Tenho o prazer de vos convidar para o lançamento do meu livro O Jogo do Mundo. Ensaios sobre Teixeira de Pascoaes e Fernando Pessoa, apresentado pelo romancista e ensaísta Miguel Real, na próxima 2ªfeira, dia 26, pelas 18.30 h, na Buchholz Chiado, no Largo Rafael Bordalo Pinheiro, nº30 (ao Chiado). Sendo dia de eclipse solar, seja também dia de não-eclipse do nosso encontro com o Jogo do Mundo e com a profundidade da nossa cultura poético-filosófica.
Abraços
"Reunimos neste livro seis estudos e ensaios sobre alguns dos temas mais singulares do pensamento de Teixeira de Pascoaes e FernandoPessoa, que visam mostrar toda a sua riqueza filosófica, em fecundo diálogo com a multiforme tradição planetária, de Ocidente a Oriente. O que de maravilhoso e inquietante a sua convergente visão metafísica nos diz é que todos os seres e fenómenos são a metamorfose contínua deum inefável fundo indiferenciado que neles se encobre e re-vela. Pode assim falar-se de um jogo ou i-lusão, palavra que à mesma noção etimológica de jogo acrescenta a ideia de algo que não aparece ou é percepcionado tal como é. Daí a metáfora de um carnavalesco baile de máscaras, como em Pascoaes, ou de uma multiplicação heteronímica, como em Pessoa, para falar da constituição da realidade e do universo enquanto ambígua manifestação daquele fundo sem fundo. No plano do sujeito, a heteronímia – literariamente assumida por Pessoa e implícita em Pascoaes – convoca-o ao constante auto-imaginar-se na e a partir da indeterminação primordial. Essa a grande aventura de toda a consciência livre e desperta que, desencobrindo-se Ninguém, pode por isso mesmo reconhecer-se Todo o Mundo, acedendo aí, simultaneamente, à experiência mais funda e singular de si mesma. Deste modo se desvela a muito significativa convergência de duas figuras maiores da cultura portuguesa e lusófona cuja relação permanece mais conhecida pela sua divergência pessoal e pelo contraste entre as correntes, movimentos e revistas literárias de que foram as personagens centrais: o movimento da Renascença Portuguesa, o saudosismo e A Águia, no que respeita a Pascoaes, e o modernismo, comas suas várias ramificações, bem como a revista Orpheu e outras, no que se refere a Pessoa. O seu contributo para o património da visão-experiência da profundidade da Vida e das nossas mais insuspeitadas potencialidades surge como um precioso interlocutor do nosso despertar pessoal e colectivo, em busca da urgente prática de um paradigma alternativo ao ofuscamento global da inteligência e da sensibilidade que parece abater-se sobre o mundo"
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