A atual Crise financeira não tem só desvantagens… Nos EUA - que ainda são o motor da Economia mundial, para o pior e para o melhor - entre 2000 e 2007 houve em cada ano um aumento médio de produtividade dos trabalhadores norte-americanos de 2,5. Seria de esperar que parte desse aumento, e do consequente aumento de lucro das empresas se viesse também a traduzir num aumento dos rendimentos familiares. Contudo, tal não aconteceu. Os rendimentos médios dos americanos estagnaram durante esses sete anos, o que significa que os lucros obtidos foram apenas repartidos entre gestores e acionistas, não nos trabalhadores, como sucedia parcialmente antes do advento da Globalização.
A presente crise é muito mais económica que financeira. Tem raízes muito mais profundas do que a simples “falta de confiança” do Mercado ou do congelamento dos empréstimos interbancários. A presente crise assenta num sistemático desinvestimento corporativo. Nos últimos dez anos, e apesar de um aumento generalizado dos lucros das grandes corporações e das mega organizações financeiras e multinacionais, o investimento caiu. Imensas quantidades de Capital assim acumulado, que antes eram convertidos em investimentos em bens e equipamentos foram transferidas para a Bolsa e convertidas em papel acionista. Os desinvestimentos no tecido produtivo estão a traduzir-se num abrandamento do crescimento da produtividade que se observa no mundo ocidental pelo menos desde 2004.
Se esta economia de Casino deixar de ser financeiramente tão recompensadora talvez os capitais que ela absorvia de forma economicamente improdutiva regressem ao seu papel financiador de novas empresas, investimentos na melhoria e optimização de processos e serviços e na geração de Emprego. Se os grandes capitalistas deixarem de ser meros especuladores e se tornarem em investidores e empresários empreendedores dinâmicos talvez desta Crise surja um novo mundo, mais equilibrado e recentrador do papel do Homem na Economia, ao invés da sua simples redução ao papel de Produtor e Consumidor onde o quiserem remeter.
6 comentários:
Também aqui a Pátria é importante. Foi quando o Capital deixou, também ele, de ter Pátria, que tudo isto se transformou num Casino Global...
Abraço MIL
De facto... Hoje ninguém sabe de que país são as grandes empresas... Deslocalizam o trabalho e o capital, tudo junto... E muitas multinacionais são hoje mais poderosas que muitos governos...
No final da década de 70, a Editora Vozes publicou um livro no Brasil, de autoria de Hugo Assmann, Theotonio dos Santos e Noam Chomsky, intitulado A Trilateral - Nova Fase do Capitalismo Mundial. Nele, os autores desnudavam o que acontecia na época e antecipavam o que então consideravam o futuro, e que hoje é a nossa realidade.
Recomendo.
Trilateral, CFR, Bilderberg... Sim, estão todos ligados e manipulam de perto aquilo que se passa no mundo (sempre a seu favor, claro...)
Discordo totalmente das ligações que alguns fazem entre estas entidades "pardas" e "reptilianos" ou a "conspirações dos sábios de sião", mas reconheço a sua existência e terrível influência.
Sobre a crise e toda a desinformação que a acompanha encontrei um filme que explica tudo despretenciosamente, como eu gosto.
Sugeri num post que o vissem para passar bem de ano.
http://mariaafonsosancho.blogspot.com/2008/12/entre-o-ano-bem-como-voc-marece.html
Está tudo explicado com a maior simplicidade.
Simples.
Como só consegue ser quem domina plenamente um assunto.
Cuidado: Vivemos na era da informação. E como de tubarões se trata vivemos numa sociedade de informação "desinformada".
Tentemos uma linguagem mais acessível para explicar ao mundo a razão de ser das coisas que não deveriam ser.
Importante que se saiba que os tubarões tem pés de barro e uma língua que não tem pátria, que nada diz porque não informa quando fala.
Pela boca morre o peixe!...
Tubarões do mundo num cardume e a Terra expiará. Que Deus nos retire o livre arbítrio porquanto poucos o usam e os que usam, abusam.
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