A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sábado, 11 de julho de 2015

BIOBIBLIOGRAFIA DE SAMPAIO (BRUNO), PARA A NOVA ÁGUIA 16...

por JOSÉ LANÇA-COELHO



1857 – A 30 de Novembro, pelas 17h, na cidade do Porto, na rua de Santa Catarina, nº 429, nasceu José Pereira de Sampaio (Bruno), filho de José Pais de Sampaio e Ana Albina Pereira Barroso.

1860 – Sampaio (Bruno) muda-se para a rua do Bonjardim, nº 410, também no Porto.

1867 – Na biblioteca do pai, Sampaio (Bruno) lê tudo o que apanha à mão. Na sua obra Carta Íntima destaca três livros que preencheram a sua adolescência, Mário, de Silva Gaio, a versão portuense de Santos Silva de Os Miseráveis de Victor Hugo e, Mistérios do Povo de Eugène Sue.

1872 – A 8 de Abril, com apenas catorze anos, publica o seu primeiro artigo no Diário da Tarde, influenciado pelos artigos de Guilherme Braga, e assina-o com o pseudónimo de Sampaio (Bruno), condoído com o suplício infligido pela Inquisição a Giordano Bruno. «Anchi io son pittore» (Também eu sou pintor), exclamou Corrégio ao ver a primeira vez um quadro de Rafael, o que levou Sampaio a pensar, «Também eu hei-de redigir artigos». Ainda neste ano, de colaboração com Júlio A. Barbosa e Silva, Henrique Barbosa e A. Cardoso, funda o jornal académico O Laço Branco, de que se publicaram três números. Também publicou o romance Os Três Frades.

1873 – De colaboração com Gervásio Ferreira de Araújo e António Pereira de Sampaio (Aubin), fundou outro jornal, O Vampiro, também de curta existência, seis números. Ainda neste ano, surgiu a revista Harpa, dirigida por Joaquim de Araújo. Desta revista saíram vinte números e nela participaram, além de Sampaio (Bruno), Magalhães Lima, Bettencourt Rodrigues, Cesário Verde, etc.

1874 – Tinha Sampaio (Bruno) dezasseis anos e frequentava o 5º ano do Liceu, quando começou a escrever a Tribuna, revista onde participaram Latino Coelho, Pinheiro Chagas e outros. Fundou um cenáculo literário onde se discutiam problemas de toda a índole. Dessa tertúlia faziam parte Manuel Teixeira-Gomes, Basílio Teles e Gomes Leal.

Neste ano, Sampaio (Bruno) publicou Análise da Crença Cristã, Porto.

1875 – Adoeceu gravemente, não pôde matricular-se na Escola Politécnica do Porto.

1876/77 – Realizou os exames de física, química, e história natural com aprovação. Desde então trocou a carreira das ciências pelas letras.

1879 – Surgiu a Gazeta do Realismo de que só saiu um número e foi apreendida pela polícia devido ao seu sucesso. Sampaio (Bruno) participou nela com o pseudónimo de Alphonse Daudet, escrevendo o artigo de fundo, Enquanto o pano não sobe.

1881 – Fundou os semanários O Democrático e O Norte Republicano, e deu colaboração ao jornal Folha Nova, dirigido por Emídio de Oliveira (Spada). Prefacia o livro de Alexandre Braga, Discurso Anti-Jesuítico, Porto.

1883 – Organizou o diário A Discussão.

1884 – Prefacia o livro de Joaquim de Araújo, Lira Íntima, Braga.

1886 – Publicou A Geração Nova, Porto. Prefacia o livro de Pacheco de Amorim, Aerólitos, Braga.

1889 – Prefacia o livro de Simão José da Luz Soriano, História do Cerco do Porto, Porto.

1890 – Surgiu o jornal A República Portuguesa, onde também participaram João Chagas, Júlio de Matos, Guerra Junqueiro, entre outros.

1891 – Bruno foi para o exílio, de onde só regressou após a amnistia, sendo acolhido por Guerra Junqueiro.

Publicou Manifesto dos Emigrados da Revolução Republicana Portuguesa de 31 de Janeiro de 1891, Paris.

