A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Promover a língua portuguesa na Índia

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Goa – Durante os últimos 9 anos, Centro de Língua do Instituto Camões de Goa (CPLP/IC de Goa) já teve 5 delegados. Entrevista com Delfim Correia da Silva, actual responsável que começou a exercer a sua função em 2008.
O Centro de Língua do Instituto Camões de Goa (CPLP/IC de Goa), foi criado em 2000, inicialmente nas antigas instalações do Consulado de Portugal no Lic Building, Patto Plaza, em Panjim. Em 2005 foram inauguradas as novas instalações, na Agva House, no centro da cidade de Panjim.

PNN – Que papel desempenha o CPLP/IC de Goa?

Delfim Correia da Silva (D.S.) – O objectivo principal do CPLP/IC de Goa é a promoção e a divulgação da Língua e Cultura Portuguesa, tendo como função prioritária o apoio às universidades com Licenciaturas de Estudos Portugueses no seu programa. Não sendo um Centro Cultural, tem competências e uma acção específica, essencialmente, vocacionada para o ensino do português no estrangeiro. Com delegações em quase todo o mundo, nomeadamente na Europa, a CPLP / IC apoia, basicamente, as universidades com leitorados.
No que diz respeito à delegação de Goa, após ter-se estabelecido definitivamente nas actuais instalações, foi elaborado um protocolo entre a Universidade de Goa e o Instituto Camões em Lisboa, no qual, o Centro de Língua passou a ter como principal prioridade o apoio ao Departamento de Português, actividades culturais, educativas e pedagógicas. A sua nova e imprescindível localização, trouxe uma maior acessibilidade ao público em geral, professores e alunos.

PNN – Quais são as valências do Departamento de Português da Universidades de Goa?

D.S. - Após ter estado encerrado durante alguns anos, o Departamento de Português reabriu novamente em 2007. Nessa altura, o meu antecessor realizou um trabalho meritório ao restruturar e reorganizar os cursos, colocando, de facto, o Departamento a funcionar.
Embora, a nível de meios humanos, seja um departamento pequeno, constituído, apenas, por três professores - Um professor visitante, designado por leitor, que está cá ao abrigo do acordo cultural entre Portugal e a Índia, que neste caso, sou eu, e por dois professores goeses.
O Departamento oferece cursos Livres de Língua Portuguesa, Licenciatura em Estudos Portugueses, actividades lectivas, e também realiza, anualmente, algumas actividades culturais em colaboração com o Centro de Línguas do Instituto Camões de Goa.

PNN – E no que diz respeito ao futuro?

D.S. – Após a reabertura em 2007, os primeiros anos foram dedicados à consolidação da Licenciatura em Estudos Portugueses na Universidade de Goa. Futuramente, pretendemos organizar cursos mais avançados, nomeadamente programas de Mestrado e Doutoramento. No entanto, pelo menos numa fase inicial, terão que ser estruturados e projectados, se possível, em colaboração com Universidades Portuguesas.

PNN – Qual é o número de alunos que se encontra, presentemente, a frequentar os cursos livres e a Licenciatura de Português?

D.S. – Actualmente, existe um total de 50 alunos no Departamento de Português, trinta e cinco a frequentar os cursos livres e quinze a licenciatura. O número tem vindo a aumentar, no entanto, mais importante do que isso, é conhecer as expectativas, intenções e motivações que levaram estes alunos a escolherem a Língua Portuguesa.
Os Cursos Livres decorrem em regime pós-laboral, abrangendo um variado número de interessados. Algumas pessoas já participaram em edições anteriores, outras porque o horário é o mais indicado devido a questões profissionais e um número já considerável pertence a alunos de outros departamentos da Universidade de Goa, nomeadamente ao Departamento de Concani, História, Sociologia e Ciências, que, talvez, graças aos protocolos existentes entre a Universidade de Goa e algumas universidades portuguesas, têm interesse em aprender português porque pretendem, futuramente, realizar trabalhos de investigação em Portugal.
No que diz respeito à Licenciatura, alguns alunos escolhem o curso de português por questões de formação pessoal, normalmente são pessoas que já terminaram os estudos há alguns anos, mas que agora pretendem frequentar um grau mais avançado. Apesar que, no corrente ano, grande parte dos alunos apresentam um perfil um pouco diferente do habitual. São jovens com ideias definidas sobre o que pretendem fazer após terminarem o curso. Por exemplo, três alunos de Delhi que aspiram exercer a docência de português, não em Goa, mas na sua cidade de origem. Todo este conjunto de motivações é bastante interessante e acaba por dar credibilidade à licenciatura.

PNN – Existem outros departamentos de Português na Índia?

