VITOR MANUEL ADRIÃO
Inicio este estudo, tendo estado presentes vários dirigentes políticos na hora da sua
alocução pública (Lisboa, 1984), recuando ao Período Quaternário que marcou a Civilização
Atlante mãe da actual, ao momento em que os olhares da Humanidade enviesaram cobiçosos dos
valores e posses de uns pelos outros, começando assim a perda gradual – cada vez tomando mais
velocidade à medida que se precipitava na degradação psicossocial da Raça – da noção de intercomunhão
das criaturas e intercâmbio de relações justas até ao completo esquecimento do que
fora o primitivo e universal sentido prático de Comunidade (de “comum+unidade”, a unidade
comum ou universal equivalente ao lema aghartino At Niat Niatat, “Um por Todos e Todos por
Um”), começando assim as guerras feudais, depressa tornadas nacionais até afligir todo o
continente da Atlântida, que a ferro e fogo acabou afogando-se nas fúrias atlânticas do Oceano
implacável.
Esse retrato não vai bem com o panorama psicossocial dos dias actuais de um Ciclo
podre e gasto, onde o vício é uma virtude e a virtude um preconceito, cada vez campeando mais
a injustiça, a ignorância e todos os males à solta dos “4 Cavaleiros” do Apocalipse?... Mas
certamente, e a História o prova abundantemente, melhores dias haverão de vir para o Mundo…
Desde então, da Queda Atlante correspondendo ao Dilúvio Universal, a actual Raça-Mãe
Ária ou Ariana que lhe sobreveio tem – através dos seus mais preclaros Filhos todos pertencentes
ao mais que excelso Panteão dos Deuses ou Avataras, não importa se maiores ou menores, pois
que todos têm subscrito a mesma mensagem de Concórdia Universal e assim impulsionado o
progresso sócio-espiritual da Humanidade – se esforçado por fazer renascer a primitiva
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Comunidade ou Concórdia Universal dos Povos, que é dizer, a Sinarquia que brilhou na antiga
“Arcádia dos Deuses” ou Idade de Ouro (Satya-Yuga), sob a égide da mais ampla Igualdade (dos
corpos, em proposição), Fraternidade (das almas, em tese) e Liberdade (dos espíritos, em
princípio), esse que, aliás, foi o lema social da Maçonaria em França no século XVIII.
Já há seis mil anos Fo-Hi, criador da tese da imutabilidade Yin-Yang pela qual explicava
o Equilíbrio Universal dos Opostos (Feminino e Masculino, Matéria e Espírito, Lua e Sol, etc.),
juntava e guiava o povo chinês, até então disperso em tribos e clãs, para as planícies férteis junto
do Rio Amarelo, ensinando-o, baseado nessa sua tese filosófica, a viver em harmonia com a
Natureza e, consequentemente, consigo mesmo.
Por sua vez Orfeu, “Aquele que cura pela Luz”, iniciou a Grécia, num período de grande
instabilidade social e religiosa, no culto a Apolo, o Verbo Solar, portanto, de cariz absolutamente
evolutivo, ao mesmo tempo que estabelecia os fundamentos do Tribunal dos Anfitriões a quem a
Grécia deve a sua unidade nacional até hoje.
Zarathustra (“Estrela de Ouro” ou “Esplendor do Sol”, nascido em Bactriana ou em
Rhagés, não se tem a certeza, perto da actual capital do Irão, Teerão, talvez 1.000 a.C.), na
Pérsia, Fundador e Legislador (donde, Manu) da doutrina monoteísta do Fogo Primordial ou
Mazdeísmo (também conhecida por Magismo, Parsismo, Zoroastrismo ou “Culto do Fogo de
Ormuz” ou Ahura Mazda, “A Luz das Luzes”), inculcou fundo na mente do seu povo Arya a
noção importantíssima de «a união fazer a força», conseguindo criar a unidade nacional de
características sinárquicas. Desenvolveu a agricultura das terras ensinando o método tradicional
de melhor as trabalhar para que dessem colheitas fartas, pelo que inventou novas alfaias
agrícolas. Aos sábios do seu Colégio dos Magos revelou a doutrina astrosófica dos Espíritos
Planetários (Kabires, sendo os mesmos Kumaras hindustânicos) e os segredos da Agricultura
Celeste (Alquimia).
Todos seguiram e reconheceram a superioridade incontestável de Zarathustra ou
Zoroastro (“Zero-Astro” indicativo do próprio Sol Central, o 8.º Espiritual do Sistema de
Evolução). Isso em conformidade com o que afirmava há cinco mil anos Krishna a Arjuna:
«Quando um homem nobre homem faz alguma coisa, os outros o imitam; o exemplo que ele dá,
é seguido pelo povo» (in Bhagavad-Gïta, cap. 3, vers. 21).
