A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
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Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

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segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O conflito israelo-palestiniano – uma reflexão lusófona

“As meninas e as bombas.



Esta imagem tem vários elementos "chocantes", mesmo tendo em conta a anestesia que os media provocam na nossa atitude de base perante o sofrimento das vítimas da guerra, banalizado pelas imagens e pelas notícias que repetem à saciedade o horror que a humanidade espalha pelo mundo.
Duas meninas israelitas escrevem mensagens em bombas prestes a serem largadas sobre o Líbano. A sua força destruidora a esta altura já dizimou vidas entre a população civil libaneza, não fazendo distinção de crianças, mulheres, idosos, guerrilheiros, homens, todos eles como nós!, como também são como nós as meninas que escrevem nas bombas. A nossa humanidade está profundamente envolvida no acto de escrever em bombas, e muito especialmente por se tratar de crianças que vêm ao mundo, e nele se mantêm enquanto as deixamos, sob o signo da inocência.
Ora, se estas crianças são como nós, também é verdade que nós somos como elas, embora a consciência disso nem sempre seja muito clara. E elas não estarão a fazer aquilo por sua iniciativa, pois alguém as conduziu a um local altamento vigiado e controlado por militares e lhes deu acesso às bombas e lhes apresentou como louvável o acto de escrever mensagens naquelas bombas. Há,portanto, uma sociedade inteira envolvida nos mecanismos da lógica de ódio e perversão da humanidade, a ponto de tornar natural vários actos contrários ao que seria natural, pois o que é natural é que os homens se esforcem por alimentar o amor e todos os comportamentos envolvidos na sua expansão.

Levar crianças a um local onde se prepara a guerra e fazê-las participar intimamente na guerra, tornando-a acessível ao seu imaginário e às suas emoções, talvez até no âmbito duma visita de estudo, mas não sei qual seria o caso retratado na foto, é um acto absolutamente contrário ao que deve ser a educação das crianças.

Mas não se pense que é só naquele caso e naquela sociedade que se promovem actos deste tipo, contrários ao que deve ser a educação. Mesmo entre nós estes actos são praticados sem problemas, com toda a naturalidade. A escola, só por si, pela forma como está estruturada, fomenta a destruição da humanidade inocente, ao impor às crianças modos de estar padronizados e enformados por concepções do mundo demasiado rígidas e, em quase todos os casos, insuficientementemente elucidados por uma reflexão integradora e clarificante.

A civilização ocidental foi-se gradualmente estruturando em torno de um conjunto de linhas de força que acabaram por erigir o mundo em que hoje vivemos.

A forma como nós nos vemos, em confronto com o mundo, com os outros homens, com a Natureza, depende dum conjunto de mecanismos profundamente enraizados no nosso psiquismo, que tornam a nossa mente num cárcere e destroem todas as possibilidades de vivermos em alegria. Vivemos ao sabor dos ditames erráticos e destrutivos do Ego. O "penso, logo existo", saído da fantasmagoria cartesiana, tornou-se progressivamente o fundamento de toda a actividade consciente dos seres humanos do ocidente, ou profundamente inflenciados pela civilização ocidental.

Estas bombas que nos chocam simbolizam a nossa atitude de base em relação aos outros: o confronto, o ataque, a agressividade...

Consideramos à partida que a nossa afirmação, em todas as áreas da nossa vida, passa por um ataque da posição dos outros, um ataque defensivo, como se o nosso ego estivesse constantemente em risco de perder o seu lugar ao sol. Mesmo que saibamos que a energia incomensurável do sol chega para todos e para cada um, achamos que o quinhão que nos cabe tem mais brilho e calor se os outros se virem privados da mesma parcela de luz solar. E se vemos que outros têm mais luz, parece-nos que a nossa parcela se torna insuficiente...
Por isso parece-nos mais fácil atacar do que aceitar as coisas como são na realidade.
Na verdade nunca olhamos os outros como a melhor parte do que somos, desde muito condicionamo-nos a encarar a vida como um sistema de trocas: dou-te atenção e tu retribuis, dando-me assim uma prova de vida e de valor.

