A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Professores fascinantes

"Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro
da sala de aula, mas são estranhos uns para os outros. Eles se escondem atrás dos
livros, das apostilas, dos computadores. A culpa é dos ilustres professores? Não! A
culpa, como veremos, é do sistema educacional doentio que se arrasta por séculos.
As crianças e os jovens aprendem a lidar com fatos lógicos, mas não sabem lidar
com fracassos e falhas. Aprendem a resolver problemas matemáticos, mas não
sabem resolver seus conflitos existenciais. São treinados para fazer cálculos e
acertá-los, mas a vida é cheia de contradições, as questões emocionais não podem
ser calculadas, nem têm conta exata.
Os jovens são preparados para lidar com decepções? Não! Eles são treinados
apenas para o sucesso. Viver sem problemas é impossível. O sofrimento nos
constrói ou nos destrói. Devemos usar o sofrimento para construir a sabedoria. Mas
quem se importa com a sabedoria na era da informática?
Nossa geração produziu informações que nenhuma outra jamais produziu, mas não
sabemos o que fazer com elas. Raramente usamos essas informações para
expandir nossa qualidade de vida. Você faz coisas fora da sua agenda que lhe dão
prazer? Você procura administrar seus pensamentos para ter uma mente mais
tranqüila? Nós nos tornamos máquinas de trabalhar e estamos transformando
nossas crianças em máquinas de aprender.
Usando erradamente os papéis da memória
Fizemos da memória de nossas crianças um banco de dados. A memória tem esta
função? Não! Veremos que durante séculos a memória foi usada de maneira errada
pela escola. Existe lembrança? Inúmeros professores e psicólogos do mundo todo
crêem sem sombra de dúvida que existe lembrança. Errado! Não existe lembrança
pura do passado, o passado é sempre reconstruído! E bom ficarmos abalados por
esta afirmação. O passado é sempre reconstruído com micro ou macro diferenças
no presente.
Veremos que há diversos conceitos equivocados na ciência sobre o fantástico
mundo do funcionamento da mente e da memória humana. Tenho convicção, como
psiquiatra e como autor de uma das poucas teorias da atualidade sobre o processo
de construção do pensamento, de que estamos obstruindo a inteligência das
crianças e o prazer de viver com o excesso de informações que estamos oferecendo
a elas. Nossa memória virou um depósito de informações inúteis.
A maioria das informações que aprendemos não será organizada na memória e
utilizada nas atividades intelectuais. Imagine um pedreiro que a vida toda acumulou
pedras para construir uma casa. Após construí-la, ele não sabe o que fazer com as
pilhas de pedras que sobraram. Gastou a maior parte do seu tempo inutilmente.
O conhecimento se multiplicou e o número de escolas se expandiu como em
nenhuma outra época, mas não estamos produzindo pensadores. A maioria dos
jovens, incluindo universitários, acumula pilhas de "pedras", mas constroem
pouquíssimas idéias brilhantes. Não é à toa que eles perderam o prazer de
aprender. A escola deixou de ser uma aventura agradável.
Paralelamente a isso, a mídia os seduziu com estímulos rápidos e prontos. Eles
tornaram-se amantes do fast food emocional. A TV transporta os jovens, sem que
eles façam esforços, para dentro de uma excitante partida esportiva, para o interior
de uma aeronave, para o cerne de uma guerra e para dentro de um dramático
conflito policial.
Esse bombardeio de estímulos não é inofensivo. Atua num fenômeno inconsciente
da minha área de pesquisa, chamado de psicoadaptação, aumentando o limiar do
prazer na vida real. Com o tempo, crianças e adolescentes perdem o prazer nos
pequenos estímulos da rotina diária.
Eles precisam fazer muitas coisas para ter um pouco de prazer, o que gera
personalidades flutuantes, instáveis, insatisfeitas. Temos uma indústria de lazer
complexa. Deveríamos ter a geração de jovens mais felizes que já pisaram nesta
terra. Mas produzimos uma geração de insatisfeitos.
Estamos informando e não formando
Não estamos educando a emoção nem estimulando o desenvolvimento das funções
mais importantes da inteligência, tais como contemplar o belo, pensar antes de
reagir, expor e não impor as idéias, gerenciar os pensamentos, ter espírito
empreendedor. Estamos informando os jovens, e não formando sua personalidade.
Os jovens conhecem cada vez mais o mundo em que estão, mas quase nada sobre
o mundo que são. No máximo conhecem a sala de visitas da sua própria
personalidade. Quer pior solidão do que esta? O ser humano é um estranho para si
mesmo! A educação tornou-se seca, fria e sem tempero emocional. Os jovens
raramente sabem pedir perdão, reconhecer seus limites, se colocar no lugar dos
outros. Qual é o resultado?
Nunca o conhecimento médico e psiquiátrico foi tão grande, e nunca as pessoas
tiveram tantos transtornos emocionais e tantas doenças psicossomáticas. A
depressão raramente atingia as crianças. Hoje há muitas crianças deprimidas e sem
encanto pela vida. Pré-adolescentes e adolescentes estão desenvolvendo obsessão,
síndrome do pânico, fobias, timidez, agressividade e outros transtornos ansiosos.
Milhões de jovens estão se drogando. Não compreendem que as drogas podem
queimar etapas da vida, levá-los a envelhecer rapidamente na emoção. Os prazeres
momentâneos das drogas destroem a galinha dos ovos de ouro da emoção. Conheci
e tratei de inúmeros jovens usuários de drogas, mas não encontrei ninguém feliz.
E o estresse? Não apenas é comum detectarmos adultos estressados, mas também
jovens e crianças. Eles têm freqüentemente dor de cabeça, gastrite, dores
musculares, suor excessivo, fadiga constante de fundo emocional.
Precisamos arquivar esta frase e jamais esquecê-la: Quanto pior for a qualidade da
educação, mais importante será o papel da psiquiatria neste século. Vamos assistir
passivamente à indústria dos antidepressivos e tranqüilizantes se tornar uma das
mais poderosas do século XXI? Vamos observar passivamente nossos filhos serem
vítimas do sistema social que criamos? O que fazer diante desta problemática?"
Retirado do livro: PAIS BRILHANTES, PROFESSORES FASCINANTES, de
AUGUSTO JORGE CURY


Publicado por Dulce Alves em:
umoutroportugal.blogspot.com

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