Duas crianças -Mika, de 6 anos, e Anna-Lena, de 7, fugiram de casa no dia 1º de janeiro com a intenção de casar na África, informou nesta segunda-feira (5) a polícia alemã. Juntos com eles, estava a irmã mais nova de Anna-Lena.
Duas crianças -Mika, de 6 anos, e Anna-Lena, de 7, fugiram de casa no dia 1º de janeiro com a intenção de casar na África, informou nesta segunda-feira (5) a polícia alemã. Juntos com eles, estava a irmã mais nova de Anna-Lena.
Que serviria de testemunha, do casamento
Portas e janelas (C. O.)
Eu vi um homem agitado com as mãos nos olhos.
Eu vi que as tirando dos olhos tampava os ouvidos.
Eu vi que as tirando dos ouvidos tampava o nariz.
Eu vi que as tirando do nariz não tampou a boca.
Este homem tagarela estava trancado dentro de si.
De entrada ou saída não possuía portas ou janelas...
Herdara todas as possíveis entradas por onde
Poderia abrir tanto portas quanto janelas, mas não as abrira.
Possuía orifícios por onde entravam muitas coisas,
Mas não saíam pelos canais de expressão
Produtos acabados... Sequer palavras inteiras!
Nenhuma sentença integral, qualquer saber terminado.
Orifícios e furos, este homem estava todo furado.
De tudo ouvia, e de tudo via, sentia e cheirava....
Porém, tudo fracionado; tão fracionado que, do que dizia,
Este homem que de tudo ria, de tudo não dizia nada.
Este é um homem esponja, sem medida nem cânone...
É um ser primário, mas, muito curioso, é já um homem!...
Ainda que não pense pela regra, possui instinto...
Eu vi este homem passando, sumindo...
Um segundo homem eu vi todo encerrado em si.
Nenhuma porta ainda se abrira; só uma janela
Semi-aberta por onde ele via correr a vida lá fora.
Espaços assinalados a portas e janelas, tantos!
Todas as possibilidades para receber
O que por eles entrasse, também.
Mas, meio aberta, apenas uma pequena janela.
Trazia, porém, pendurada ao pescoço uma legenda
E um símbolo com letras tristes e opacas indicando a sua fé...
Além deste signo e estado psíquico sob efeito de um dogma
Pobre de ciência, para este homem não existia mais nada.
Tantas possibilidades, tantas crenças, tantas ciências,
Mas por sua janela, criações “diabólicas” não passariam!
Fechara-se este homem ao novo e segue rindo escondido,
Porque é pecado rir diante do povo.
Deste homem mais não carece dizer, pois seu verbo é fechar;
E de tanto exercê-lo fechou todos os sentidos para neles nada entrar.
Sua fé? Nem sua fé entrou! Engoliu-a e foi por ela devorado.
Este homem se fez presa da sua falsa, exclusiva e pobre fé.
Todavia intolerante com a fé alheia,
Este homem ninguém sabe o que realmente quer...
Propaga e defende uma crença, mas esmaga a outra qualquer.
Vi um terceiro homem de letras, astuto e bem definido.
Sentido afiado, corrido, pragmático, pleno, fleumático,
Frio, intelectual, bom papo, formal...
Abertas apenas uma porta e uma janela, por onde crê ver o Universo.
E apesar de todos os predicativos universais,
Só a pequena porta e a pequena janela mantém abertas.
Mas estranho e constantemente ri muito...
Pois para ele o mundo é simples e já, farto e alegre.
Porém, anda sempre correndo, programado e material...
À sua porta corre pequeno regato de uma filosofia
Personalista e quantas outras do mesmo gênero a ela se juntarem,
E intelecto, para o gasto bastante e ele bem formado.
Porém, como bem diz o ditado,
Na forma mais densa e pesada de uma só crença,
Uma só música, apenas um vinho,
(se herdara o gosto de um bom vinho)!
Senão apenas um gole de individualismo amargo,
Numerado, pequeno e de pouco valor e peso dotado.
Este homem é aquele ao qual não se julga em demanda
Sem que sua flama não chamusque.
Repleto de cátedra, mal percebe que o estrado
Onde subiu é mero um retângulo, cujas dimensões
Tão reles de tamanho e perecível, logo num piscar
De olhos pela viva ação do cupim, desaparece.
E a janela por onde deveria entrar ou sair algum acréscimo,
Qual Narciso reflete a si mesmo rindo em forma astral.
Ou, para os mestres da psique projeção de si mesmo
No espelho e à janela de quem vai, enquanto ele passa...
(Quase sem deixar rastro nem história digna)
Eu vi outro quarto homem estranho e magnífico.
De pé, não passava!
Estranhamente este homem não passava!
Parecia antes esperar, embora parecesse Correr.
Portas e janelas tantas! E parecia que a cada instante,
No ritmo em que se movia...
Mais e mais portas e Janelas para este homem se abriam.
Tantas, que era possível ver coisas essenciais e inteiras entrando e saindo.
Mas, pacificamente, este homem fitava o horizonte de todas as crenças e formas de fé.
Igualmente todas as ciências, todas as histórias pacificamente fitava.
Ouvia todas as falas e sons de todas as coisas e seres.
Simples, descalço e pobre de moedas, mas próximo de si mesmo...
Um homem de consciência de si já inteira, mas não acabada!
Inteira na relação com os semelhantes, mas inacabada para o Todo!
Há nele algo estranho e um predicado muito precioso e simples.
Possui este homem a magnífica magia que o faz andar e seguir em frente...
Partir, partir sempre num eternamente caminhar.
Pois é este sim o andar daquelas Mônadas, às quais consagram portas e janelas...
E que a este quarto homem se juntaram em pontos distantes
Mas estratégicos, do planeta Terra;
Mas ainda assim, aqui, aonde vão todos e tudo inventariado como hóspedes,
Enquanto às vezes bando e naturais filhos, enquanto gente...
Mas enquanto há vida, e enquanto podem!
Este é um daqueles homens raros e muito pouco vistos.
E quando um se nota, quase sempre há muito já passou por nós,
Sem que o tivéssemos visto.
E assim contra nós conspira o cosmos, por culpa dos falsificadores da verdade,
Para ratificar Aquele que disse e sempre haverá de repetir...
“Ele já veio e vós não o reconheceste!”.
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
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terça-feira, 6 de janeiro de 2009
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2 comentários:
viva
um texto que nos propõe reflectir a cada frase.
abraço
Muito obrigado e é um pouco seu estilo, com o que vi lá na Teoria dos Calha...
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