A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

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segunda-feira, 16 de março de 2009

Questao para os nossos leitores

Amar a patria quando esta nos discrimina, de forma aberta ou velada, nos explora e nos nega oportunidades de plena realizacao como seres humanos. Resumindo: Amar a patria quando nao somos amados por ela. Santidade? Masoquismo? Ou estupidez?

Ou melhor, resultado de uma propaganda muito bem feita?
Ou algo mais?

25 comentários:

Ana Margarida Esteves disse...

Os milhares de crimes de sangue cometidos pelos militares Chilenos durante o regime de Pinochet foram feitos em nome do "amor a patria" ...

Renato Epifânio disse...

Que enorme talento para misturar alhos com bogalhos...

Ana Margarida Esteves disse...

Como assim?

Limitei-me a fazer perguntas.

Poderias ao menos tentar responder.

José_Leitão disse...

Ana, Amor dá-se, não se recebe. Não o confundam com comércio.

Não é santidade nem masoquismo nem estupidez, é apenas Amor.

Ana Margarida Esteves disse...

Tudo bem, mas sera que a dadivs wue e o verdadeiro o Amor sobrevive no tempo quando ha violencia, seja ela institucional, economica, simbolica ou tudo isto junto?

Pode haver um grande Amor as recordacoes de infancia, a forma como os lugares da nossa formacao nos envolvem os sentidos, as memorias, a familia, aos amigos, a uma lingua e cultura, a uma historia.

Mas em que circunstancias e que esse Amor e forte o suficiente para impedir que alguem deixe a patria quando esta e madrasta em vez de Matria?

Circunstancias excepcionais de heroismo que se verificam em raros individuos de excepcao?

Ou nao?

Qual e a vossa opiniao?

Paulo Borges disse...

Já Vieira o disse: a pátria, sobretudo a portuguesa, é quase sempre ingrata para os que a amam. E todavia ele amou-a até à morte, sabendo aliás que isso o desviava do fim último da alma, a que chamava salvação.

Heroísmo? Indivíduos de excepção? Pois não é isso que há a desejar e a fomentar em todos nós? Se possível acrescido do amor ilimitado e incondicional que uns consideram inseparável da sabedoria e outros da santidade, que nos faça amar não só a pátria mas todos os seres e todo o universo.

Ana Margarida Esteves disse...

E algo que o Universo "pede" de todos nos, mas ao qual apenas uma reduzidissima minoria, aquela que tem as necessidades basicas asseguradas durante a vida toda, tem o potencial de responder.

Repito: O potencial ... Dai ate a sua realizacao vai um passo de gigante.

O resto da humanidade tem de se concentrar a assegurar o pao-para-a-boca ...

"Jaula" criada pela pos-modernidade? Talvez...

Mas nao venham falar em amor incondicional por algo que nao seja a propria prole, ou em qualquerforma de desenvolvimento espiritual, a quem tem a barriga a dar horas ou um emprego em vias de extincao ...

Renato Epifânio disse...

Confusão maior: Pátria e Estado.

Amarei a Pátria se o Estado me der a pensãozinha...

Quasímodo disse...

Eu acrescentaria mais um ingrediente à confusão, Renato:
Pátria, Estado e Governo.

Ana Margarida Esteves disse...

A patria, vista como algo diferenciado de estado e governo, e entao uma entidade etno-cultural.

No entanto, ha grupos dentro desta que vao para alem desse tipo de identificacao.

De onde surge o "amor" por um grupo ento-cultural? Do "amor proprio"? Sendo assim, de que genero de "amor proprio"?

Como relacionar identidades sub- ou sobre-nacionais ou "patriais" (classe, genero, etnia, religiao ou sua ausencia, a propria ideia de Humanidade) e o amor a patria?

A ideia actual de "patria" ou "nacao" tem muito a ver com dinamicas que surgiram no seculo XIX depois das invasoes napoleonicas.

Ana Margarida Esteves disse...

E quando a patria contem em si dinamicas socio-culturais que sao realmente violentas, no sentido material ou simbolico do termo, trucidando parte dos seus "filhos", e por isso dignas de critica ou ate mesmo repudio?

Que eu saiba, as patrias nao sao entidades angelicais.

