Silas Corrêa Leite, na TV Cultura de São Paulo, após gravar o Programa "Provocações" de Antonio Abujamra, Foto Rosangela Siva
Quando eu morrer, se quiserem saber da minha vida
Digam que ao escrever poemas eu regurgitei
Tudo o que de ruim e doloroso recebi de herança ao nascer.
O dia em que nasci foi o de deixar um outro mundo
E concebido nove meses antes de habitar a terra
Com a pior poluição do planeta, os chamados seres humanos.
Quando eu morrer, leiam meus poemas e me esqueçam
Eu fui muito mais o que escrevi do que eu mesmo
Cada lágrima, vagido, horror ou neura deixei em palavras
Minha mãe foi a solidão e meu pai foi um acordeom vermelho
A vida é só tristeza e eu nunca me coube direito em mim
Escrever foi a homeopatia que me salvou de ser hu mano.
Se eu quisesse a lua certamente me dariam o inferno
Se eu sonhasse castanhas assadas me dariam cianureto
Nas humilhações fui enfezado e isso mexeu com meus motores.
Capturei imagens, fugi no letral, habitei o mundo-sombra
Despossuí-me de mim para ser o sentidor, o louco varrido
A vida não me deu limões mas fiz limonadas de lágrimas.
Hoje eu olho tudo o que sou e tudo o que tenho como fruto
De mágoas, ojerizas, lamentos e decomposições do Eu de mim
E tenho medo, muito medo; um quase humano insatisfeito
Com meu destino trágico, as portas sensoriais abertas, e ainda
Os fantasmas que me nutriram e que se alimentam do meu ódio
E me parecendo com algum humano fujo dos cacos de espe lhos.
Quando eu Morrer
Quando eu morrer, se quiserem saber da minha vida
Digam que ao escrever poemas eu regurgitei
Tudo o que de ruim e doloroso recebi de herança ao nascer.
O dia em que nasci foi o de deixar um outro mundo
E concebido nove meses antes de habitar a terra
Com a pior poluição do planeta, os chamados seres humanos.
Quando eu morrer, leiam meus poemas e me esqueçam
Eu fui muito mais o que escrevi do que eu mesmo
Cada lágrima, vagido, horror ou neura deixei em palavras
Minha mãe foi a solidão e meu pai foi um acordeom vermelho
A vida é só tristeza e eu nunca me coube direito em mim
Escrever foi a homeopatia que me salvou de ser hu mano.
Se eu quisesse a lua certamente me dariam o inferno
Se eu sonhasse castanhas assadas me dariam cianureto
Nas humilhações fui enfezado e isso mexeu com meus motores.
Capturei imagens, fugi no letral, habitei o mundo-sombra
Despossuí-me de mim para ser o sentidor, o louco varrido
A vida não me deu limões mas fiz limonadas de lágrimas.
Hoje eu olho tudo o que sou e tudo o que tenho como fruto
De mágoas, ojerizas, lamentos e decomposições do Eu de mim
E tenho medo, muito medo; um quase humano insatisfeito
Com meu destino trágico, as portas sensoriais abertas, e ainda
Os fantasmas que me nutriram e que se alimentam do meu ódio
E me parecendo com algum humano fujo dos cacos de espe lhos.
Santa Itararé das Letras, São Paulo, Brasil
Autor de Porta-Lapsos, Poemas
À Venda no site www.livrariacultura.com.br
Blogue premiado do UOL: www.campodetrigocomcorvos.zip.net
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