A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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terça-feira, 7 de julho de 2009

A própria tragédia humana: A impossibilidade de pôr a vontade de cada um onde há outras, onde estão todas as vontades do Mundo

Almada Negreiros, Figurinos para Cunha Taylors, 1913

(...)
Caim e Abel não querem nada a meias. Ou tudo para Caim, ou tudo para Abel.
E, continuem reparando V. Ex.as o fracasso da colaboração entre pessoas prossegue na História da Humanidade, de pais para filhos, é hereditário o fracasso, e vai de mal para pior, porque Caim já não pode aguentar tamanho desentendimento com o mano e tem de matar Abel.
E se o não mata, seria Abel quem mataria Caim. O essencial era que desaparecesse um deles. Não importa qual dos dois. O insuportável é que haja dois. Dois estorvam-se um ao outro, é necessário que fique só um. Não importa qual deles.
A humanidade não compreende isto de que cada um seja como é, a não ser o próprio que assim o pensa, mas este quer por força que todos sejam como ele.
E aqui temos uma família desgraçada: o pai e a mãe não se entendem, os filhos saem aos pais, e com esta desgraçada família começou a Humanidade.
Começou e continuou e ainda cá estamos na mesma, graças a todas civilizações que nos fizeram andar vestidos cada uma da sua maneira e graças a Deus também.
E agora vamos lá a saber uma coisa:
O que diriam V. Ex.as se lhes disséssemos que esta família nunca existiu?
E sabeis porque não existiu? Porque é um símbolo.
Como quereis que a humanidade tenha podido guardar até os nomes próprios do primeiro homem e da primeira mulher que viram este mundo? Não vedes que isto tudo é feito com a imaginação e a tradição oral? Metade sonhado e metade vivido! Isto é, um símbolo. Uma criação da Arte. Poesia pura. Verdade por cima da realidade. Tragédia autêntica. A tragédia do Mundo. A própria tragédia em pessoa. A própria tragédia humana:
A impossibilidade de pôr a vontade de cada um onde há outras, onde estão todas as vontades do Mundo.
Adão e Eva, e Abel e Caim, ainda não morreram, estão ainda aqui neste mundo, são os nossos nomes próprios, minhas senhoras e meus senhores.
Na humanidade há pelo menos todas as maneiras de ser, de modo que o humanamente lógico é deixar viver todas as maneiras de ser.
Respeitemos a própria realidade. Não raciocinemos contra o próprio raciocínio:
A individualidade é um fenómeno espontâneo, sem intervenção do Homem, é o próprio papel da natureza. (...)



Almada Negreiros, "Direcção Única" in Textos de Intervenção 6, pp. 84-85, Editorial Estampa, Lisboa: 1972. (o excerto que publiquei antes é do mesmo texto, uma conferência realizada em Lisboa, em Julho de 1932, no Teatro Nacional de Almeida Garrett, a convite da actriz Amélia Rey-Colaço).

1 comentário:

Ariana Lusitana disse...

Ainda bem que colocou uma imagem que não é a verde e vermelho...=)