"Conseguimos esse desiderato de alienado - a normalização da anormalidade. Obtivemos, com isso, a vantagem de tornar a vida mais agitadamente interessante a um bom numero de pessoas que, em uma sociedade bem ordenada, não existiriam, propriamente fallando, individualmente. Mas essa vantagem individual, e por isso transitoria, pagamol-a com a fixação parallela, da incapacidade de crear, com a normalização, conexa, da impottencia de grandes idéas, a inappetencia para grandes fins.
Nós realisamos, modernamente, o sentido preciso d'aquella phrase de Voltaire, onde diz que, se os mundos são habitados, a terra é o manicomio do Universo. Somos, com effeito, um manicomio, quer sejam ou não habitados os outros planetas. Vivemos uma vida que já perdeu de todo a noção de normalidade, e onde a hygidez vive por uma concessão da doença.
Vivemos em doença chronica, em anemia febricitante. O nosso destino é o de não morrer por nos termos adaptado ao stado de (perpetuos) moribundos"
- António Mora, Obras, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 2002, p.214 [manteve-se a grafia original].
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286.
Donde vimos, para onde vamos...
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segunda-feira, 9 de março de 2009
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