A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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domingo, 18 de novembro de 2007

Deixemo-nos de lirismos: o futuro de Portugal é a Europa!

Líricos da NOVA ÁGUIA:
Com quem é que vocês querem fazer a União Lusíada? Com os dirigentes corruptos africanos, que deixam os seus povos morrer à fome para se enriquecerem a si próprios, com esses dirigentes corruptos e racistas que se atrevem a defender, em cimeiras internacionais, o Mugabe? Com o Brasil de todos os caciques, tão ou mais corrupto ainda que não tão racista? Com os timorenses que, desbaratando criminosamente todo o apoio internacional que tiveram, se divertem a matar-se uns aos outros à catanada?
Sejamos realistas: o melhor que poderia acontecer a Timor era ser anexado pela Austrália (talvez assim se civilizassem um pouco…); quanto ao Brasil, diluir-se-á, mais cedo ou mais tarde, numa América do Sul liderada por Chavez, a falar “portunhol” (esse será o único “acordo ortográfico” que irá avante…); quanto aos países africanos, se entretanto não morrerem todos nas suas guerras tribais e/ou nas suas epidemias, serão liderados pela África do Sul (não por acaso o único país africano que, apesar de tudo, ainda parece governável…).

Quanto à União Mediterrânica (que me pediram também para comentar), isso é outro logro! Os países do Magreb, mais cedo ou mais tarde, mal haja eleições realmente livres e democráticas, cairão todos no fundamentalismo islâmico… Eles que façam, pois, a sua União Islâmica, o seu Califado, e que continuem por mais uns séculos nas trevas, voltados para Meca…

Por tudo isso, o único futuro de Portugal está, pois, na Europa, numa Europa assumida e descomplexadamente “fortaleza” (digo o que muitos pensam mas não têm coragem para dizer), pois só assim se defenderá a única ilha de civilização num mundo cada vez mais entregue à Barbárie…
Não vale a pena querer civilizar o mundo. Vejam o que aconteceu no Iraque… Os americanos já começaram, enfim, a aprender a lição. Sejamos realistas. Deixemos de querer civilizar o mundo e contentemo-nos em preservar a única ilha de civilização que ainda nos resta: a Europa!

8 comentários:

Renato Epifânio disse...

Caro Jorge Batista
A sua perspectiva “realista”, como lhe chama, apenas reforça a pertinência de uma União Lusíada. Seria uma forma de, ligando países de vários continentes, furar o bloqueio civilizacional e geo-estratégico em que vivemos, assim corporizando um outro modelo de globalização… Dir-me-á que é uma hipótese de futuro mais do que remota. Responder-lhe-ei que a sua perspectiva nem uma hipótese remota de futuro nos oferece…

Jorge Batista disse...

Porque não? Ao contrário, a minha perspectiva parece-me a única hipótese realmente sólida...

Renato Epifânio disse...

Pela simples razão de que uma Europa "fortaleza" está condenada a ser invadida pelos "bárbaros", para usar os seus termos...

Rui Martins disse...

"Líricos da NOVA ÁGUIA:"
-> E qual é o mal do "lirismo"? Não é certamente um conceito prejorativo ou um ataque "Argumentum ad hominem", mas se ser "lírico" é acreditar num futuro "poético", isto é, diverso daquele materialismo estéril que agora forma o cerne do "pensamento único", então, si, plenamente me designo como "lírico", no melhor sentido camoniano e dionisiano do termo.

"Com quem é que vocês querem fazer a União Lusíada? Com os dirigentes corruptos africanos, que deixam os seus povos morrer à fome para se enriquecerem a si próprios, com esses dirigentes corruptos e racistas que se atrevem a defender, em cimeiras internacionais, o Mugabe? Com o Brasil de todos os caciques, tão ou mais corrupto ainda que não tão racista? Com os timorenses que, desbaratando criminosamente todo o apoio internacional que tiveram, se divertem a matar-se uns aos outros à catanada?"
-> Com quem estiver pronto para aderir a este projecto, não português, nem estritamente lusófono, mas humanista e universal, que é o de formar uma União política assente na Liberdade Individual, alheia a nacionalismos e imperialismos, que conceda a devida primazia ao Homem, frente aos interesses abstractos e individualistas deste mundo pós-moderno e globalizado. Sem dúvida que a maioria dos países africanos, e destes, alguns lusófonos (como Angola e a Guiné) estão demasiado infectados pela praga da corrupção para poderem almejar a breve trecho a vôos mais amplos... Mas Moçambique e Cabo Verde têm hoje os níveis de estabilidade e democracia suficientes para integrarem de pleno direito uma futura união lusófona... Mas o projecto deveria - teria - que começar pelos dois países que mais se assemelham em Cultura, níveis de Desenvolvimento económico e democrático e na língua: Portugal e Brasil.

