A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Raymond Bernard

«(...) Todas as dificuldades com que nos deparamos são devidas ao facto das pessoas não se amarem umas às outras.

Fala-se do egoísmo, do amor do poder, do amor pelo dinheiro, que é exactamente o oposto da regra que queria que os homens se amassem uns aos outros.

A humanidade forma uma unidade através da qual esta regra fundamental é aplicada.

(...)

Sempre considerei Portugal como O País, desde que está formado como o conhecemos actualmente, quer dizer, Portugal tal como o conhecemos. E ainda poderíamos procurar no passado esta mesma verdade. Sempre considerei que Portugal era um local de Testemunho e de Luz, não apenas o porto de Paz, mas também de Tradição, o local de uma morada onde estão guardados os bens mais preciosos, por aqueles que têm de os guardar. Falo, naturalmente, dos portugueses e daqueles que se lhes juntam com sinceridade, daqueles que vêm a este país com amor por ele. E Portugal, sempre o disse, durante anos e anos em que tive responsabilidades exteriores, Portugal mantém-se esse lugar santo onde devem estar e onde serão guardados os grandes princípios que formam aquilo a que se chama, sob um termo que é, penso eu, restritivo, o V Império, quer dizer, o estado mais evoluído que a Terra conhece ou virá a conhecer.

(...)

É preciso não esquecer a missão que Portugal desempenhou no passado. Portugal foi, no Passado, o grande - e emprego este termo com um sentido nobre - o grande colonizador no mundo. Foi ele que levou para o exterior o conhecimento dos grandes valores do tempo actual e depois, como alguém que cumpriu a sua função, que pensa tê-la bem cumprido, regressou a casa, tranquilamente e está à espera, está lá e observa. Penso que os portugueses deviam aperceber-se disso. Penso que, certamente, se apercebem disso.»

Raymond Bernard
Excerto da entrevista publicada no nº 35 do boletim Lusophia - http://aeterna.no.sapo.pt/lusophia/lusophia35-rb.htm

9 comentários:

Paulo Borges disse...

Dizer isto, sem mais, é da mais confrangedora ingenuidade e desconhecimento das causas e efeitos históricos... Por mais que existam leituras nobres e espiritualistas do V Império, o que é um facto é que Portugal foi também o grande iniciador do processo que levou ao desmantelamento do mundo tradicional e à implantação da modernidade comercial, que gerou a industrial e o devastamento que hoje assola o mundo. Portugal percorreu todo o mundo e, para além da capacidade que mostrou de conviver com todas as culturas, também mostrou uma lastimável incapacidade de aprender com a sua sabedoria, pois dirigiu-se ao Outro na atitude do missionário que o busca converter. Além de comerciante, guerreiro e apóstolo cego para a verdade que no outro habita, pouco mais se viu. Por isso estamos também na cauda da Europa dos estudos sérios sobre culturas não-europeias, caso particularmente lastimável e paradoxal no que respeita às orientais, em cujo contacto fomos pioneiros...

Claro que há sempre a explicação providencialista ou teleológica, de haver um plano divino ou um projecto humano por trás disso, que justifica os meios em função dos fins... Para esse peditório já dei que baste. O que vejo por detrás disso é apenas o ego e o orgulho do pseudo-patriota que não vê que o melhor serviço que se pode e deve prestar à nossa pátria é denunciar-lhe e corrigir-lhe os defeitos, para que eles não continuem a impedir o pleno florescimento das suas naturais qualidades. Que todos os povos igualmente possuem.

Povos eleitos (ou auto-eleitos), não obrigado!

Renato Epifânio disse...

Pela minha parte, considero tão ingénuo angelizar os Descobrimentos quanto diabolizá-los.

Apenas um exemplo: muitos dos nossos "historiadores" tendem a reduzir os Descobrimentos ao esclavagismo. Daí que, segundo eles, não se possa celebrar os Descobrimentos: ao fazê-lo, estaríamos a celebrar a escravatura, nomeamente em África.

Há, contudo, um "pormenor": quando os portugueses chegaram a África, a escravatura era uma prática generalizada...

Mas isso, como diria a outra, não interessa nada!

Alexandre Gabriel disse...

Pretender analisar, de uma forma "completa", os factos históricos ocorridos há séculos atrás à luz de uma visão meramente actual, deslocada da realidade e do contexto da época, seria uma autêntica ingenuidade, bem como uma pretensão egótica.

Se procurarmos ir para além do estigma subjacente à palavra "colonizar", e compararmos o papel desempenhado pelos colonizadores portugueses, com os castelhanos, holandeses, por ex., encontraremos alguns pontos que os distinguem. E aqui, coloca-se imediatamente uma questão: se os portugueses não aprenderam nada com os povos com os quais tomaram contacto nos Descobrimentos, como explicar as novas formas artísticas nascidas dessa união?: arte luso-indiana, luso-africana, etc.

