Aníbal Pinto Castro, professor jubilado da Faculdade de Letras, foi no passado sábado a sepultar, aos 72 anos, tendo falecido nos Hospitais da Universidade de Coimbra, onde estava internado há cerca de um mês. Diz o site do Diário de Coimbra que, natural e residente em Cernache, onde nasceu a 17 de Janeiro de 1938, Aníbal Pinto Castro se licenciou em Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra em 1960, com a tese Balzac em Portugal. Considerada uma das maiores referências das Letras em Portugal e no estrangeiro, doutorou-se em Literatura Portuguesa na "sua" universidade e, em 2007, recebeu o doutoramento honoris causa pela Universidade Católica Portuguesa, na celebração dos 40 anos desta instituição.
Com uma vasta obra que ultrapassa os 200 títulos, Aníbal Pinto Castro debruçou-se sobre vários domínios e personalidades, com a Universidade de Coimbra a destacar a tese de doutoramento, Retórica e teorização literária em Portugal: do Humanismo ao Classicismo, estudos sobre a obra do padre António Vieira, Camões – foi fundador do Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos da Universidade de Coimbra –, António Ferreira, Camilo Castelo Branco ou Eça de Queirós, sem esquecer os textos sobre teorização e crítica literária, crítica textual e história da Cultura.
Enquanto director da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (1988 a 2004), a ele se deveu a aquisição da Livraria de Oliveira Martins, dos epistolários de Eugénio de Castro, do 2.º Marquês de Alorna ou as bibliotecas de ciências musicais do tenente Manuel Joaquim e de Maria Augusta Barbosa. Foi também graças à sua insistência que foi adquirido o primeiro sistema integrado de gestão bibliográfica, instrumento que associou várias biblioteca da Universidade.
Entre as distinções recebidas, Aníbal Pinto Castro era comendador da Ordine al Mérito della Republica Italiana, comendador da Real Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e Cavaleiro da Ordem Equestre do Santo Sepulcro.