D.S. – O único Departamento de Português que existe na Índia e um dos poucos da Ásia é o Departamento de Português da Universidade de Goa.
No entanto, os Estudos Portugueses, funcionam, pelo menos em termos institucionais, com conhecimento e reconhecidos, em três Universidades de Nova Delhi e Calcutá, e encontra-se em fase de preparação a criação da Licenciatura de Estudos Portugueses em Conchim e Bangalore. Poder-se-á dizer que o interesse é crescente, o principal problema prende-se com a falta de professores qualificados e com o reconhecimento das habilitações por parte das autoridades académicas locais.


PNN - Quais são as actividades ou programas que o Centro de Língua desenvolve, para além do apoio ao Departamento de Português?

D.S. - Põe ao dispor Cursos de Iniciação, Básicos e Elementares de Língua Portuguesa, procurando responder às necessidades de um grupo de pessoas que não tem possibilidade de assistir, por questões profissionais, aos cursos que funcionam na universidade.
Disponibiliza, também, um acervo bibliográfico com obras de áreas como Língua e Linguística; Didáctica da Língua e Literatura Portuguesa; trabalhos relacionados com História e Cultura portuguesa, revistas, periódicos e jornais, CDs, CD-ROMs, DVDs e vídeos das mais variadas temáticas, nomeadamente, de Cinema, Teatro e Música, assim como equipamento audiovisual e de Multimédia e acesso à Internet.

PNN – Qual é a durabilidade dos cursos?

D.S. – São cursos intensivos com quatro meses de duração e que se realizam duas vezes por ano: O primeiro começa em Janeiro e termina em meados de Abril; o segundo tem início em Julho e termina no final de Outubro.

PNN – E no que diz respeito a outras actividades?

D.S – Outra das valências do Centro de Língua é a organização anual de um plano de actividades culturais conjuntamente com o Departamento de Português e, por vezes, em parceria com outras Instituições.
É evidente que a programação é limitada às capacidades do Centro. Por vezes, confunde-se Centro de Língua com Centro Cultural. Já aconteceu perguntarem porque não trazemos a Mariza ou outro grupo com mais relevo no panorama musical. Não é impossível, mas exige outro tipo de orçamento, outros apoios e sinergias que não são propriamente a vocação do Centro de Língua Portuguesa.

PNN - Existem outros centros a promover a cultura e língua portuguesa. Existe alguma tipo de sinergias entre vocês?

D.S. - Não há dúvida, que a colaboração entre os centros poderia ser melhor, o que não significa que as instituições estejam de, forma alguma, de costas voltadas.
Há cerca de um ano comecei a exercer as funções de responsável do CPLP/IC de Goa, e, desde então, tenho estabelecido contactos com todas as instituições, o que tem dado origem a uma relação, sem dúvida, positiva.
Informo – os sempre das actividades que realizamos e estou sempre receptivo, em nome do Instituto Camões, a estudar qualquer proposta de parceria. No entanto, como já referi, os interesses são diferentes, ou seja, o Centro de Língua está vocacionado para o apoio privilegiado ao de Departamento de Português. Enquanto, que as outras instituições têm interesses mais específicos e mais direccionados para a formação didáctica abrangendo outras áreas. São estas as principais razões que explicam a ausência de partilha ou interacção entre os vários centros existentes. Não por interesses pessoais, mas devido a uma autonomia forçada, consequência do próprio carácter das actividades e das funções de cada instituição, ou seja, actuamos em campos diferentes.

PNN - Projectos futuros?

D.S. - Temos imensos sonhos e grandes ideias...
No entanto, apesar de existirem alguns projectos, temos prioridades e a nossa principal aposta para o próximo ano é a manutenção da organização secular das actividades culturais, obviamente, não deixando passar em branco certas efemérides importantes, como por exemplo, a recente celebração dos 10 anos da morte da Amália Rodrigues. O centro não se esqueceu desta data importante, até porque o fado é muito apreciado em Goa. Portanto, nós estamos sempre atentos a estes acontecimentos marcantes, assim como a outros que vão surgindo, nomeadamente a vinda de escritores famosos ou artistas.
No próximo ano, tal como referi, anteriormente, vamos trabalhar muito, não só o Instituto Camões e a Universidade mas tentando criar sinergias com todas as instituições que apostam na valorização e qualificação do ensino. Se possível, unir esforços com as várias instituições existentes, obviamente, tendo em conta a especificidade de cada um. O Departamento de Português forma professores para o nível básico, reúne as condições científicas, pedagógicas e didácticas para em conjunto formar professores e valorizar o nível de ensino.

PNN - Portanto, será importante uma cooperação entre as várias Instituições?

D.S. - De facto, é um ponto importante, que tanto em Goa como na Índia se criasse projectos conjuntos, particularmente em Goa, que as instituições se unissem de uma forma mais coesa e interactiva. No fundo, temos um interesse comum que é promoção da Língua e Cultura Portuguesa.

Fonte: http://www.jornal.st/noticias.php?noticia=6051

1 comentário:

Lúcia Helena disse...

Apreciei a entrevista publicada,
muito esclarecedora, o que me permitiu compreender melhor as ações que devem empreender os centros
divulgadores da língua e cultura portuguesas.