"É como se Patrício deixasse a mensagem cifrada de que esse Portugal-Inês, de vocação aberta ao exterior de si mesmo, perece às mãos dos que dirigem o destino do país, e quando os Pedros que a amam têm a faculdade decisória é já demasiado tarde, e encontram um cadáver que tentam em vão, demencialmente, reanimar. [...] É também, por outro lado - tanto em Patrício como em Pessoa - , a intuição de um Portugal cultural atávico, internalizado, expresso na poesia das artes e na permuta dos afectos, que não se revê na menoridade do Portugal político de rosto exterior e na miséria social que o estigmatiza; daí a alegoria do feminino: um Portugal como anima vilipendiada - alvo de assassinato como em Inês - por um animus ignaro, patriarcalmente tirânico, que não apreende a profundidade e o valor potencial do que castra"
Armando Nascimento Rosa, As máscaras nigromantes. Uma leitura do teatro escrito de António Patrício, Lisboa, Assírio & Alvim, 2003, pp.217-218.
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
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4 comentários:
Finalmente comeca-se a encarar de frente o subconsciente lusofono, algo fundamental e urgente, especialmente tendo em conta o quanto esse "animus" brutalmente patriarcal tem sido apadrinhado, favorecido e celebrado neste blogue da forma mais grosseira e alarve, sob a capa do "humor", "intelo-politicamente incorrecto" e do "neo-marialvismo chic".
Bem hajas, Paulo.
O patriarcalismo é um dos legados indoeuropeus que sufocou e sufoca muito do que os povos e as culturas têm de mais profundo: a sua feminilidade. O feminismo é uma reacção inevitável contra isso, mas acaba por padecer dos defeitos de toda a reacção, que é ser contaminada por aquilo contra o qual reage, reproduzindo-o inconscientemente.
Há que redescobrir o sentido do feminino profundo, que é uma das chaves maiores para entender Portugal e os seus mitos arcaicos. Entenda-se que o feminino não é exclusivo das mulheres ou das fêmeas, mas sim uma das polaridades do ser.
Este livro é uma maravilha, fundamental para compreender o teatro sublime de António Patrício.
Abraço
Paulo, o que dizes e bem verdade. E por isso que seria muito importante reeditar o texto de Natalia Correia em resposta ao manifesto radical da Norte-americana Valerie Solanas.
Vou ver se consigo esse texto quando vier a Portugal em Setembro e quero escrever um artigo sobre ele.
Temos nesse texto a perspectiva de um feminino profundo comentando um feminismo radical e separatista.
Obrigada pela sugestao.
Um Abraco.
A Brasileira Rosemary Muraro e outro exemplo extraordinario de uma "feminista" que se assume como tal celebrando o feminino profundo, arquetipico.
Um grande ser humano. Valeria a pena publicitar mais a sua obra em Portugal e, quem sabe, traze-la para uma conferencia.
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