1893 – Regressou a Portugal, depois de viver na Galiza e em Paris. Publicou Notas do Exílio, Porto.

1895 – Prefaciou o livro de Guilherme Braga, O Bispo, Porto.

1896 – Prefaciou o livro de Moreira Lopes, Lágrimas de Amor, Porto.

1897/1908 – Escreveu no diário A Voz Pública.

1898 – Publicou O Brasil Mental, Porto.

1901 – Prefaciou o livro de D. João de Castro, Paráfrase e Concordância, Porto.

1902 – Sampaio (Bruno) é vítima de uma agressão praticada por Afonso Costa. Publicou A Ideia de Deus, Porto; e, prefaciou os livros de H. Schaefer, História de Portugal, Porto; e de António Nobre, Despedidas, Porto.

1903 – Publicou um folheto escrito em francês intitulado Theorie Exacte et notation finale de la musique, Porto, no qual demonstrou a solução do problema sobre as divisões musicais. A essas divisões, rigorosamente exactas, chamou-lhes Escala Tessaradecatónica. Resolveu mandar construir um pequeno harmónio para demonstrar a sua solução. Prefaciou o livro de Maximiano Rica, Líricas, Porto.

1904 – Publicou O Encoberto, Porto.

1905 – Prefaciou a tradução portuguesa da obra de Vítor Hugo, Os Génios, Porto.

1906 – Publicou Os Modernos Publicistas Portugueses, Porto; e, Portugal e a Guerra das Nações, Porto.

1907 – Publicou A Questão Religiosa, Porto. Prefaciou o livro de Augusto Luso, Últimos Versos, Porto; e o de Euclides da Cunha, Contrastes e Confrontos, Porto.

1908 – É nomeado 2º oficial conservador da Biblioteca Municipal do Porto. Publicou Portugueses Ilustres, 3 vols., Porto.

1909 – Surgiu o jornal A Pátria, cujo director era Duarte Leite, onde Bruno escreveu três artigos por semana até 1910. Por morte de Rocha Peixoto, é nomeado primeiro bibliotecário da Real Biblioteca Municipal do Porto. Publicou A Ditadura, Porto; e prefaciou a obra de Joaquim Costa, A Alma Portuguesa, Porto.

1910 - Prefacia os livros de Afonso Vasques Calvo, O Livro da Corte Imperial, e do Infante D. Pedro, O Livro Virtuosa Benfeitoria, manuscritos dados à estampa pela Biblioteca Pública Municipal do Porto.

1911 – No Porto, publicou no jornal Diário da Tarde, uma declaração ao povo e ao Governo expondo razões porque resolvia suspender esta publicação. Enviou também a vários jornais a seguinte declaração: «Rogo-lhes o obséquio de darem publicidade no seu jornal a esta declaração que entendo dever fazer, e é de que, desta data em diante, me retiro, completa e absolutamente enojado, da vida política portuguesa.». Prefacia o livro de Tomé Pinheiro da Veiga, O Livro Fastigímia, manuscrito dado à estampa pela Biblioteca Pública Municipal do Porto.

1912 – Publicou O Porto Culto, Porto; e, prefacia a obra de Manuel Pereira de Novais, Anacrisis Historial, manuscrito dado à estampa pela Biblioteca Pública Municipal do Porto.

1912/13 – Durante este biénio trabalhou na preparação do livro Teoria Nova da Antiguidade.

1914/15 – Colaborou na revista A Águia e no jornal O Primeiro de Janeiro com artigos sobre Filosofia e História. Publicou Do Livro da Arte de Furtar e de seu Verdadeiro Autor, Porto; e prefacia o livro de Artur Botelho, Alma Lusitana, Porto. Antes de falecer, prefaciou ainda o livro de Borges Carneiro, Esboços Pálidos, Porto; e o de António Joaquim, Rapsódia Camiliana, Porto.

1915 – 6 de Novembro, faleceu vítima de hidrocele que nos últimos anos o impossibilitara de caminhar.
 
1931 – A 30 de Novembro deste ano, realizou-se a primeira homenagem póstuma a Sampaio (Bruno) no Salão Nobre da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, tendo discursado Leonardo Coimbra e Teixeira Rego.