
O Mundo está aí
E não poupa mais
A cegueira branca
Das almas puras,
Desprotegidas
Das garras escondidas,
Das falsas pombas alvas,
Que os Céus, ainda, povoam.
O Mundo está aí
E não oferece mais gratidão
Aos nobres espíritos,
Críticos e abertos,
Às ideias claras e distintas,
Às teorias onde o Verdade
Brilha,
Apesar das sombras
Da hipocrisia.
O Mundo está aí
E não escuta mais
Os gritos despertos da Natureza,
Abandonada,
Desolada,
Ultrajada pelas ignóbeis
Mãos humanas.
O Mundo está aí
E não sente mais
Os odores da Terra,
O chamamento,
Das coisas singelas
E clarividentes,
As dádivas da Criação,
O jorrar originário
Das Fontes,
Translúcidas.
O Mundo está aí
E não enobrece mais
A candidez do des-abrochar
Das flores
E dos frutos,
A leveza
Do correr das águas,
Límpidas
E tranquilas.
O Mundo está aí
E não perpetua mais
O poder da Paz,
A força do Amor,
A serenidade,
Do firmamento,
O brilho diáfano,
Das Estrelas.
O Mundo está aí
E não move mais
A transparência,
Dos raios solares,
A magnitude,
Da Lua cheia,
O livre voo
Dos pássaros,
Ou a leveza
Das árvores onde pousam.
Isabel Rosete
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