Em concordância com Krishna, Lao-Tsé, “Velho Mestre” da China milenar, expôs na sua
obra Tao-Te-King, o “Livro da Via e da Virtude”, no versículo 58: «Quando o governante é
indulgente, o povo permanece puro. Quando o governante é intransigente, o povo torna-se
transgressor». Foi esta a razão que levou Confúcio (551-479 a.C.) a opor-se à exploração sócioeconómica
exercida despoticamente pelos senhores feudais da China do seu tempo, e a procurar
instituir um modelo de governação justa em moldes sinárquicos.
Voltando ainda à Grécia, no século IV a.C. Pitágoras, “Espírito Vidente”, fundou na
colina de Crotona a sua “Escola Pitagórica”, admitindo indistintamente alunos de todas as
classes sociais e raciais como exemplo vivo do que lhes pretendia incutir: o princípio da
fraternidade universal. De maneira semelhante procedeu o Iluminado Platão na sua Academia
de Atenas, resumindo-se nesta frase capital toda a sua política sinárquica: «Eu sou cidadão do
Universo e procuro viver como bom cidadão cósmico».
Já na Idade Média europeia, o espírito de entrega do Franciscanismo cristão identificavase
pleno com o espírito de adoração do Sufismo islâmico, e já a Ordem dos Cavaleiros Pobres de
Cristo e do Templo de Salomão (vulgo, Ordem dos Templários) tentara fundar a Sinarquia
Europeia, ou melhor, Transeuropeia unindo aos dois hemisférios do Mundo numa verdadeira
Conquista Espiritual, apesar de a tentativa ter gorado no plano das realizações imediatas.
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A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286.
Donde vimos, para onde vamos...
Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)
Albufeira, Alcáçovas, Alcochete, Alcoutim, Alhos Vedros, Aljezur, Aljustrel, Allariz (Galiza), Almada, Almodôvar, Alverca, Amadora, Amarante, Angra do Heroísmo, Arraiolos, Assomada (Cabo Verde), Aveiro, Azeitão, Baía (Brasil), Bairro Português de Malaca (Malásia), Barcelos, Batalha, Beja, Belmonte, Belo Horizonte (Brasil), Bissau (Guiné), Bombarral, Braga, Bragança, Brasília (Brasil), Cacém, Caldas da Rainha, Caneças, Campinas (Brasil), Carnide, Cascais, Castro Marim, Castro Verde, Chaves, Cidade Velha (Cabo Verde), Coimbra, Coruche, Díli (Timor), Elvas, Ericeira, Espinho, Estremoz, Évora, Faial, Famalicão, Faro, Felgueiras, Figueira da Foz, Freixo de Espada à Cinta, Fortaleza (Brasil), Guarda, Guimarães, Idanha-a-Nova, João Pessoa (Brasil), Juiz de Fora (Brasil), Lagoa, Lagos, Leiria, Lisboa, Loulé, Loures, Luanda (Angola), Mafra, Mangualde, Marco de Canavezes, Mem Martins, Messines, Mindelo (Cabo Verde), Mira, Mirandela, Montargil, Montijo, Murtosa, Nazaré, Nova Iorque (EUA), Odivelas, Oeiras, Olhão, Ourense (Galiza), Ovar, Pangim (Goa), Pinhel, Pisa (Itália), Ponte de Sor, Pontevedra (Galiza), Portalegre, Portimão, Porto, Praia (Cabo Verde), Queluz, Recife (Brasil), Redondo, Régua, Rio de Janeiro (Brasil), Rio Maior, Sabugal, Sacavém, Sagres, Santarém, Santiago de Compostela (Galiza), São Brás de Alportel, São João da Madeira, São João d’El Rei (Brasil), São Paulo (Brasil), Seixal, Sesimbra, Setúbal, Silves, Sintra, Tavira, Teresina (Brasil), Tomar, Torres Novas, Torres Vedras, Trofa, Turim (Itália), Viana do Castelo, Vigo (Galiza), Vila do Bispo, Vila Meã, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de São Bento, Vila Real, Vila Real de Santo António e Vila Viçosa.
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9 comentários:
O problema de uma nova sinarquia como está *realmente* a ser pensada a curto-médio prazo é que a mesma quererá ser criada aproveitando as estruturas de poder oculto actuais (de forma não -transparente, mas implícita) , o complexo militar-industrial, (ver http://www.thevenusproject.com/ ) através da instauração duma ditadura militar a nível planetário, com apoio inquisitorial, virado para os não-"crentes". Este tipo de "nova sinarquia" em gestação é antagónico com o desejo de um "V Império" de Homens livres e conscientes, este último só podendo ser formado a partir da coalescência de comunidades de seres livres e conscientes.