Casimiro Ceivães disse...

"Gosto de limonada", disse uma vez o escritor Henri de Montherlant, "mas não preciso de que a limonada goste de mim".

Na verdade ele falava da reciprocidade burguesa do amor/paixão, e lembrei-me disto porque de certa forma os extremos se tocam: a limonada (ou os amantes para Montherlant) é coisa que tomamos, a pátria é coisa a que alguns de nós se dão.

Mas, em ambos, o mesmo secreto e aristocrático prazer da assimetria. A plebe funda-se no reconhecimento, talvez porque sem ele seria como a curiosa bola de sabão do nosso dissipador de rebanhos.

Ariana Lusitana disse...

Qual é a capital do Qatar?

Ana Margarida Esteves disse...

Entao, Casimiro, ama-se a Patria como uma entidade incapaz de vontade propria ou uma projeccao platonica esvaziada da mesma, ou da capacidade de nos retribuir de uma forma humana, e por isso que nos recorda da nossa propria humanidade?


Ama-se a Patria como Dante amou Beatriz, que reduziu a uma figura distante, desumanizada, apenas contemplada, e por isso controlavel, pois transforma-se em tela para os nossos sonhos e projeccoes?

E esse um prazer aristocratico, o de amar uma projeccao idealizada, algo muito mais facil do que amar um ser uma colectividade de carne, osso e vontade propria, e por isso perigoso na sua imprevisibilidade?

Mais aristocratico ainda e amar o imprevisivel, aquilo que nos poe em causa e nos mesmos e as nossas pretensoes a aristocratas.

E necessario muito mais coragem para encarar um pedaco de fezes de perto do que um incone acima das nossas cabecas.

Ana Margarida Esteves disse...

Ariana, a capital do Qatar e Doha, famosa pela rodada de negociacoes da OMC: http://en.wikipedia.org/wiki/Qatar#Government_and_politics

Ana Margarida Esteves disse...

"A plebe funda-se no reconhecimento, talvez porque sem ele seria como a curiosa bola de sabão do nosso dissipador de rebanhos."

Como assim? Que eu saiba, quem produz a comida que nos mantem vivos, os moveis onde nos sentamos e limpa os nossos dejectos tem muitissimo miais consistencia.

Acredite, a maior parte da "plebe" esta demasiado ocupada em sobreviver e minorar seu sofrimento para se preocupar se e reconhecida ou nao.

Ser bola de sabao e coisa de poetas, filosofos, misticos, academicos (eu incluida, e nao me orgulho disso), gestores produzidos em massa por programas de MBA e politicos "profissionais".

Ariana Lusitana disse...

Miau miau.

coalvorecer disse...

Para mim, AMAR realiza-se no próprio acto em si. Não pressupõe contrapartidas.

Saudações MIL

Casimiro Ceivães disse...

Ana Margarida, não confunda plebe com os pobres, que é o primeiro passo para confundir os melhores (os homens-bons, como se dizia antigamente em Portugal) com os ricos.

Quanto ao resto, a alternativa não está na carne e na 'projecção idealizada', como é evidente. O amor indiscriminado (conceito contraditório!) pelo seja-o-que-for e pela bruteza da carne faria talvez as delícias do antropófago, mas não as minhas... Eu distingo, e ao distinguir hierarquizo. Daqui não há como fugir.

Mas suponho que me compreenderá bem se pensar em como, para certas pessoas, aquilo a que os sociólogos chamam, julgo eu, os 'papéis sociais' (sou 'macho', 'hetero', 'patrão', ''polícia' etc, são aquilo que têm de mais precioso e a que desesperadamente se agarram, obviamente à custa de quem calhe passar por perto. É isto em última análise a plebe, a insuficiência de si mascarada de exaltação do exterior 'visível'. Acreditará a Ana no poeta que se preocupa com as palmas do auditório, no filósofo que escreve segundo as tendências editoriais, no religioso da primeira fila de todos os templos (o fariseu dos discursos atribuídos a Jesus)? Não creio.

Por isso, por que razão acreditar no militar que só vê razões para guerrear se lhe assegurarem a medalha vitoriosa, no cidadão benemérito que reclama o seu busto no jardim municipal, no político que se compraz no retrato imposto nas janelas?

