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SANTO ANTÓNIO UNIVERSAL
“Santo António sendo português,
Italianos no-lo quiseram roubar
Pelo bem que naquele país fez,
Mas foi um roubo muito salutar!
Ser santo português ou italiano
É pecado de muito pouco mal.
Querer o bem para si é humano
E a santidade é fruto universal!
Ser santo é abrir a alma e a mão
Aos homens de todas as nações.
E Santo António deu-nos essa lição
Alijou fronteiras, fez pontes nos corações!”
Este singelo poema evoca um dos aspectos mais relevantes do significado da vida e obra de Santo António: a universalidade.
Santo medieval português, em nome da propagação do Evangelho, transpôs fronteiras e arriscou perigos para trabalhar pela universalização da mensagem cristã.
Tendo nascido em Lisboa em 1195 e baptizado com o nome de Fernando de Bulhões Y Taveira de Azevedo, a entrada na nova ordem fundada por São Francisco de Assis de quem foi confrade e amigo, permitiu-lhe mudar de vida e de nome. Começando como humilde servo dentro da ordem os franciscanos, cedo foram reveladas as suas qualidades intelectuais e de grande orador, tornando-me mestre e pregador afamado.
O seu sonho missionário mais forte era Evangelizar os infiéis em Marrocos. Calcorreou em nome de Cristo o norte de África muçulmano, mas a sua saúde frágil obrigou-o a regressar à Europa. Na Itália, os seus talentos de pregador e professor atingiram o esplendor que lhe deram a fama mundial que ainda hoje permanece.
Além de prodígios e milagres que os seus hagiógrafos relatam, é-lhe atribuída em especial o dom raro da ubiquidade, isto é, a capacidade de estar em dois lugares ao mesmo tempo. Por exemplo, acreditava-se que ele era capaz de estar ao mesmo tempo em Pádua e em Lisboa, duas cidades que passaram a disputar a primazia da posse da denominação topográfica deste santo: Santo António de Pádua e Santo António de Lisboa.
De facto Santo António mais do que de Lisboa ou de Pádua, tornou-se um dos maiores santos populares europeus e globais.
Por todo o mundo é venerado com grande entusiasmo popular como manifestam as várias tradições de folclore antonianas por toda a Europa e pela América Latina. Por exemplo, num país menos esperado como é a Bélgica, rara é a Igreja que não tenha um oratório a Santo António.
A devoção a santo António é uma devoção católica verdadeiramente globalizada, que faz dele um dos santos portugueses mais famosos em todo o mundo.
José Eduardo Franco
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