última instância, é precisamente esse: enquanto houver pelo menos um português que queira cultivar a nossa Língua e a nossa Cultura, seja aqui, em Timor ou no Ártico, Portugal continuará a existir. Com ou sem apoio do Estado...

Jorge Batista disse...

Caro Renato Epifânio,
Não compreendo o alcance da sua definição de ser "português". Para mim, como escrevi, “portugueses” são apenas aqueles que o Estado reconhece como seus “cidadãos”. Nada mais do que isso.

Renato Epifânio disse...

Caro Jorge Batista,
Para si, “ser português” significa apenas ter nascido em Portugal – apenas isso, pouco mais do que isso. Para mim, ao invés, isso é precisamente o que menos importa – dado que não é no início, ao nascermos, que sabemos se somos ou não portugueses, mas apenas no fim, na hora, no instante da morte. Tudo isto porque, para mim, “ser português” é, essencialmente, cultivar a nossa Língua e a nossa Cultura. Nessa medida, não me dirijo àqueles que olham para o seu bilhete de identidade e se consideram portugueses apenas porque aí, pretensamente, se atesta tal “estatuto”. Dirijo-me antes àqueles que, independentemente de terem ou não esse bilhete de identidade, de terem ou não nascido em Portugal, se mostram disponíveis para cumprir o sentido histórico da língua e da cultura portuguesa. De resto, a meu ver, quem não se mostra disponível para cumprir esse sentido histórico, bem pode acenar com o seu bilhete de identidade, com o seu passaporte, com o que quer que seja. Escusa igualmente de mostrar a sua árvore genealógica ou de fazer qualquer teste sanguíneo. Não há “sangue português”, não há nada que, à partida, ateste esse “estatuto”. Ser português não é, aliás, na minha perspectiva, um “estatuto” – antes, tão-só, um “estado de espírito”.

Rui Martins disse...

Agostinhho disse algures que o "ser português" correspondia sobretudo a um estado de Alma, e não a uma nacionalidade concreta ou específica. Neste sentido, ser "alemão" ou ser "sueco" é imensamente distinto do "ser português", porque este ser corresponde antes do mais a uma atitude perante o Homem, o Mundo e a Vida e não a uma sensação de pertença étnica, cultural ou civilizacional.
E é precisamente aqui que reside a nossa originalidade: O "português" é o proótipo do Homem Futuro, o vero português, digo eu, porque só esse será capaz de realizar o Quinto Império de Vieira e Bandarra porque só esse será capaz de se anular budicamente, de se ultrapassar e de incorporar a protoforma daquilo que será o Homem do Futuro, diverso e acima de tudo... Terrestre e neutral no que concerne ao ultrapassado conceito da "nacionalidade".