"Sejamos realistas: o melhor que poderia acontecer a Timor era ser anexado pela Austrália (talvez assim se civilizassem um pouco…); quanto ao Brasil, diluir-se-á, mais cedo ou mais tarde, numa América do Sul liderada por Chavez, a falar “portunhol” (esse será o único “acordo ortográfico” que irá avante…); quanto aos países africanos, se entretanto não morrerem todos nas suas guerras tribais e/ou nas suas epidemias, serão liderados pela África do Sul (não por acaso o único país africano que, apesar de tudo, ainda parece governável…)."
-> Há aqui um certo europocentrismo... Os timorenses são tão "civilizados" como os habitantes da Baixa Baviera, não seguirão os nossos padrões, mas se o não fazem, a responsabilidade é sobretudo, nossa, portuguesa, porque nunca deixámos formar a classe média que os países precisam para serem plenamente independentes. E Timor não se livrou - resistindo contra Golias - do império javanês, para se entregar agora nas mãos ávidas dos saxões aussies... Quem resistiu antes, resistirá depois.
-> O Brasil nunca se fragmentará. Já enfrentou períodos mais duros na sua história, e não o fez. O grande milagre português foi precisamente o de ter erguido um tal gigante continental, estável o bastante para resistir a todas as forças e pressões, mantendo-se uno. Chavez é um epifenómeno que se há-de evaporar, mais cedo ou mais tarde, mas logo que a maioria da população compreenda a sua faceta imeditatista e populista, e as tendências autocráticas se forem tornando demasiado evidentes...

"Quanto à União Mediterrânica (que me pediram também para comentar), isso é outro logro! Os países do Magreb, mais cedo ou mais tarde, mal haja eleições realmente livres e democráticas, cairão todos no fundamentalismo islâmico… Eles que façam, pois, a sua União Islâmica, o seu Califado, e que continuem por mais uns séculos nas trevas, voltados para Meca…"
-> A União Mediterrânica é uma re-invenção de Sarkozy forjada para aplacar a ira otomana pela rejeição da sua adesão à UE... Nada une tunisinos e espanhós, nem cipriotas a marroquinas, além deste artificialismo do Eliseu... Quanto à união islâmica... Nunca terá pernas para andar, tal é o profundo sentimento de desunião que "une" os muçulmanos da actualidade...

"Por tudo isso, o único futuro de Portugal está, pois, na Europa, numa Europa assumida e descomplexadamente “fortaleza” (digo o que muitos pensam mas não têm coragem para dizer), pois só assim se defenderá a única ilha de civilização num mundo cada vez mais entregue à Barbárie…
Não vale a pena querer civilizar o mundo. Vejam o que aconteceu no Iraque… Os americanos já começaram, enfim, a aprender a lição. Sejamos realistas. Deixemos de querer civilizar o mundo e contentemo-nos em preservar a única ilha de civilização que ainda nos resta: a Europa!"
-> A Europa é projecto economicista que tenta unir pela via do dinheiro, culturas e nações imensamente distantes e com pouco a uni-las do que alguns vagos e flutuantes interesses comerciais. A Europa é uma invenção artificial e sem fundamento cultural uniforme... Por isso será sempre uma construção frágil e sujeita a problemas decorrentes dos conflitos internos insanáveis dos seus membros.
-> O resto do mundo não é "barbarie". É precisamente nessa visão do mundo que reside a grande fraqueza europeia (aqui, fruto do pensamento germânico e "bárbaro" das gentes "loiras e altas" de Agostinho). O resto do mundo, é precisamente isso mesmo, um mundo a descobrir e a compreender, como comprenderam bem e como ninguém os portugueses dos idos de Quinhentos.

Anónimo disse...

