A história começa assim:
O 'papa' do neoliberalismo económico, Milton Friedman, causou há uns anos escândalo em todo o mundo quando enviou a sua filha de doze anos a uma reunião do Fundo Monetário Internacional, aparentemente na sequência de uma 'iniciativa das suas colegas de turma', para defender a urgente necessidade, sentida por 'todas as crianças', de 'liberalizar os mercados financeiros e em especial os fundos de investimento sediados nas Ilhas Caimão'. Os delegados presentes aplaudiram longamente a criança, e multiplicaram-se nos meses seguintes em entrevistas aos media, justificando as medidas políticas que recomendavam com a 'nova consciência' das gerações adolescentes. "Temos que prestar contas às novas gerações", disse David Z. Fisher, vice-presidente do L.S.B.B., "não sou eu que ficarei para a História como o 'velho que defendia o Estado e a Justiça Social'"
Descansem, estava a brincar.
A 'jovem que calou o mundo' é apenas filha de David Suzuki, um dos mais conhecidos e bem sucedidos comercialmente activistas ambientais canadianos, e o seu discurso no Forum do Rio de Janeiro (pode ser visto em video aqui no blogue, aqui ) não mencionou caimões nem jacarés, embora tenha feito verter muitas lágrimas de crocodilo...
Quanto ao seu destino depois desse adolescente estrelato, apenas fazemos votos para que o facto de ser, aos vinte e dois anos de idade, assessora especial de Kofi Annan, lhe deixe tempo para, no meio das angústias ambientais e do stress dos altos quadros das Nações Unidas, se lembrar dos jovens licenciados que trabalham em call-centers, por não terem tido um pai à altura.
Bem-hajam.
1 comentário:
Bela história de (des)encantar...
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