Se a NOVA ÁGUIA teve vários “padrinhos”
– falamos das figuras maiores da Filosofia Portuguesa na altura vivas (em 2008,
ano da génese deste projecto), como, nomeadamente, António Braz Teixeira,
António Telmo, Manuel Ferreira Patrício e Pinharanda Gomes (e, destes quatro,
António Telmo foi o único que entretanto partiu) –, Dalila Pereira da Costa foi
para nós uma espécie de “madrinha”. Deu-se até a coincidência de o primeiro
lançamento da NOVA ÁGUIA ter decorrido no Porto, na Fundação Escultor José
Rodrigues (outro dos nossos “padrinhos”), a 19 de Maio de 2008, data em que
decorreu o III Colóquio Luso-Galaico sobre a Saudade, precisamente em Homenagem
a Dalila Pereira da Costa, que contou com sua Presença.
Nesse primeiro número da NOVA
ÁGUIA, que teve por tema “A Ideia de Pátria: sua actualidade”, Dalila Pereira
da Costa esteve igualmente presente, com um fulgurante texto intitulado “União
e Fuga à Pátria”. O mesmo, de resto, aconteceu nos dois números seguintes. No
segundo número, lançado no segundo semestre de 2008, Dalila Pereira da Costa
marcou a sua Presença com uma carta dirigida a João Teixeira da Motta, a
propósito de um seu estudo intitulado “O Território e o Mapa”, conjuntamente
com outras cartas de Agostinho da
Silva, Cruzeiro Seixas e António Quadros. Já no terceiro número da NOVA
ÁGUIA, lançado no primeiro semestre de 2009, Dalila Pereira da Costa
presenteou-nos com mais um dos seus fulgurantes ensaios, intitulado “Religião
Pré-Histórica”.
No sexto número da NOVA
ÁGUIA, publicámos mais uma carta de Dalila, desta vez dirigida a Rodrigo Sobral
Cunha, a propósito do seu estudo “Giambattista Vico e Europa”. Em 2012, como estamos ainda
todos recordados, Dalila partiu. Nesse mesmo ano, no seu décimo número, a NOVA
ÁGUIA publicou em série de textos em sua expressa Homenagem: de J. Pinharanda
Gomes, Carlos
H. do C. Silva, Carminda Proença, Cynthia Guimarães Taveira, José Leitão, Lúcia
Helena Alves de Sá, Maria José Leal, Maurícia Teles da Silva, Paulo Ferreira da
Cunha, Pedro Sinde, Pedro Teixeira da Mota, Rodrigo Sobral Cunha, Rui Martins e
Teresa Bernardino; para além ainda de alguns poemas, de Fernando
Henrique de Passos, de Eduardo Aroso e de nós próprios: “De Costa a Costa/ Ninguém
tanto viu/ Tanto
te viu, Portugal// Por
Fora e por Dentro/ Viste
que não existia/ Nem Dentro nem Fora// Nem Mar, nem Terra, nem Céu/ Nem Sul, nem Norte, nem Sorte/ Apenas
um Destino por cumprir”.
Após a sua partida, Dalila
Pereira da Costa foi sendo evocada na NOVA ÁGUIA – nomeadamente, no décimo
segundo número (Maurícia
Teles da Silva, “Dalila Pereira da Costa, d’A
Ladainha de Setúbal à Ascese Arrábida”) e no décimo quinto (José Almeida, “No Labirinto do Espírito: Dalila Pereira da
Costa e Fernando Pessoa”). Neste ano de 2018, em que celebram os seus 100 anos,
Dalila Pereira da Costa volta a marcar a sua Presença na NOVA ÁGUIA. Assim, no
seu vigésimo primeiro número, publica-se um inédito seu, devidamente anotado
por Rui Lopo. No seu vigésimo segundo número, no segundo semestre de 2018,
publicaremos mais uma série de textos sobre esta figura ímpar da cultura
lusófona, textos a serem apresentados num Ciclo, co-organizado pelo MIL e pela
NOVA ÁGUIA, a decorrer, durante todo o ano, no Porto, no Palacete dos Viscondes
de Balsemão.