A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
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Donde vimos, para onde vamos...

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Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

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domingo, 15 de março de 2009

Da radical abolição de preconceitos

"Que maneira ha de approximar a sensibilidade da rapida multiplicação dos estimulos? Evidentemente que maneira natural, por assim dizer, não ha nenhuma. Mas ha uma maneira artificial.
Como obter essa artificialização da sensibilidade? Como pode o homem tornar-se, effectivamente, o constructor do seu proprio emotivismo?
Mediante trez processos:
(1) A abolição do preconceito da personalidade. Acabemos com a idéa de que cada individuo é só elle-proprio. Todos nós coexistimos ao mesmo tempo que existimos. Todos nós somos todos os outros.
(2) A abolição do preconceito da individualidade. Deixemos de acceitar como verdadeira a these fundamentalmente theologica da indivisibilidade da alma. Somos aggregados de celulas, agrupamentos de psychismos, de sub-nós, somos inteiramente tudo menos nós-proprios. Submerjamo-nos no mar de nós-proprios, afogados no Universo de lhe pertencermos.
(3) A abolição do dogma da continuidade lateral. Não julguemos mais que nós, do presente, somos um laço, um hyphen mobil, entre o passado e o futuro. Não somos. Somos sim continuos mas não com o passado ou com o futuro. A nossa continuidade é toda com o presente - com o presente externo de todas as cousas, e com o presente interno de todas as sensações"

- Fernando Pessoa, in Pessoa Inédito, coordenação de Teresa Rita Lopes, Lisboa, Livros Horizonte, 1999, pp.311-312.

10 comentários:

Ana Margarida Esteves disse...

Imaginem que a nossa cultura passa por uma mutacao tal que a ideia de individualidade e abolida. Qual sera o resultado em termos politicos? A formacao de uma massa amorfa, facilmente manipulavel por propagandas destinadas a exaltacao do pais como um "todo organico" em detrimento dos direitos e liberdades individuais e grupais?

Ana Margarida Esteves disse...

Sera que esta "radical abolicao de preconceitos" nao levaria a emergencia de outros, relacionados coma rejeicao de quem quer que nao se identifique com o "sentimento oceanico" de pertenca a um todo "organico" e "desindividualizado"?

Paulo Borges disse...

Creio que o Pessoa já respondeu a isso: a abolição do preconceito da individualidade é a abolição do preconceito da totalidade. O mar-oceano é irredutível a qualquer entidade sociomórfica.

Seja como for, quando se pensa a natureza do real, não se pode condicionar isso pelo que imaginamos serem as consequências políticas ou outras. Isso é moralizar o desejo de conhecer.

Ana Margarida Esteves disse...

E fundamental moralizar o desejo de conhecer. Senao temos resultados como as experiencias medicas em seres humanos feitos em campos de concentracao nazis, ou mais recentemente a inoculacao do virus de uma doenca altamente contagiosa (nao tenhoa certeza se era sarampo ou papeira) na populacao negra Norte-americana com o objectivo de estudar os seus efeitos, resultando em casos de esterilidade, cegueira e, nao me engano, ate mesmo a morte de alguns seres humanos reduzidos a cobaias.

O desejo de conhecer, quando nao e moralizado, torna-se uma arma de destruicao macica.

Ana Margarida Esteves disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paulo Borges disse...

POrventura no domínio da ciência aplicada, nunca no da filosofia. O que aliás é impossível. Quem é que pode impedir alguém de pensar o que quiser ou puder sobre a realidade, incluindo haver ou não realidade?

Ana Margarida Esteves disse...

Depende da intencao. Mas sera que a intencao antecede o pensamento, ou e o contrario que acontece?

Paulo Borges disse...

Como haverá pensamento sem intencionalidade!? O que não quer dizer que não existam estados de consciência não intencionais, supra-discursivos, como a própria fenomenologia começa a admitir. Mas isto já nada tem a ver com a questão.

Ana Margarida Esteves disse...

Ai e que esta o busilis da questao.

Ninguem pensa sem ter uma intensao previa sobre o que quer concretizar com o seu pensamento.

nao existe "filosofia pura" e muito menos "pensamento puro".

Nada e puro nesta dimensao. Infelizmente, no actual estado de conscienca, ainda esta tudo contaminado pela vontade de poder.

Os "Budas", os "Santos" e os "Mahtmas", os unicos capazes de pensamento incondicional e incondicionado, sao uma rarissima excepcao.

Paulo Borges disse...

Não creio que possa haver pensamento incondicional e incondicionado...