A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
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Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

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terça-feira, 28 de julho de 2009

O Árbitro do Jogo

Imaginem um jogo de futebol de rua, daqueles que fazíamos enquanto crianças... Eram dois grupos que iam crescendo lado a lado conforme chegavam os cachopos. Eram comuns as birras para ficar na equipa do melhor lá da rua... Nestes jogos não havia árbitro e as brigas por causa de uma falta que era ou não marcada resultavam, na melhor das hipóteses, em amuos. Normalmente quando é que estas situações acabavam? Era quando aquele puto cheio de pinta, que todos admiravam, chegava, agarrava na bola, que muitas vezes até era dele, e dizia se era ou não falta. Todos se contentavam então, uns para não se chatearem, outros para não irem contra ele...

Agora imaginem uma final de um Campeonato do Mundo. Pode ser entre Brasil e França... Olhem para o centro do terreno... e não... não estão a ver mal... não há mesmo árbitro! Imaginem agora que ao minuto noventa, o puto "boa onda" do Kaká entra isolado na área e quando se preparava para marcar é puxando descaradamente pelo Gallas... "É penalty!!!" reclamam os brasileiros... "Penalty?! No... Jamais!" respondem os franceses! Instala-se a confusão e quando o Robinho se prepara para ir buscar a bola, o carismático Sr. Henry agarra-a e diz: "C'est pas rien!" Todos ficam na sua e o jogo, no prolongamento, cai para o lado da França... O que acontecia? Meio mundo ficava F***** e o outro meio ou era francês ou não ligava a futebol! Em qualquer jogo é precisa uma autoridade. Não para ditar ou impor nada, mas para fazer cumprir a lei! É necessário um árbitro.

Imaginem agora alguém que desde os oito anos joga futebol. Passa por todas as camadas jovens e chega a sénior onde ganha campeonatos e competições internacionais, chega a capitão, desiste e fica como treinador, chega mesmo a Presidente, sempre do mesmo clube... Decide, após isso tudo, dar uma perninha na arbitragem. Até demonstra não ser mau de todo, ou pelo menos assim parece, e é nomeado para a final da Liga dos Campeões! Acontece que um dos clubes finalistas é aquele que representou por tanto tempo e em tantas funções... Será justa a sua prestação? Se ele for um "sacana" vai favorecer o seu clube. Se ele for sério tentará ser justo mas, a menos que seja implacável psicologicamente, o medo de cometer um erro que beneficie a sua equipa e ponha em causa a sua honestidade, acabará por o levar a favorecer a outra equipa. De qualquer das formas o jogo não será justo! É necessário portanto que, em qualquer jogo, o árbitro seja imparcial e para isso independente.

Passemos agora a outro tipo de jogo. Um bem mais importante para todos nós. O jogo político! Será normal que, no mais importante dos jogos, aquele que ocupa a posição de árbitro, desejavelmente imparcial e independente, venha precisamente dos partidos que necessariamente terá de vigiar? Esse árbitro nunca conseguirá ser imparcial e os erros que cometer serão sempre interpretados à luz do seu passado político no partido pelo qual desempenhou funções! Não é, para mim, benéfico, nem sequer desejável, a forma de Regime político existente actualmente em Portugal, sendo que a República só seria compreensível se a candidatura à sua presidência estivesse vetada a indivíduos que já tivessem exercido funções na representação de um qualquer partido político. No entanto esta solução não apresentaria respostas para outros problemas apresentados pela República como a conhecemos.

A posição de Chefe de Estado não detém muitos poderes, mas os que detém são essenciais para o bom funcionamento da democracia do país, sendo necessária uma vigilância constante e um conhecimento profundo de como e quando aplicar esses poderes! Esse conhecimento não é possível de obter numa Faculdade de Economia ou de Direito, tão pouco chega ser Presidente de uma Câmara Municipal ou Primeiro-Ministro. É necessária toda uma educação focalizada nessas funções, previstas constitucionalmente, mas não só! É necessária uma educação profunda na realidade sócio-cultural do País e do Mundo! Uma Monarquia Constitucional responderia com sucesso a estas necessidades. O futuro Chefe de Estado teria tempo para obter uma formação condigna com a sua futura função, sendo educado desde criança para tal, ao mesmo tempo que garantiria a independência, face ao jogo político, necessária ao cumprimento imparcial das suas funções e sem dúvida beneficiaria da acumulação de experiência que os mandatos não deixam acumular.

Falar-me-ão que o sangue não deverá regular uma posição social, pois todo o sangue é vermelho e que seria um injustiça considerar alguém mais importante que outra só pelo seu nascimento. Mas nada vos diz que alguém seja mais importante que outro. Apenas garantimos que quem ocupará o cargo mais importante da nossa democracia tenha uma educação de acordo com esse cargo e que adquirirá as competências para o desempenhar, evitando assim que um qualquer "para-quedista" venha a usufruir de uma posição que não deveria ser para proveito próprio mas para o proveito do Povo. Se para isso é necessário manter o dever de ocupar tal cargo dentro de sucessivas gerações da mesma família destinando à nascença alguém para este mesmo cargo, então assim seja, chamem-lhe Rei ou outro nome qualquer! E se é certo que um Rei se pode revelar um "tolo", não é menos certo que o Povo, iludido por falinhas mansas ou bonitas fotografias de cartaz, se tem revelado um mau escolhedor e de memória curta em relação às razões que o levaram por vezes a rejeitar certas escolhas, e poderia haver neste caso, como é previsto em algumas monarquias constitucionais, a hipótese de o Povo escolher destituir o seu Rei passando a chefia de Estado a outro elemento da sua linha de sucessão. Dir-me-ão, no entanto, que mesmo errando o Povo tem o direito de escolher quem quiser e concerteza que concordo. O Povo poderia e deveria escolher livremente os seus representantes na Assembleia, que seriam escolhidos por entre os Partidos e entre listas de cidadãos independentes, que os regulariam e governariam consoante a aceitação dos seus programas eleitorais. Mas a posição maior, aquela que é a de juiz ou árbitro do jogo jogado pelos partidos, nunca poderia estar sujeita a máquinas propagandistas que só nos partidos conseguem a sua força, e que tantas vezes já provou ser falível.

A República como a conhecemos está a fazer perder a esperança dos portugueses. Talvez esta pudesse ser a chama que incentivasse os 60% de abstencionistas a voltar às urnas: a certeza que as "faltas" não continuariam a beneficiar os protegidos pelos mais carismáticos.


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