Relembremos também que os Descobrimentos não foram totalmente feitos por Portugal, mas sim pela Ordem de Cristo, sendo os seus principais líderes cavaleiros iniciados da mesma. Mas isto desviar-nos-ia desta conversa.

Como explicar também a busca por outras formas de Cristianismo, nomeadamente o Copta, o S. Tomense, do mítico reino de Preste João, no decorrer dos Descobrimentos?

Certamente que os Descobrimentos tiveram aspectos negativos, mas existe algum ser humano que não os tenha? Reduzir os Descobrimentos puramente à sua faceta negativa é ser cego para os aspectos positivos que daí resultaram, nomeadamente o colocar em contacto as diversas partes do globo umas com as outras, desencadeando uma verdadeira Globalização - no sentido mais elevado do termo, é certo.

Reduzir os Descobrimentos meramente a interesses materialistas é uma perspectiva limitada, não que estes não tenham existido, pelo contrário, mas existiram também interesses de outra ordem e de carácter menos "terreno".

No mundo manifestado a luz e a sombra existem interligadas, uma não existe sem a outra. Cada um fará a sua leitura, e todas serão únicas.

Alexandre Gabriel disse...

P.S. Creio, porém, que a parte realmente importante deste excerto é a inicial:

"Todas as dificuldades com que nos deparamos são devidas ao facto das pessoas não se amarem umas às outras.

Fala-se do egoísmo, do amor do poder, do amor pelo dinheiro, que é exactamente o oposto da regra que queria que os homens se amassem uns ...aos outros. A humanidade forma uma unidade através da qual esta regra fundamental é aplicada."

pmsap disse...

Escravatura. Belo tema Renato. Toda a África, negra e branca, tinha práticas de escravatura.

Mas o que me surpreendeu, ao estudar mais um pouco, foi saber da sua prática e comércio em muita parte da europa antes e depois de Portugal existir: Suécia, Rússia, Itália, etc.

Os que viviam neste retângulo português foram muitas vezes vítimas do esclavagismo árabe e escandinavo.

Já na alta idade média o rei da Suécia abule a escravatura entre cristãos. Anteriormente era uma prática comum e tradicional. Os suecos viriam a retomá-la mais genérica mais tarde e foram os maiores produtores de materiais para escravos. No entanto, não sei porque as pessoas costumam olhar para os escandinavos como seres isentos de toda a culpa neste aspeto.

Tantos mitos... como dizes Renato. Tantos mitos a "nosso favor" e tantos "contra nós".

Mas cuidado, nem tudo é mito. Há pessoas que morreram por ideais bons e nobres que deixaram rastro. Por isso aqui estamos.

Paulo Borges disse...

Não pretendo reduzir os Descobrimentos a nada. Apenas reequilibrar os pratos da balança quando pendem para o lusocentrismo ingénuo. E nunca desculpar os nossos defeitos com os dos outros.

Na citação de Raymond Bernard o que é mais ambíguo é ainda a relação do primeiro trecho com o segundo: se se pretende que Portugal é ou foi o exemplo do contrário do egoísmo e do amor do poder e do dinheiro, a ingenuidade ou a perversão ideológica aumenta.

pmsap disse...

Paulo Borges

Há muitas coisas que são como a saúde. Só damos a devida importância e valor quando temos falta dela. Por isso, como dizia alguém, os maiores lusófilos foram sempre estrangeiros...

Paulo Borges disse...

Caro amigo, eu descobri Portugsal e o amor a ele em 1981-1982, quando me ausentei mais longamente. Depois disso tornei-me um lusocêntrico apaixonado. Até há uns anos, quando vi que lusofobia e lusofilia são as duas faces da mesma ilusão.

Sejamos melhores e Portugal será melhor, sem andarmos sempre a falar dele, dizendo bem ou mal.

Rogério Maciel disse...

Amo o que Raymond Bernard fala e sente em relação a Portugal e á sua Missão nobre e maravilhosa , ainda por cumprir na sua totalidade .
Acredito que , se cada um de nós , Portugueses melhorarmos em cada dia , essa Missão está a ser cumprida primeiro no indivíduo e por expansão em Portugal como um todo .
Já temos que cheguem em Portugal , detractores intelectuais ou intelectuais detractores da Altíssima Missão Espiritual de Portugal ... Sempre que ouço um (supostamente ) estrangeiro a falar com tanta sabedoria e autoridade sobre Portugal , não posso deixar de pensar , e sentir o quão mais Português é esse ser , que tantos outros que tiveram a honra e a oportunidade de nascerem em Portugal e só destroem o que de mais belo se Vive nesta Lusitânia da nossa Alma , neste País Templário , que Deus guarda na Palma da Sua Mão .