A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Trans-Pátria - Porque não somos um partido político?

“PORQUE NÃO SOMOS UM PARTIDO POLÍTICO

Sendo nosso intento contribuir para que se renove completamente a política portuguesa, porque não somos um partido político? Não seria essa a maneira mais directa e eficaz de exercer uma influência positiva sobre a sociedade portuguesa? Recuaremos nós perante as responsabilidades e as fadigas da acção política, quando acima de tudo pregamos a necessidade da acção, previamente esclarecida pela inteligência?
Esta pergunta, que possivelmente foi formulada por alguns dos nossos leitores, requer uma resposta categórica; e por isso este artigo.
Não somos, em primeiro lugar, um partido político, porque a nossa acção não pretende limitar-se à simples esfera política. Para além dela vemos toda a vida da nação nas suas actividades essenciais; e à renovação dessas actividades nos consagramos. É preciso que, duma vez para sempre, se deixe de ver no político o bode expiatório de todas as desgraças nacionais. É em todas as modalidades da vida portuguesa que devemos encontrar o vírus profundo da nossa degeneração. Cada um de nós, no círculo das suas actividades próprias (quer sejamos empregados públicos, professores, militares, industriais ou agricultores), tem manifestado essa mesma ausência de capacidade criadora e de subordinação aos interesses gerais que tão de boamente assacamos aos nossos políticos. Simples órgãos de correlação, os políticos não podem elevar-se acima das condições gerais da actividade e da mentalidade nacional. Simples função de correlação, a função política não pode ser a única que haja a modificar e corrigir. Há, pois, que agir sobre todos os tecidos do corpo colectivo, que modificar todas as funções desse corpo. E sobretudo que modificar aquele organismo que está destinado a exercer sobre todos os outros uma acção directiva: numa palavra, que reformar a estrutura espiritual, a forma da mentalidade do escol português, tão certo é que têm sido os vícios mentais dos portugueses os seus piores inimigos.
A nossa empresa é, pois, cumpre vê-lo a toda a luz, extremamente ambiciosa. Não podemos ser um simples partido político, porque a nossa missão social excede o campo de acção de todo o partido político.
Mas há mais. Por maior que sejam o desinteresse e a boa-vontade das pessoas que se resolvam a constituir-se em partido político, a verdade é que dentro em breve à consideração inicial dos interesses colectivos se junta e sobrepõe a dos interesses partidários. Forma-se uma nova psicologia, uma nova moral, deveres para com o partido e o grupo, em conjunção algumas vezes, muitas outras em oposição aos deveres para com o País. Outra palavra soará, mais tarde ou mais cedo, além da dos supremos interesses colectivos: falar-se-á então dos interesses de tal partido em oposição com tal outro. E assim se explica, dentro desta psicologia e desta moral gregária, como homens da mais perfeita isenção e dignidade intelectual toleram, dentro dos partidos, os maiores agravos à dignidade e às conveniências nacionais. O espírito de partido cria interesses próprios de partido, e exerce sobre toda a actividade mental uma acção perturbadora. E no que vai dito considera-se apenas a melhor hipótese possível: a hipótese, puramente teórica e verbal, de o partido se não engrossar com a malta dos pescadores de todas as águas, que fariam do movimento apenas mais um anzol para pescar na vasa podre do País o peixe dourado das suas ambições. O mais belo movimento de salvação nacional arriscar-se-ia assim a ser pervertido e falsificado pela massa ignata [sic; ignara?] dos sectários, não tardando a ser reduzidos ao silêncio e a ser sacrificados os apóstolos da salvação.
Estou a ver uma objecção aflorar aos lábios do leitor: «O que diz dos partidos políticos não se pode aplicar de pleno direito a todo e qualquer grupo? Não se sobreporão em nenhum caso os interesses do vosso grupo aos interesses do País?»
Mas não querendo nós, em caso algum, deter, como grupo, a governança da nação, quando e como podiam os interesses do nosso grupo colidir com os interesses gerais do País? A minha sinceridade intelectual obriga-me a responder que tal caso era possível. Seria possível, por exemplo, que o estabilismo mental, que o amor às nossas ideias, nos levasse a defendê-las tão afincadamente que a nossa propaganda resistisse à demonstração da sua falsidade ou da sua inconveniência. Esta e muitas outras hipóteses são absolutamente plausíveis quando não abandonamos o campo das simples possibilidades lógicas.
Temos, pois, que um grupo como o que constituímos na Seara Nova pode, em princípio, ser levado à defesa de ideias, de homens e de processos políticos que estejam em conflito com os interesses da nação. O que não se pode, porém, deixar de reconhecer é que as possibilidades desse facto estão aqui reduzidas a um mínimo que não se encontra realizado nos partidos políticos. Um grupo não partidário vale o que valem os seus homens; um partido político, pelo contrário, cria vícios e defeitos próprios. Cremos, pois, ter demonstrado que, dado um mesmo grupo de homens, esse grupo dá mais garantias de desinteresse conservando-se completamente fora de todas as facções do que arrebanhando-se num partido político. A consciência dos interesses nacionais é assim menos refractada que através dum meio puramente partidário.
Mas há mais. A missão que a Seara Nova quer exercer na sociedade portuguesa tem de ser realizada em parte por homens de espírito científico, educados nas disciplinas do pensamento crítico, e por isso fundamentalmente incapazes de se arregimentarem em qualquer facção. Nunca em caso algum esses homens seriam homens de partido. Nunca em caso algum eles poriam, acima das suas convicções, das suas dúvidas ou das suas reservas mentais, qualquer dogma político ou qualquer autoridade partidária.
Mas, mesmo na hipótese de nos resolvermos a constituirmo-nos em partido político, nem por isso deixava de subsistir a necessidade de existir acima dele e de todos os outros partidos um órgão supremo da consciência nacional, em que todos fossem avaliados, comparados e discutidos, e que constituísse, por assim dizer, o tribunal da opinião para que houvesse sempre apelação e agravo.
Ora é este supremo órgão directivo, inspirador e orientador da opinião pública, formado por cabeças e não por espadas, que nós precisamos, antes de mais nada, constituir em Portugal. Enquanto isso se não fizer, o corpo da nação será sem alma e sem vontade, sem rumo e sem destino.
Constituindo-nos em partido político seria novamente errar o caminho — seria frustrar mais uma vez todas as esperanças de renovação nacional.