Caros

Estão a divagar numa discussão lusocêntrica cimentada em maus pressupostos de cultura e valores lusófonos. Os povos não têm cultura e valores lusófonos. Tem uma cultura de resistência comum à lusófonia que criou o tal plasma do manifesto, o plasma intercultural que nada tem a ver com as "pátrias lusófonas". A cultura é apatrida, não metam na legenda "Eu sou o rio e venham a mim afluentes"

No manifesto foi lavrada uma bela frase sobre os irredutíveis 240 milhões e da sua libertação das motivações imperialistas – bélicas, políticas, económicas e religiosas –do presente e do passado. Devo lembrar que há argumentos que têm a mesma aplicabilidade agora e à 500 anos atrás. Quem estava em Timor, Brasil, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné, Angola, Moçambique, Goa, Damão, Diu e Macau para defender os povos da aniquilação cultural e religiosa?
O “plasma” é muito colorido, mas só existe porque houve resistência aos portugueses que obrigaram os povos a prezar os valores lusitanos e criar falsas irmandades pela língua, pela cultura e pela história. O plasma foi o espaço que os povos colonizados criaram para resistir aos grandes poderes do mundo e às superiores pátrias, entre elas a Lusa.
Valete, Fratres ! Saúde, Irmãos ! É a Hora ! É Hora dos povos se libertarem do V Império das línguas agrilhoadas e olhar para as suas raízes e para as suas línguas e culturas mãe sem terem o big brother do Português nas costas. O plasma é bonito, mas fica podre quando alguém, ao de leve, reclama propriedade e encabeça esse colorido.
Receio que a Nova Águia não passará do branqueamento da resistência que os povos tiveram à “cultura portuguesa e lusófona” criando o plasma colorido que conserva o que restou da suas culturas mãe. Espero que alguém se lembre de escrever sobre a resistência dos povos mais fracos a qualquer cultura ou língua dominante e da forma como estes contornaram as mesmas. O plasma cultural é muito diferente de valores lusófonos.

Renato Epifânio disse...

Em relação ao último comentário do "produto do plasma", tenho a dizer que, se formos por essa análise regressiva da história, teremos de considerar que as primeiras "vítimas" da emergência da cultura lusófona foram os habitantes, na altura, do que veio a ser depois Portugal, o que, convenhamos, é tão verdadeiro quanto absurdo...
É óbvio que a constituição de Portugal e depois do seu Império gerou imensas "vítimas" e que a expansão da língua portuguesa se fez no sacrifício de muitos dialectos - mas estes, por sua vez, também não se tinham já imposto no sacrifício de outros mais rudimentares? Se formos por esse caminho, só paramos em Adão e Eva...
A questão está, pois, em saber se, agora, no século XXI, sem esquecer tudo isso ou branquear o que quer que seja, a cultura lusófona pode ser meio de resistência e de libertação no actual equilíbrio geo-estratégico do mundo. Essa é que é a questão...

Paulo Borges disse...

Na ilusão de todos os povos, línguas, culturas e pátrias, como entidades existentes em si e por si, a cultura menos ilusória será a que tiver mais consciência disso e, em vez de procurar impor o seu próprio paradigma, contribuir antes para promover essa multiplicidade de culturas interactivamente emergentes de um mesmo plasma universal.
O desafio da "Nova Águia" e da refundação de Portugal no contexto de uma União Lusíada é precisamente esse: assumir esta visão holística da aventura humana no planeta e contribuir para o florescimento de uma consciência do universal que as culturas etnocentradas - indígenas ou imperialistas - jamais podem promover.
Para isso há que romper com o passado e com o presente e o futuro pensados por mera reacção a ele. Precisamos de consciências e vidas libertas para refundar Portugal e a Comunidade Lusófona numa abertura cada vez maior ao jogo e à história una e múltipla do mundo.

Anónimo disse...

Caros amigos,

Dentre os comentários, extrai-se uma certeza, o gigantesco caminho que se tem pela frente. Um caminho que se apresenta entulhado de blocos rochosos. Blocos de preconceito, de desesperança, blocos de desengano e engano também.

Por que para muitos de nós se parece tão inviável uma União Lusófona? Serão ainda os ressentimentos tanto de colonizados, como de colonizadores?

A História, penso que deva ser lida e entendida para que sigamos à frente, se possível, sem os êrros cometidos no passado. Não para servir como um imenso "outdoor" a nos estampar a todo o momento os mesmos êrros, como se houvesse uma impossibilidade atávica de se tomar novos rumos.

Tanto o Brasil, Portugal, e demais países de língua portuguesa, e até a Galícia, e outra partes de Espanha, como cita o nosso amigo Rui, podem, e a meu ver, deveriam incluir em seus projetos de Nação, uma união, que creio será vantajosa para todas as partes.

Em tempos de globalização, blocos econômicos, penso que é por esta senda que devamos colocar os pés.