SITUAÇÃO DE RAUL LEAL
Raul Leal apenas
colaborou no segundo fascículo de Orpheu,
mas não há dúvida de que se lhe aplicam, com plena propriedade, os termos com
que o amigo caracterizou o fenómeno geracional de que ambos participaram. Por
isso apareceria, em Novembro de 1935, no terceiro fascículo do Sudoeste, onde Almada Negreiros aprazara
reunir de novo os de Orpheu. Ele mesmo
o corroborou, muitos anos depois, asseverando que “os grandes fundadores de Orpheu – Fernando Pessoa, Mário de
Sá-Carneiro e Luís de Montalvor – não exerceram nem podiam exercer nenhuma
influência no meu espírito criador, que se exprimiu, quase inteiramente, antes
dessa revista aparecer e sem que eu ainda conhecesse tais sublimes artistas”.
Aditando:
“O que se deu, pois, foi uma coincidente comunidade espontânea de espíritos
que se formaram, porém, e se desenvolveram separadamente”
(excerto)