Mas também é chato pensarmos que temos que ser compassivos com todos os seres humanos, mesmo com aqueles que estão do lado de lá da fronteira a apertar um cinto de explosivos. Não serão eles seres humanos também? Eles estão a preparar-se para nos fazer explodir e dão a vida na execução desse acto. Essa é a prova que todos perdem quando o ódio se torna mais forte que o amor, quando a vida é encarada como uma ocasião para fazermos vingar as nossas teimosias, os nossos ódios, as nossas frustrações.

Também é claro, claro como a água, que nós aqui neste rebordo ocidental da Europa, vivemos num contexto diferente do das crianças da fotografia. Isso é verdade, trata-se dum contexto diferente, as nossas circunstâncias são diferentes, por isso as formas como não vivemos o amor e a compaixão são diversas, muitas vezes não exteriorizadas. Mas vivemos para cá da cortina de ferro com que a Europa da abundância se está a blindar contra a entrada de imigrantes vindos de zonas-problema e pouco estimadas do globo. Diariamente morrem pessoas a tentar atravessar desertos, extensões de água, muros de arame farpado, morrem afogadas, de exaustão, de fome, frio e sede, quase todas elas vítimas de redes mafiosas que lhes prometem o paraíso para lá duma viagem plena de riscos e sem os confortos que de barato damos ao gado.
Muitas guerras do Líbano, diariamente, sem o ribombar das bombas e a demência alada dos aviões de combate, sem os holofotes dos media, só com a nossa indiferença em relação ao sofrimento alheio.

E não precisamos do cinto de explosivos e da sujidade dos atentados. A indiferença mata com igual exactidão.

Por outro lado aceitamos com toda a naturalidade que os governos do lado de cá da cortina de ferro ponham em causa os direitos sociais, conquistados ao longo de mais de dois séculos de luta, em nome dum economicismo amoral e desumano que enche os cofres das multinacionais e das empresas que se dedicam à usura e à especulação selvagem.

O desmantelamento do Estado social, aliado ao uso totalitário dos sistemas democráticos, cada vez mais esvaziados de densidade político-moral, para a estruturação de projectos de poder mais relacionados com o vedetismo imediatista dos líderes políticos do que com o bem público, trará no próximo futuro um refinamento da indiferença individual e pública. Ver-nos-emos cada vez mais mergulhados numa sociedade do consumo e da fruição, onde ser fraco, doente, velho, deficiente, inconformista... será visto como um escândalo insuportável, como uma contrariedade que há que descartar a todo o custo.

Todas as bombas do ódio, da indiferença e do adormecimento, ou embotamento, moral explodirão. E tal como as meninas da foto descobrirão, mais cedo ou mais tarde, com muita ou pouca consciência, acabaremos por descobrir que nós somos as principais vítimas da nossa indiferença, do nosso ódio, do nosso conformismo hedonista.”

19 de Julho de 2006

Paulo Feitais, alba-azul.

Dois anos e quase seis meses depois deste texto, as televisões mostram-nos o espectáculo da invasão da Faixa de Gaza pelo exército israelita, depois de uma semana de intensos bombardeamentos que ceifaram vidas. Vidas que já foram todas “inocentes”, pelo menos se as olharmos dum ponto de vista impossível – neste mundo em que vivemos cada ponto de vista possível está aberto sobre o sangue, o suor e as lágrimas, e também sobre o esquecimento dum número inapurável de agonias, de martírios e de tragédias. E se tivermos em conta que grande parte desses pontos de vista se encontram enquadrados pela geodesia hiper-real[1]

do mediatismo, televisivo, internético, impresso, onde campeia uma opinião levada ao extremo do infundado e do insustentável duma realidade fenomenicamente apreensível, reduzida a puro fenómeno, sem a densidade do acontecimento e do vivenciável, desentranhada de emoções profundas e de sentimentos axiais, então, aí, ser-nos-á impossível encontrar a bissectriz dessa inocência, o ponto elucidativo, que permita um olhar vigilante e incontroverso sobre isso mesmo que se nos apresenta já sob o influxo do manipulado e forjado, neste mundo funambulário, equilibrado na rede hipertextual da informação sem uma orientação onto-gnoseológica capaz de sustentar uma posição ética.

