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1. A Humanidade é una, mas sobre isso haveria muito a dizer. Sobretudo a partir do momento em que deixámos de acreditar em Adão e Eva. Será mesmo “una”? Apesar de não descendermos todos dos mesmos “pais”, admitamos que sim, que somos todos “irmãos”.
2. Essa unidade, ainda que verdadeira, é em grande medida abstracta – ou, dir-se-ia, de forma só aparentemente paradoxal, biológica. É em torno de outros elos que os humanos realmente se agregam.
3. Um desses “elos” é a dita condição social. Daí, nomeadamente, o internacionalismo comunista, segundo o mote: “Proletários de todo o mundo, uni-vos”.
4. Outro é o religioso. Em perca no Ocidente, há quem, por esse mundo fora, pela irmandade religiosa ainda batalhe. Como, por exemplo, o nosso “amigo” Osama (não Obama): não é ele quem quer reconstituir o Califado? Bem sei que é só retórica, mas mesmo assim…
5. Outra ainda, o rácico: “white power” versus “black power”, etc., etc., etc.
6. Na minha perspectiva, o internacionalismo prefigurado pelo MIL é incompatível com estes três: o internacionalismo lusófono funda-se no elo-língua e no que a todas as línguas subjaz: uma História, uma Cultura, uma Mundividência…
7. Que ele seja incompatível com o internacionalismo rácico, é bom de ver: a lusofonia é, historicamente, mestiça ou, pelo menos, multi-racial; com o religioso, também, dada a nossa vocação culturalmente ecuménica; com o proletário, por fim, porque subverte a lógica da luta de classes, propondo, ao invés, uma lógica de articulação inter-classista em prol de um objectivo comum. E, na medida do possível, para benefício de todos…
2 comentários:
Verdades como punhos!
Creio haver um elo, mais fundo que o biológico e o histórico-cultural, que vincula todos os homens e todos os seres: todos no fundo desejamos ser felizes e nenhum de nós quer sofrer, por mais que as concepções acerca do que é a felicidade e o sofrimento variem.
É este universalismo antropocósmico que revela a estreiteza e inconsistência de todos os nacionalismos e internacionalismos e que insisto ser o melhor que a cultura portuguesa tem a oferecer ao mundo.
Ignorar o desejo de felicidade, no sentido de realização profunda do ser, condena todas as empresas, desde as espirituais e culturais às políticas, ao fracasso.
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