A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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domingo, 1 de maio de 2011

Do monopólio do pensar. Ou da manipulação crítica...

A chamada “filosofia portuguesa” conheceu nos últimos anos alguns ressurgimentos editoriais, um dos quais é a revista Nova Águia, herdeira da Águia, que foi o órgão do movimento da Renascença Portuguesa. Apesar da sua aparente apolitia, a Nova Águia (cujo primeiro número era sobre “A Ideia de Pátria” e o mais recente tem por tema o célebre dito de Bernardo Soares: “Minha pátria é a língua portuguesa”) pode ser identificada com uma cultura de Direita. É típico da Esquerda não saber o que é a cultura da Direita, até para evitar o embaraço de verificar o quanto está impregnada dela (por exemplo, a poesia portuguesa mais próxima da cultura de Direita é a de Manuel Alegre). A principal característica desta cultura é o facto de funcionar como uma máquina mitológica que constrói uma identidade, reduzindo o passado — com o qual mantém uma relação viciada — a uma papa indistinta de destino e devir, de passado mítico e presente incognoscível, porque nenhuma ciência humana ou social pode penetrar na linguagem das ideias sem palavras.

Um exemplo de ideia sem palavras é a da saudade como uma fundamental “Stimmung”, tonalidade afetiva, que marca o “pensamento português”. Desse território das ideias sem palavras só pode nascer uma retórica do sublime, cujo pressuposto é o da existência de um núcleo mítico e profundo, onde o idealismo triunfa sobre a racionalidade e tudo se espiritualiza. A cultura de Direita é monumental e fundacional. Por isso, o património cultural é, por excelência, um lugar de pertença que a cultura de Direita reivindica como a sua mais legítima morada. Manipular o passado é a sua grande arte, tanto quanto a Esquerda pretende ter o monopólio do futuro. E se a Esquerda não é capaz de pensar a cultura de Direita, a Direita situa-se num campo onde nem existe tal dialética para ser pensada.

António Guerreiro, «Ao pé da letra», Expresso-Atual, Portugal, 30.4.2011.