O espaço geográfico, geoestratégico, geopolítico, em que se desenrola o conflito de que assistimos agora a um dos seus episódios, talvez mais inconsequentes, posto que, para além das vidas que se perdem nesse gueto de perdição e sem-remédio que é a Faixa de Gaza (para não falar da, por agora, aparentemente mais domesticada, Cisjordânia), o conflito a que se assiste desde antes da formação do Estado de Israel agudiza-se sempre de forma larvar e as suas mais decisivas instâncias afirmam-se, afundam-se na carne dos povos encarniçados na luta, aquém do raio de influência das deflagrações e dos ultrajes.

Como vemos na imagem acima, é desde o berço que se incute o ódio e a cultura da violência (Cá e “lá”, é preciso que se note). Isso também é válido para os povos na sua concatenação sociopolítica: o Estado de Israel foi erigido com base na astúcia, na depredação cultural, feita à base da fixação de colonatos que corrompiam o tecido social envolvente, miserável e incapaz de resistir ao poder do dinheiro e ao medo do que se lhe seguiria em caso de recusa. Mas também fica tributário duma invenção que hoje tomou de assalto o imaginário político planetário: o terrorismo. Os avanços sionistas numa terra prometida, agora já sem a ajuda providencial e o arrojo táctico de Josué (esse Odisseu judaico, perito na manha e capaz de mandar parar o Sol, note-se que esse acto ajudou a tramar o pobre Galileu, incapaz de contra-argumentar e, graças a isso, acossado nos calabouços da Inquisição, lá resolveu abjurar), devem muito a essa invenção, forjada para substituir a vociferação dum instituinte divino, garante, em última análise, dos direitos do “povo eleito”. E é claro que é uma invenção, ab utero, da autoria dos dois povos gémeos. E não é de estranhar que os espectadores mais envolvidos no desenrolar do drama sempre esperaram que um dos gémeos sufocasse o outro nesse útero convulsivo, resolvendo os problemas que o seu mútuo engendramento traz a tordo e a direito, dentro e fora do chamado “mundo árabe”.

E se os Estados Unidos são o principal, e tradicional, aliado de Israel, para além das razões internas e económicas, isso deve-se, igualmente, à questão, nunca negligenciável, da fundação da soberania do Estado: aí caímos no domínio do mito. Os Estados Unidos da América, fundados sem o opróbrio do regicídio, vivem o mito dos “founding fathers”: não foi no parricídio, ao contrário do que se verá na Revolução Francesa, que se fundou o primeiro acto de autêntica soberania, mas numa refundação da História que terá permitido à América ser um novo começo para a humanidade, agora resgatada da maldição caínica[2]. O Caim usurpador, foi escorraçado para Leste do Paraíso, para continuar a sua existência nessa Geena histórica chamada Europa, nos dias de hoje a tentar emular um federalismo que tem pouco de verdadeiramente federal. Daí a tendência isolacionista que marca os grandes momentos de viragem política na América que se revela, de forma bem evidente, na forma como a política externa americana, nas duas guerras mundiais, soube escolher a sua entrada em cena no teatro de operações.

É esse mito da refundação da história que serve de fundamento ao arquétipo da América encarada como Terra da Promissão que arrebata o inconsciente colectivo europeu e atrai, para esse território a colonizar, ondas sucessivas de emigrantes que ajudam a diversificar a paleta humana desse país que endeusou os tripulantes do Mayflouer, e permitiu que dos seus descendentes resultasse uma aristocracia não maculada pelo pecado da usurpação monárquica. Mas é óbvio que os escravos não contam na aritmética dessa demografia angelológica. E aí entramos nos esconsos da História. Mas os mais crédulos que se desenganem, não é daí que emerge Obama e a sua imagem que se transformou num significante ubíquo, capaz de agregar as principais manchas de deserdados do sonho americano, esse mote do imaginário político em que se sustentou o racismo de estado e que, analisado bem de perto, sempre foi assombrado pelo complexo do Feiticeiro de Oz, essa narrativa que funciona no imaginário colectivo americano como anti-mito que, por qualquer paralaxe da História, se pode, ao fim de contas, revelar o verdadeiro mito fundador.

