A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

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terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Boas Tardes

Muitas vezes torna-se difícil abordar certos temas. A sociedade moderna não coloca entraves ao debate de qualquer que seja o tema, pois há liberdade de expressão, de crença e nenhum tema é tabu.
Mas não haver entraves a um debate não é o mesmo a criar o ambiente necessário a que estes possam decorrer de um modo saudável. É bem verdade que para poder haver um avanço no entendimento dos homens, principalmente sobre si próprios e sobre os outros, muitas das vezes isso terá de passar por um debate, mas com regras.
A principal, mas a mais esquecida é a contextualização. Antes do debate sobre um tema se iniciar deveria haver absoluta certeza que todos os participantes concordavam sobre o valor do símbolo/tema em questão.

Um símbolo passa por ser um sentimento intimo de uma pessoa, que ao se aproximar de um arquétipo pode então tomar a forma de um símbolo, e assim, com as roupagens de uma palavra ser expresso por escrito ou oralmente.

Um doloroso exemplo, de como por vezes aquela que deveria ser a principal regra de contextualização falha nos inúmeros debates e discussões em torno do conceito de Deus. Para uns é inefável, para outros um homem de barbas brancas, para outros nem sequer existe, e mesmo assim estes e outros lançam-se em discussões infrutíferas, condenadas a falhar à partida, apenas porque usam a mesma palavra para conceitos e ideias diferentes?
O assentar de uma linguagem clara e precisa é essencial para o desenvolvimento do homem e do seu relacionamento com os outros.
Mas os problemas por vezes surgem aqui neste ponto. Um grupo, ao se reunir e ao clarificar termos e conceitos entre si pode cair, sem se aperceber, ou até propositadamente, no caminho de criar a sua própria linguagem dentro da sociedade, formando assim as bases para uma sociedade dentro de outra (como o caso de sociedades secretas) tornado por vezes o seu discurso para a população geral semi ininteligível. Um exemplo é a comunidade científica, com termos bastante bem assentes e delineados entre si, e com “termos para leigos” para fora.

Zelosamente as pessoas começam a guardar os seus conceitos, sonhos e ideias para si sem os exprimir em palavras, sem os pensar sequer em palavras, sem lhes dar uma forma. Claro que assim evita contamina parte de si, o seu fruto aproximando-o de um símbolo, de uma palavra já por si carregada de simbolismo por outros, e que este, o seu autor, provavelmente desconhece. E deste modo começa a surgir um novo modo de incapacidade de expressão, de iliteracia mental.
Sempre houve medo de se falar livremente, mas agora há medo de usar as palavras “erradas”.
O pós-modernismo trouxe muitos males com eles, um bem grande foi a democracia ao conhecimento (como o wikipedia pode mostrar). Todas as pessoas são iguais, todas as opiniões devem ser respeitadas. Então se alguém diz que o baço é uma espécie de gastrópode planador da floresta boreal porque viu um, como pode alguém dizer que isso é ou está errado? Como o pode fazer sem ir contra as grandes conquistas da liberdade dos tempos modernos?

E no seio dos debates públicos, certos conceitos menos saudáveis são presos a palavras que dificilmente poderão ser usadas livremente em público. Muitas palavras tornam-se em bodes expiatório, pois estiveram a certo ponto associados a certos símbolos, que também eles estiveram em contacto com algo no momento considerado causador de todos os males. Certas palavras então passam a ser usadas à boca cheia por uns, e em apenas sussurros por outros (com vergonha dos primeiros muitas das vezes), palavras como raça e pátria (palavras que dificilmente escreveria assim, em seco, não fosse este blog uma parte da Nova Águia, e como tal, contextualizado na obra de Teixeira de Pascoaes).
Nenhuma palavra, conceito, tema está fora da discussão pública, excepto… excepto termos genéricos, e esses sim Dogma como Socialismo, Liberdade e Democracia. Não estou de modo algum a tecer julgamento sobre estas palavras. A necessidade que senti imediatamente em afirmar a minha posição demonstra o poder destas palavras. Têm um poder imenso sobre todos, pois são palavras… ocas, no sentido de como um vaso é oco para poder ter algo dentro de si. Estes termos são o receptáculo dos sonhos e dos desejos dos povos modernos. São palavras fortes, usadas vezes e vezes seguidas sem nunca serem clarificadas. Quanto mais vagas forem mais poder têm, maior podem ser, mais desejos e anseios diferentes podem reter em si. Erguendo-as bem alto muda-se o mundo, e de certo modo são como deuses com a sua casta de sacerdotes, os únicos capazes de interpretar as palavras e de fazer na terra a sua vontade.
E assim estas palavras sagradas têm de ser mantidas sobre um veio de misticismo, não vão elas seguir o caminho de outras tantas, que de tanto serem usadas, faladas e debatidas acabaram por ver o seu significado, o seu símbolo, estripado de si.

Contextualização. Antes de uma conversa/debate poder decorrer os termos e as palavras têm de estar condignamente clarificadas. Já na entrevista entre Agostinho da Silva e Miguel Esteves Cardoso no programa Conversas Vadias, a muitas das perguntas deste último Agostinho da Silva apenas perguntava o que é que este entendia pelos termos que usava para o questionar.

E com um problema idêntico me encontro agora aqui. Este blog apoia a diversidade, tal como eu. Mas temo que as palavras que uso sejam mal interpretadas. Umas pessoas acreditam numa coisa, outras noutra, mas usam a mesma palavra para ambas, pensando que é uma só. Por vezes é o oposto, para a mesma coisa pessoas diferentes usam palavras diferentes, e recusam-se a aceitar a palavra do outro como sinónimo…
De qualquer modo, boas tardes.

1 comentário:

Renato Epifânio disse...

Boa reflexão. As palavras, de facto, estão cada vez mais ocas. Urge reenchê-las...de vida!

Abraço MIL