2015 é um ano rico em
centenários e a NOVA ÁGUIA, como sempre tem acontecido desde a sua génese, não
deixa esquecer o que verdadeiramente merece ser lembrado, na vasta área da
cultura portuguesa e lusófona.
Assim, começamos por evocar o centenário
do “Orpheu”, essa revista que, não obstante a sua brevidade, marcou
profundamente o panorama cultural da época. Começando com duas estreias na NOVA
ÁGUIA – Eduardo Lourenço e Jerónimo Pizarro –, coligimos neste número mais de
uma dúzia de abordagens – sobre “Orpheu” e as suas primaciais figuras: desde
logo, Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro.
Neste ano assinala-se
igualmente o centenário da “Arte de Ser Português”, essa obra tão emblemática
dos desígnios da Revista “A Águia” e do Movimento da “Renascença Portuguesa”.
Ainda que de forma menos extensa, evocamos também aqui essa obra maior de
Teixeira de Pascoaes.
Fiel à sua condição
trans-nacional lusófona, a NOVA ÁGUIA publica neste número as Comunicações
proferidas na I Conferência Cabo-Verdiana “Filosofia, Literatura e Educação”,
promovida pelo MIL na Universidade de Cabo Verde, a 18 e 19 de Outubro de 2013,
em parceria com esta Universidade e com o Instituto Camões. E evocamos ainda,
na secção EVO(O)CAÇÕES, a cabo-verdiana Nela Barbosa e o brasileiro Sílvio
Romero, pela mão do mais lusófono e lusófilo venezuelano: Ricardo Vélez Rodríguez.
Neste ano assinala-se ainda o centenário do
nascimento de Banha de Andrade e Pinharanda Gomes destaca bem o valor da sua
obra – “a favor da filosofia portuguesa”, como refere. De resto, por exortação
da sua família, a NOVA ÁGUIA assumiu o patrocínio institucional de uma carta
aberta, assinada por algumas das mais insignes figuras da nossa cultura, em
prol da reedição da obra de Banha de Andrade – que, quer pela sua extensão,
quer, sobretudo, pela sua qualidade, bem merece não ser esquecida.
Pinharanda Gomes é, de resto, uma figura
igualmente em destaque neste número, não só pela sua sempre valiosa
colaboração, como, em particular, pela breve mais incisiva entrevista feita por
Luís de Barreiros Tavares – publicada na secção EXTRAVOO, onde se poderá ler
igualmente uma muito interessante entrevista a José Eduardo Franco, onde, entre
outros assuntos, se fala da recente edição da Obra Completa do Padre António
Vieira, decerto, sob todos os pontos de vista, um dos maiores acontecimentos
editoriais nos últimos anos no universo lusófono. Para o próximo número, está
já na calha uma outra entrevista feita por Luís de Barreiros Tavares a Eduardo
Lourenço.
No próximo número, a figura em maior destaque
será Sampaio Bruno, igualmente por ocasião do seu centenário (de falecimento).
Como sempre, na perspectiva futurante que nos caracteriza, o que procuraremos
reflectir será não apenas sobre a importância do pensamento de Sampaio Bruno na
sua época, como, sobretudo, sobre a sua importância no século XXI. É esse o
repto que desde já lançamos ao universo dos nossos colaboradores, universo esse
que, como é manifesto, se vem alargando de número para número, em termos
quantitativos e qualitativos. Ao décimo quinto número, a NOVA ÁGUIA é já um
clássico.