A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286.
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sábado, 6 de junho de 2009
"Tenha vergonha!"
Não sei se já ouviram falar no concurso "As 7 maravilhas portuguesas no mundo". Neste blogue, já lhe fizemos referência. A votação acaba na próxima quarta (10 de Junho) – se quiser ainda votar, basta ir ao respectivo site: http://www.7maravilhas.sapo.pt/#/home (como aí se pode verificar, o projecto tem o alto patrocínio da Presidência da República, do Instituto Camões e da CPLP, entre muitas outras entidades).
Como seria de esperar, ele despoletou já algumas reacções histéricas, inclusivamente uma Petição (imaginem!), subscrita por António Hespanha, Boaventura Sousa Santos e Miguel Portas, entre muitos outros…
A acusação é a velha do costume: ao celebrar-se o nosso passado, inclusivamente no plano do património, está-se a celebrar, na verdade, a escravatura e todos os demais crimes que se praticaram…
Para esta gente, Portugal deve pois renegar por inteiro a sua História e desfazer-se em pedidos de desculpas, a última moda do PC (Politicamente Correcto).
É óbvio que houve escravatura em África e em muitos outros locais do mundo (aliás, já havia, muito antes dos portugueses lá terem chegado, por mais que isso seja escamoteado). É óbvio que, no tempo das Descobertas, se cometeram muitos crimes. Mas daí a reduzir as Descobertas a esses crimes ou ao fenómeno da escravatura…
Enquanto continuarmos a dar ouvidos a este tipo de mentalidade, não teremos qualquer futuro. A história dos povos é análoga à história de cada um de nós: quando se renega o passado, o único futuro possível é no hospício. O que, não por acaso, é o que parece hoje este país…
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10 comentários:
Não é a pátria a soma do que cada um é? É. Em todas as épocas. Mas sempre haverá portuguesas e portugueses que não se envergonham!
A começar pelos portueses das "bandeiras e dos santos" e que não fizeram nem fazem... mal a ninguém!
Essa "celebração" e "escravatura" não existem na sociedade actual!?
Muita camuflagem...
E de que maneira!...
Enfim.
A escravatura existiu desde que há humanidade, e continua a existir, faz parte da construção da nossa cultura Greco-Romana, mas foram especialmente os Árabes no séc. XV e XVII, que a tornaram um objeto comercial global, vendendo os escravos aos colonizadores europeus, todos os povos europeus colonizadores a utilizaram como bem entenderam, os pretos nem humanos eram considerados pela igreja cristã, as mulheres só foram consideradas da espécie humana pelos católicos muito atualmente, e nos países muçulmanos radicais ainda têm dúvidas... Quem não se orgulha da nossa história, mesmo desta vertente mais negra, não é digno de ser português.
Pelo menos procriamos com os escravos, e críámos o mestiço, Porra !
L+G
E viva a mulata, viva a mestiçagem e esse povo bonito, da lusofonia porra!
Este tipo de atitude é próprio de quem nada tem para dizer, o que pretendem é ser notícia. São como "lapas", colam-se ao que está à mão, e depois é vê-los abrir as bocas, na expectativa de alimento que lhes justifique o ser (ou nada ser).
Enfim... "os cães ladram e a caravana passa", como diz o ti Manel.
Estará vossemecê convencido de que descobriu o caminho marítimo para a índia?!...
RUMOR DE BÚZIOS...
Quando me deito, à luz do candeeiro,
já horas mortas para descansar,
ponho-me a ouvir, d'encontro ao travesseiro,
meu sangue nas artérias latejar:
é umas vezes um rumor ligeiro
de búzios imitando o som do mar;
outras, um grito rouco de gajeiro
por entre a bruma atravessando o ar...
Depois, conforme vou adormecendo,
também ao longe aos poucos vai morrendo
o desfazer da espuma nas areias...
Neto de heróis, poetas e marujos,
que tem de estranho que nas minhas veias
ressoem noite fora os caramujos!
JOÃO DE CASTRO NUNES
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