A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
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Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

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terça-feira, 17 de março de 2009

como se faz um poeta (parte um e dois)

Num poema nocturno

os pássaros caminham a pé

rumo ao mar das palavras


Entre o abismo e o deserto

um grão de luar espelha bêbadas sombras

- de nada lhes servem as asas –


Mas os pássaros não desistem

e peregrinam até ao verso final

alumiados por um coração-faroleiro.


Eu não sei como se faz um poeta

mas penso que tem algo a ver com céu, terra e mar



....



Vinde a mim com coragem, atirai-me toda a vossa cólera,

fome, desgraças, doenças raras e outras negações

Atirem-me para o lado mais negro da vida

e soltem os caninos a sorrir


Atirem-me à cara a Língua Portuguesa,

a gramática inteira, enciclopédias, S. Ciprianos,

e que o poema me saia num vómito

e a minha alma se magnifique com o estrondo!


Ó palavras minhas, como vos hei-de entender

se eu próprio me perdi na origem?

Ó palavras humanas, tão cheias de carne,

como pegar na caneta sem me aterrorizar?


Sempre ouvi dizer que o poeta tem de sofrer

que em cada verso o chão treme e sisma em enlouquecer

por isso abram portas às colmeias quando eu por lá passar!


Fazer um poema como se faz um filho à mulher amada

diante do altar não é pecado; já muitos me vieram contar

...mas a mim falta-me o à-vontade.


A inspiração é um redemoinho sempre ligado à cabeça,

torna-nos loucos,

a ganhar ramagem entre os dentes e os dedos.

Pergunto: como fazer um poema sem perder a erecção?

Como dizer ao mundo que sou poeta se nunca chupei a teta à poesia?


Ó palavras altas, ardentes, tesas, vinde com trinta olhos,

trinta sóis apontados,

tenho o compromisso de terminar este poema

a minha morte é já acolá

E ainda tenho uma estrela para devorar

Preciso de escurecer,

tenho pássaros e peixes algures entre os rins e o coração,

que, se lhes faltar o pasto, ó meu deus,

se lhes faltar o pasto,

ficarei entregue e exposto ao mundo das coisas,

apostando tudo numa última reza.



meu blog: teoria dos calhaus

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