Ora, a criação do Estado de Israel, para o imaginário mítico americano só pode significar uma de duas coisas: estão prestes a realizar-se as profecias do Livro do Apocalipse, e aí a América deve colocar-se do lado das forças do Bem que, no maniqueísmo geoestratégico, significa Israel; Israel é um bastião de onde emergirá uma nova ordem mundial, sob os desígnios duma nova Teodiceia do Capital. Nesse caso o petróleo e a sua exploração têm muito que se lhe diga. O povo palestiniano nasce, precisamente, do jogo quase geomântico que levou às partições territoriais naquela parte do mundo pela mão das grandes potências de então, com Lawrences da Arábia à mistura. Aqueles que hoje em dia se designam como palestinianos são, precisamente, os deserdados dessa partilha dos territórios implantados no que agora é o sustentáculo da economia mundial. Calhou-lhes essa encruzilhada bíblica da “Terra Santa”. Azar.

Ora, a segunda hipótese geoestratégica pode, em certos sistemas de pensamento diplomático, ser solidária da primeira: Ronald Reagan viveu, mesmo antes de ser acometido de Alzheimer, a sua presidência convencido de que o toque das trombetas já se fazia ouvir. E a sua política externa derivava desse delírio que, destilado na cachimónia da nova direita americana mais versada em messianismo que em lógica enxuta, estribou a cruzada de George Bush contra o Eixo do Mal. Pântanos estratégicos à parte, o do Afeganistão, o do Iraque e, também, o do Irão, essa Cuba islâmica, verdadeiramente klingónica e irreprimível produtora de investiduras satânicas contra as forças do Bem, agora que a pseudocracia socrática conseguiu converter o Coronel Kadafi à nova religião do “tá-se-bem-pá!” ( e cá está a lusofonia implicada na coisa), é só esperar para ver, em directo de preferência…

E isto continuará…






[1] Afinco-me aqui à terminologia de Jean Braudrillard.

[2] É esta convicção que está na origem da teoria da justiça de Rawls e dá credibilidade a princípios como o do “véu da ignorância” que, sem essa aura mítica a contextualizá-los, seriam menos que risíveis.

4 comentários:

Paulo Borges disse...

Ainda bem, Paulo, que vens trazer uma visão lusófona dos grandes problemas do mundo, redimindo-nos do "orgulhosamente sós", a contemplar o próprio umbigo, em que por vezes parece que este blogue anda. Sugiro outra reflexão, nesta perspectiva, sobre os acontecimentos recentes da Grécia e sobre a questão ou não de um novo Maio de 68. Que em nome da Lusofonia não nos separemos da Europa e do mundo!

Paulo Feitais disse...

Estou a pensar na Grécia porque penso que mais "revoltas" se lhe seguirão. Mas não é um novo Maio de 68, as "esquerdas-caviar" não gostam dessas altercações e o "romantismo" da poesia em acção não se coaduna com a vida adolescente formatada nos compounds sociais que aniquilaram a Cidade, agora a-política, verdadeira anti-Cidade. A Europa-hipermercado vai colher muitas tempestades nos próximos tempos, a França não sossegou o monstro suburbano, Espanha quebrará a bolha do auto-comprazimento (mais para exportação pacóvia, a Áustria e a Alemanha...
Quanto ao portugalório (gosto desta expressão do Antero), vai-se entretendo com as fanfarronices socrático-cavaquentes... Até ver! ;)

Renato Epifânio disse...

Caro Paulo

Desculpa não ficar pelo mero elogio, mas tenho algumas reservas ao teu artigo:
1. Na criação de Israel, não referes o facto mais relevante: o Holocausto. Se este não tivesse ocorrido, o Estado de Israel não teria nascido.
2. Daqui deriva também a má-consciência europeia (não só alemã)em relação a Israel (que Israel explora muito bem).
3. Quanto aos Estados Unidos, a história dá muitas voltas. Sabes quem era, ao princípio, o principal aliado de Israel? A "saudosa" URSS...

Quanto ao resto, concordo em geral, ainda que reste sempre a questão "leninista": face ao estado a que se chegou, e não se podendo voltar atrás na História, que fazer?

dmh disse...

Um comentario importante e chocante vendo como a escritura pode ser banalizado, sabendo que uma das piores formas do mal e nada mais do que o banal.

Ao mesmo tempo precisamos repensar
"a utilidade e inconvenientes da história para a vida" porque hoje parece que a historia serve mais para a morte do que para a vida.

A historia nunca é mera desculpa, é um meio de entender (hermeneutica)
perdoar e repassar...