No 1º volume do Dicionário
de Maçonaria Portuguesa (Ed. Delta, 1986, p. 361) o já falecido historiador
A. H. Oliveira Marques, afirmou que Leonardo Coimbra evoluiu “para posições
próximas do fascismo”. O historiador já não está presente para justificar tese,
mas os vivos podemos e devemos ajuizar acerca dela.
Pensador para
quem a filosofia era o órgão da liberdade, Leonardo não evoluiu para qualquer
totalitarismo. Chegou a considerar a Rússia Soviética como “manicómio da
unanimidade, zoologismo do rebanho unânime” (coisa que ainda hoje por vezes
parece retratar os partidos ditos comunistas), mas a ideia leonardina foi de
quem considerou o totalitarismo comunista como sendo não uma ideologia, mas uma
doença de ressentimento. Na última página do último livro que publicou em vida,
Leonardo escreveu: “Nos ressentimentos comunistas há também uma imensa parte
feita das injustiças dos outros.
Sob este ponto
de vista, o comunismo russo, é, como viu Berdiaeff, um juízo e condenação do
farisaísmo e falências dos homens mal chamados religiosos.
Uma falência do
cristianismo dos homens, nunca do cristianismo de Cristo. Esta propulsão
comunista é pois, uma justiça, errando no caminho, enraivecida – mas, no fundo,
a justiça dum protesto contra o paganismo descaroável e amoral das sociedades
mal chamadas cristãs”. (A Rússia de Hoje, 1935).
Julgue quem
saiba julgar…