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O antigo primeiro-ministro da Guiné-Bissau Francisco Fadul disse hoje, antes de viajar para Portugal, que não está arrependido do que disse e reafirmou que vai processar o governo guineense.
O também presidente do Tribunal de Contas do país falava no aeroporto internacional de Bissau, onde chegou de ambulância e escoltado pela Polícia de Intervenção Rápida (PIR) e militares, momentos antes de embarcar no avião da TAP para Lisboa.
«Até à morte nunca me arrependerei. Se vivesse 100 vezes tornaria a dizer 100 vezes aquilo que já disse», afirmou, quando questionado pelos jornalistas se estava arrependido sobre as declarações que fez.
Francisco Fadul foi hoje transferido para Lisboa para receber tratamento médico na sequência de ter sido atacado na sua residência em Bissau, após ter acusado em conferência de imprensa o primeiro-ministro de estar a revelar atitudes de submissão perante os militares.
Questionado sobre o que vai fazer, Francisco Fadul disse que uma das coisas é «processar o governo».
«Vocês esperem para ver. Uma das coisas que vou fazer é processar o governo», afirmou.
O antigo primeiro-ministro guineense disse ainda que foi atacado por militares em carros novos e com fardas e armas novas.
«São os militares. Em carros militares e com fardas novas e falaram-me de assuntos militares. Bandidos não falam de assuntos militares», referiu.
«Com carros novos, com fardas novas, com armas novas. Eu reitero: foram os militares», salientou Francisco Fadul.
«Infelizmente aqueles que eu tenho defendido sempre foram mandados contra mim», lamentou ainda.
Aos guineenses, o presidente do Tribunal de Contas disse que nos «momentos mais terríveis é quando estamos mais próximos da bonança e da satisfação das nossas necessidades».
Sobre o seu estado de saúde, Francisco Fadul afirmou que já ultrapassou a fase de perigo e que vai tudo correr bem.
«Acho que já ultrapassei a fase de perigo. Estou muito combalido, com muitas dores, mas já acredito que tudo vai correr bem», disse.
Diário Digital / Lusa
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segunda-feira, 6 de abril de 2009
Ex-PM Francisco Fadul vai processar governo guineense
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