A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sábado, 10 de outubro de 2009

A Música

Era uma multidão de pessoas a passear ao Sol, a alimentarem-se de restos orgânicos em sacos de plástico e caixas de cartão. Algumas saíam de dentro de uns animais horríveis que rugiam como leões e enchiam o ar de fumo nas suas corridas a grande velocidade. O barulho ensurdecedor das feras, como lhes chamamos, enchia a atmosfera, e de vez em quando uma parava, vomitava pessoas e elas saiam como se não se tivesse passado nada, ainda lhe faziam festinhas e depois dispersavam a palrar alegremente. Andavam aos molhos ao acaso junto ao rio, sem qualquer graça ou adorno de intelecto. Uma imagem desgraçada…
Ficámos a olhar as duas, tentando apreciar a beleza da vida naquelas criaturas, afinal era o único sinal da presença da natureza naquele sítio dominado pelas feras de metal.
Subitamente duas das feras lançaram-se uma contra a outra, houve um estrondo terrível e depois seguiu-se um grande alarido. Algumas pessoas que deambulavam junto ao rio viraram-se apatetadas e foram a correr até aos monstros. Estes fumegavam de fúria, um deles sangrava abundantemente. Juntaram-se feras ainda maiores ao redor que gritavam tão alto que se tinha de tapar os ouvidos, e as pessoas reuniam-se em volta das feras aleijadas. Por muito que olhasse não compreendia como estes dois seres comunicavam, era uma espécie de simbiose entre a pulga e o tubarão.
Algum tempo depois tudo voltara ao normal, o mesmo acaso plácido e sereno, rodeado do zumbido ameaçador do predador.

Babalith


Tomemos os nossos problemas ambientais, por exemplo. Aqui o conflito de valores é completo: actualmente o expediente económico opera contra a salvação de alguns dos recursos naturais para os nossos netos. Mas sobre esse tema obtemos apenas um monte de tolices e dissimulação por parte daqueles que detêm o poder, enquanto eles não fazem nada no sentido de uma acção clara e consequente, os problemas ambientais com os quais os nossos netos terão de conviver vão-se acumulando. As tentativas de resolver o problema ambiental consistem em lutas e compromissos entre diferentes facções, algumas ascendem num momento, outras noutro momento. A linha de luta muda ao sabor da opinião pública. Este não é um processo racional, nem tampouco apto para conduzir a uma solução conveniente e definitiva do problema. Os principais problemas sociais, se alguma vez são «resolvidos», raramente ou nunca o são através de um plano racional e compreensível. Simplesmente resolvem-se por si próprios através de um processo em que vários grupos antagônicos perseguindo os seus próprios interesses (normalmente a curto prazo) chegam (principalmente por acaso) a algum modus vivendi mais ou menos estável. De facto, os princípios que formulamos nos parágrafos 100-106 fazem parecer duvidoso que os planos sociais racionais de longo prazo tenham a mínima hipótese de obter ALGUM sucesso.
Assim fica claro que a raça humana tem, na melhor das hipóteses, uma capacidade muito limitada para resolver problemas sociais, até mesmo aqueles que são relativamente globais. Então como resolverá o problema bem mais difícil e subtil da conciliação entre liberdade e tecnologia? A tecnologia apresenta avanços materiais bem delimitados, enquanto que a liberdade é uma abstração que significa coisas diferentes para pessoas diferentes, e a sua perda é facilmente ocultada pela propaganda e pela conversa fiada.

A Sociedade Industrial e o Seu Futuro - Manifesto de Unabomber

1 comentário:

Ruela disse...

Excelente post!


Abraço.