José Pedro Machado, tendo-se demitido de
Assistente da Faculdade de Letras de Lisboa, no final do ano lectivo de
1942-43, enveredou depois pela carreira de Professor Efectivo do Ensino
Técnico, nela atingindo invulgar notoriedade e geral simpatia, como o
testemunham os milhares de alunos e professores que com ele aprenderam,
trabalharam e conviveram.
Ultrapassando múltiplos e por vezes
inesperados obstáculos, JPM soube construir, ao longo dos anos, uma frutuosa
carreira de investigador, no exigente campo da Filologia.
Por
incontestável relevância, de entre as principais obras da sua vasta
bibliografia, cumpre destacar :
·
O Dicionário
Etimológico da Língua Portuguesa, em cinco volumes, começado a publicar em 1952
e concluído no início dos anos 60 ;
·
O Dicionário
Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, em três tomos;
·
Analogamente, a sua
tradução, directamente do árabe para português, do livro sagrado dos
muçulmanos, o Alcorão, obra enriquecida com abundantes notas explicativas em
matérias afins da Filologia, como a História, a Geografia, a Literatura e a
Religião, quer do mundo islâmico, quer do cristão ;
·
A sua elaboração ou
coordenação, ao longo de decénios, de muitos Dicionários afamados da Língua
Portuguesa, entre eles o sempre referenciado Dicionário de Morais, da autoria
de um brasileiro, António de Morais Silva, Bacharel em Direito, pela
Universidade de Coimbra, considerado o primeiro dicionário inteiramente
dedicado à Língua Portuguesa, continuamente actualizado, desde 1789, tendo a
sua 10ª e última edição, a de 1959, saído em 12 grossos volumes, profundamente
revista, corrigida e muito aumentada, com abundantíssima cópia de abonações de
escritores clássicos para explicação dos termos aí compilados, num trabalho em
que colaboraram também os estudiosos credenciados do idioma pátrio Augusto Moreno
e Cardoso Júnior ;
·
O Grande Dicionário
da Sociedade da Língua Portuguesa, igualmente em vários volumes, etc.
(excerto)
Por António Blanco