A sua questão, tal como (re)colocada no comentário do dia 17 às 1:24, está perfeitamente formulada, e a resposta é simples, aliás foi bem respondida pelo Paulo Borges. Uma das coisas que os poderes em que a sociedade moderna se funda nos procuram esconder é esta maravilha: o heroísmo é a condição natural dos homens (e por isso, apenas por isso, a condição natural dos homens não é a de escravo - e eis o que para esses poderes não pode ser divulgado).

Ana Margarida Esteves disse...

"não confunda plebe com os pobres, que é o primeiro passo para confundir os melhores (os homens-bons, como se dizia antigamente em Portugal) com os ricos."

Infelizmente sao as cocnepcoes que predominam e que e urbente desconstruir e varrer das nossas mentes e do nosso dia a dia.

"Mas suponho que me compreenderá bem se pensar em como, para certas pessoas, aquilo a que os sociólogos chamam, julgo eu, os 'papéis sociais' (sou 'macho', 'hetero', 'patrão', ''polícia' etc, são aquilo que têm de mais precioso e a que desesperadamente se agarram, obviamente à custa de quem calhe passar por perto. É isto em última análise a plebe, a insuficiência de si mascarada de exaltação do exterior 'visível'."

Como isso e bem verdade (sou sociologa;-) )! Incluindo os proprios "filosofos" e "poetas" que alguns afirmam deveriam ocupar o poder.

Custa tanto ser-se simplesmente humano a essas pessoas de que o Casimiro fala que se agarram a esses papeis, tao solidos quanto bolas de sabao, para se armarem em outra coisa supostamente mais "importante".

"Acreditará a Ana no poeta que se preocupa com as palmas do auditório, no filósofo que escreve segundo as tendências editoriais, no religioso da primeira fila de todos os templos (o fariseu dos discursos atribuídos a Jesus)? Não creio. "

Esse genero de "poeta" e tao detestavel que se torna uma ofensa a propria Poesia,

O filosofo que escreve segundo as tendencias editoriais nao por acreditar verdadeiramente nelas, mas para assegurar uma posicao de destaque na "ordem da bicada" nao e um filosofo: E prostituto, por muito que digam que e apenas uma pessoa esperta que tem um estomago para forrar, uma casa para pagar e ate uma familia para criar (e um ego a alimentar).

O "religioso" da primeira fila de todos os templos costuma ser um narcisista patologico e em certos casos um prostituto do genero dos "filosofos" supracitados. O pior de tudo e que aqui nao se prostitui so a si mesmo, mas tambem ao que existe de mais Sagrado.

Quanto ao resto, e muito semelhante.

"o heroísmo é a condição natural dos homens (e por isso, apenas por isso, a condição natural dos homens não é a de escravo - e eis o que para esses poderes não pode ser divulgado)."

Olha, olha ... Sera que temos aqui um Evoliano;-)? Ou sera um Crowleyano? Na practica nao vai dar tudo ao mesmo;-)?

Osiris disse...

Destes 20 comentários só os da Ariana Lusitana se aproveitam.
Digam-me lá se isto é ou não é humor ? "Qual é a capital do Qatar?"; "Miau,miau" !...
É claro que ela tem razão !...A Ana Margarida Esteves tem um extraordinário talento para criar polémicas.
Deixem-se de filosofar e encarem as questões de frente: se querem uma resposta consistente, estudem as reacções dos emigrantes e eles dir-vos-ão o que é Pátria e o que é o amor á Pátria, sem pratriotismos balofos ou bacocos.

Ana Margarida Esteves disse...

Muito obrigada pelo elogio, Osiris. Da polemica nasce o conhecimento.

Casimiro Ceivães disse...

Evoliano, crowleyano, ou - inagine - um católico. O mundo é um lugar complicado.

Ana Margarida Esteves disse...

"catolico" significa neste caso "abrangente"... Nao estou a ver o Casimiro como Catolico a moda do Vaticano nem do Monsenhor Lefebvre;-) ...

Casimiro Ceivães disse...

Ai de mim, Ana MArgarida. Já estive mais longe.

Pois se o Paulo Borges me tem vindo a convencer de que o Holocausto na realidade não existiu :P