Rosa de Armas
Deus a cada Nação um anjo deu.
Porque n’Ele as Nações serão eternas,
Mesmo que o tempo as desbarate e coma.
Deus a cada Nação um anjo deu.
Porque n’Ele as Nações serão eternas,
Mesmo que o tempo as desbarate e coma.
Anjo de Portugal! Te imploro! Imploro!
Defende Portugal, e continua-o!
Mesmo oculto e assombrado pelo mundo,
Como um corpo sem alma ou como alma
Penada a vaguear, ausente, ausente.
Mesmo que sendo só quase memória.
Defende Portugal! E, sob as asas,
Guarda-o, não vá ele enregelar.
Acende-lhe lá dentro uma candeia,
Que um dia voltará a ser archote
E fogueira a cantar no acampamento
E uma bola de fogo, um sol no empíreo,
Um coração nas ondas do Império.
Anjo de Portugal! No mais recesso
De nós mantém ainda esta semente,
Esta migalha, este ínfimo estilhaço,
Esta saudade, esta esperança e fé.
Este globo partido, Anjo! Recobra-o!
Retira-o do abismo, recompõe-o,
Altaneiro refá-lo, alto desvela-o,
Desfralda-o pela glória e pelos ventos,
De norte a sul, de leste a ocidente,
Que volte Portugal ressuscitado.
Faleceu ontem, Sábado, dia 14 de Março, Florentino Goulart Nogueira (1924-2015), poeta, dramaturgo, encenador, ensaísta, polemista, pensador, ideólogo político, patriota e nacionalista português. O seu funeral terá lugar amanhã, dia 16 de Março, Segunda-Feira, pelas 17h, no cemitério de Campia, em Vouzela.