A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Entre a chama e o bosque

Escrevo este artigo já fora de data, a intenção do editor era a de chegar a tempo do suplemento sobre o Capelo, minha mui amada e distinta freguesia. A minha intenção original passava por manter uma colaboração no campo da ficção. Tudo isso é irrelevante agora, sucede que o tempo correu e nenhuma das intenções se concretizou, nem o Heitor conseguiu o meu texto sobre o Capelo em tempo útil nem eu, também em tempo útil, redigi um novo conto fantástico para essa edição do “Avenida Marginal”.

Quando me foi sugerido escrever sobre a minha freguesia admito que, ao princípio, nada me ocorreu. Não sei porquê mas as memórias por vezes fogem-me desde que abandonei a minha terra, o cérebro enche-se de informação sobre o local onde me encontro, novos nomes, novas ruas, novas pessoas, um novo mundo a processar, um novo mundo que empurra o velho mundo (neste caso o Faial, mais precisamente o Capelo) para o inconsciente. Fiquei apreensivo, quase deprimido, mas eis que me começaram a voltar as memórias. O curioso? O editor deste jornal e a sua família fazem parte de uma boa parte das agradáveis que me foram surgindo, desde tenra idade.

O título do texto não é inocente, “entre a chama e o bosque” ocorreu-me precisamente desses convívios entre a minha família e a do editor no Parque Florestal do Capelo, entre a “chama” das fogueiras que nos assavam o jantar e o “bosque” subjacente onde brincávamos eu, o meu irmão, e os filhos do Heitor.

Recordo toda a parafernália da véspera destes convívios, temperar a carne, o esforço para imitar dentro do possível o famoso pão com alho do Frank Vargas - outra presença quase permanente nas memórias que me têm vindo a afluir – e sei lá mais o quê, o bosque (ou mata, se preferirem) complementava essa chama que por vezes nos aquecia e secava, vítimas éramos da inconstância do clima açoriano.

Já na adolescência sucedeu o que sempre sucede: o lugar anteriormente ocupado pela família é substituído pelo dos amigos. Aqui a constância das chamas e as conversas, jogos e discussões no bosque mantiveram-se e aprofundaram-se, Domingo sim Domingo não, por vezes ao Sábado, parte dos meus melhores amigos oriundos de toda a ilha – da cidade da Horta até aos Cedros – rumavam ao Capelo para a nossa comemoração, o nosso ritual, uma rotina que nunca sentimos como tal.

A chama e o bosque mantêm-se ainda na idade adulta, nos petiscos nas adegas espalhadas entre o Varadouro e o Norte Pequeno, os serões com música – alguns culminando em longos passeios nocturnos na “recta das malhas” ou mesmo no areal do Vulcão dos Capelinhos.

Fui da não-recordação à abundância de recordações, a primeira vez que me deitei num leito de musgo no Monte Queimado e ali vi o pôr-do-sol, as piscinas de pedra natural, as festas do Varadouro, o cheiro do mar na costa, o cheiro das matas dos meus tios e avós, inundo-me de sensações e quase esqueço o nevoeiro quase constante do Areeiro.

Agora o que mais recordo é o verde do bosque e a chama que sinto é a do Capelo propriamente dita, a terra que abandonei mas que permanece ali, faz-me viver livremente seguro de que, caso algum dia tudo me falhe, permanece a freguesia vulcânica como o meu último porto de abrigo.

Avenida Marginal
Ano 2, Nº 3, 29 de Maio de 2009

3 comentários:

Ariana Lusitana disse...

Deve ser um lugar bonito. Nunca estive nos Açores. Já esteve para contecer mais que uma vez mas depois os acasos levaram-me para outras partes.

Ariana Lusitana disse...

(acontecer)

Flávio Gonçalves disse...

"That's not Portuguese food, it's Azorean, it's diferent":

http://www.youtube.com/watch?v=cBigV1P2kwo

Enjoy, documentário em 5 partes.