Não meu amigo, não levará em conta as forças negativas atuais, ao contrário, impor-se-á pela necessidade absoluta de uma ordem superior baseada em: "paz amor e sabedoria"
»»impor-se-á pela necessidade absoluta de uma ordem superior baseada em: "paz amor e sabedoria"««
A que se vai impor pela consciência da necessidade de paz, amor e sabedoria é aquela que eu defendo e que acredito que a pouco e pouco irá acontecer pelo exemplo dado pelas comunidades que forem adoptando princípios justos. Esse, será o verdadeiro V Império. A outra, que está a ser pensada há muito tempo irá ser mera reciclagem das velhas forças negativas, mas agora vestidas de branco ... "wolfs in sheep's clothing" ... porque até hoje ocultas e ninguem lhes viu a cara, podem sempre apresentar novas "ideias" e movimentos para continuarem aquilo que sempre fizeram, escravizar o Ser Humano. Quando o tempo chegar, possam aqueles que Conhecem reconhecer a sua verdadeira face.
"A outra, que está a ser pensada há muito tempo irá ser mera reciclagem das velhas forças negativas, mas agora vestidas de branco..."
Sempre a ordem da real confraria branca se vestiu de branco.
Quanto ao reciclar certamente creio que seja mesmo a única coisa imutável, pois o material que existe em termos humanos é este
mesmo homem.
Mas se não acredita numa ordem superior eu lhe digo o seguinte:
se fosse possível instituir esses grupos justos e depois alargar seus horizontes, devido a inércia passiva que é uma das características do ser, tão logo entrasse em decadência, e todas as civilizações acabam decaindo, sem uma ordem superior comeriam-se uns aos outros.
Não faz 30 dias um aqui foi comido com requinte: cérebro e coração e outras partes "nobres", por um povo livre cujas leis são baseadas na natureza.
Acredito que existe uma ordem meta-tridimensional, mas não lhe chamaria superior. Acredito que são seres que não se encontram no domínio do plano absoluto e por definição são seres de dualidade. Assim, podem existir seres superiores bem como inferiores, para a nossa percepção física e mortal não são discerníveis, ou seja chamar-lhes superiores ou inferiores é apenas uma questão de fé. Pelas suas acções serão reconhecidos, mais que pelas suas palavras. Não sou contra a fé e a devoção, desde que não prejudiquem a elevação de consciência do Ser Humano. A Fé cega sempre levou às maiores tragédias da História Humana como seja o caso da Inquisição... também aí se pretendia expurgar o Mal do corpo dos condenados ... em nome de Deus ...
"A Fé cega sempre levou às maiores tragédias da História Humana como seja o caso da Inquisição... também aí se pretendia expurgar o Mal do corpo dos condenados ... em nome de Deus..."
Sim, e nesse contexto e por incrível que pareça quem a inquisição matou, os corpos defenestados foram justamente dos Sinarquistas, da época, e em todos os tempos.
E quem tem sido afinal crucificado?
Desde sempre e em nossa história nenhum Vieira abriu mão de um "Sumo...", Camões, Fernado Pessoa depois de iniciado, pós "Sexo Sujo",professor Agostinho, e no mundo outros Agostinhos...
E a fé cega é mesmo a falta de uma verdadeira e conceba um Universo com o toque de um Supremo Arquiteto, um Sumo Pontífice e um Supremo Legislador para estar de acordo com o Alto de todas as raízes, com suas Trindades...
Fé cega me parece ser o caminho de grupos que desprezem a existência de uma Inteligência Suprema adequada,com sangue real...
Presente quando necessária para dirigir... sempre de cima para baixo, pois que de debaixo para cima não tem pai nem mãe nem filho e espírito santo....
É preciso descer de cima de qualquer conceito e mergulhar no tempo que levou a natureza até reunir bilhões de colônias de células (isto sem falar nos menores que elas)que viram órgãos,
até virar homem e pensar...
E neste meio tem gente que acredita que pode conduzir este rebanho a porto seguro e ser manu o meio de redenção, mas para levar aonde? quando a terra já não mais puder abrigar a vida, para onde naquela tempo pensam estes salvadores nos levar?
E no fim de nossa galáxia para onde iremos?
A falta de fé que gera tanta desconfiança, e esta desconfiança é um travão tão grande! é que reduz o homem até daqui a pouco,
logo fica velho e morre, mas antes de morrer quer levar a humanidade até ali na frente.
Isto é perfeito! esta ideia é perfeita para construir, mas serve antes de tudo a cada um de nós...
Se quer salvar o mundo, salve antes a si mesmo.
Julio, que história é essa do 'comido em 30 dias' ?!
"Julio, que história é essa do 'comido em 30 dias'?!"
Não sabe?
Um grupo de indios matou e comeu mais assim partes de um branco, no Amazonas, há menos de trinta dias atrás.
Não sabia.
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