A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sábado, 3 de outubro de 2009

SECOND LIFE




Num lugar que só existe na linguagem, juntaram-se uns senhores e umas senhoras que queriam ser sábios como os anjos, e começaram a bater as asas. Se a sabedoria não aumentasse, pelo menos refrescavam-se, e o refresco facilmente o confundiam com bondade. Se faziam bem uns aos outros, como não poderiam ser bondosos? até porque conheciam muitas orações e entretinham-se com coisas úteis, como versos, quadros, grandes pensamentos e até conseguiam deixar de respirar para poupar oxigénio, não para sempre, claro, mas o tempo suficiente para se sentirem a poupar o planeta.
A sua felicidade era perfeita, nesse lugar da linguagem que já teve muitos nomes, o que só provava que a eternidade se renova. Sentiam-se em paz, viviam na fraternidade e no silêncio, mas eis que um dia a palavra mosca pousou na palavra paz, e depois na palavra silêncio, e depois na palavra deus, fazendo por todo o lado um zumbido insuportável. Não podendo matar a mosca, porque tinham banido todos os conceitos violentos, acabaram a devorar os nomes uns dos outros, o tear de linguagem rasgou-se, e se não morreram foi só porque ainda existiam num qualquer lugar banal, fora da linguagem, entre o despertador e o tráfego da cidade.