- Raul Proença, Seara Nova, nº 2, 5-11-1921; in Raul Proença, Antologia, I, prefácio, selecção e notas de António Reis, Lisboa, Ministério da Cultura, 1985, pp.266-269.

Dispensamo-nos para já de mais comentários a este texto impecável e certeiro, que parece vir a talhe de foice para responder a algumas questões que se levantam ao MIL, fruto de um grande e clarividente espírito, injustamente esquecido, mas que, com a Seara Nova, está entre as fontes de inspiração de que a Nova Águia se reclama, tendo sido também destas águas que brotou a clarividência e independência de Agostinho da Silva.

21 comentários:

Rui Martins disse...

"Não podemos ser um simples partido político, porque a nossa missão social excede o campo de acção de todo o partido político."

não poderia estar mais de acordo quanto a este segmento e aos demais deste texto que oportunamente aqui recordas, Paulo.

Não tendo nem os recursos, nem o objetivo (não é isso que consta na declaração de princípios) o MIL não tem condições, nem vocação para uma "ação política" convencional.

Mas seguindo esse mesmo texto tem o direito e o dever moral e histórico de formar opiniões e de procurar alterar o presente estado de coisas.

Viver na cidade, ser consciente e cívico, é ser político. Não ter opinião sobre a gestão da Res Publica, sobre a Democracia e a melhor forma de a exercer não é o Direito de qualquer Homem consciente. É o seu Dever.

Agostinho nunca se coibiu de exprimir frequentes opinões sobre política. Mas alguma vez se recusou a votar ou alguma vez adoptou um "Partido"? (opção espartilhante e sempre castrante)
Não, nunca, mas sempre escreveu e falou sobre política.

O MIL - se quer mesmo dar uma pedrada no charco - não se deve também obstar a exprimir esse tipo de posições, sob pena de se perder na vã especulação filosófica ou na deriva conceptual sobre o Homem e a Sociedade. As quais, sendo essenciais, não se devem esgotar, dado que como dizia Agostinho: "primeiro há que encher a barriga, para depois filosofar".
E "encher a barriga" essa é a primeira missão da Política...

Paulo Borges disse...

Caro Clavis, nem por sombras penses que este texto é dirigido a ti e aos teus muito oportunos e fecundos comentários sobre o pensamento político de Agostinho da Silva! Estou inteiramente de acordo com o que dizes e é isso mesmo que defende Raul Proença. O meu contributo visa antes a reflexão sobre o futuro do MIL e da sua orientação, que continuo a defender que seja supra ou meta-política, enquanto exercício superior da política: não com tiradas truculentas, ataques a pessoas, caceteirismo e provocações gratuitas, como muitas vezes ainda aqui acontece, mas com altura e profundidade espiritual, ética e intelectual. Só desse modo não afastaremos as pessoas que em nós depositam confiança e esperanças e seremos um interlocutor credível das instituições e da opinião pública. Só desse modo estaremos à altura dos nomes que invocamos e sobretudo de Agostinho da Silva, que nunca vi criticar, acusar e hostilizar pessoas para combater ideias.

Dito isto, só noto que, embora compreenda o que queres dizer, afirmares que ""encher a barriga" [...] é a primeira missão da Política" pode ser interpretado como apelar àquilo que a maioria dos nossos políticos parece andar a fazer...

Rui Martins disse...

"O meu contributo visa antes a reflexão sobre o futuro do MIL e da sua orientação, que continuo a defender que seja supra ou meta-política"

> estamos de acordo, então. Essa é precisamente a esfera de ação que defendo para o MIL. Neste momento, com estes recursos e com esta declaração de princípios, pelo menos. Almejar a mais era almejar para mal fazer, e disso já temos de sobra na nossa AR...
> temos é um dever de influência (p.ex. quanto ao aprofundamento da CPLP e da divulgação da União Lusófona) que sendo "político" no mais lato dos termos, é perfeitamente compatível com a nossa declaração de princípios.

"Só desse modo não afastaremos as pessoas que em nós depositam confiança e esperanças e seremos um interlocutor credível das instituições e da opinião pública. Só desse modo estaremos à altura dos nomes que invocamos e sobretudo de Agostinho da Silva, que nunca vi criticar, acusar e hostilizar pessoas para combater ideias."

> Correto. De tudo o que vi ou li de AS, não me recordo de alguma vez ter usado o torpe argumento ad hominem.
> Mas repara como o ritmo e ocorrência dessas "provocações suculentas" diminuiu por aqui, Paulo... Aliás, no seu apogeu eu próprio me coibia de participar na NA, precisamente por causa da "cacetada".

"Dito isto, só noto que, embora compreenda o que queres dizer, afirmares que ""encher a barriga" [...] é a primeira missão da Política" pode ser interpretado como apelar àquilo que a maioria dos nossos políticos parece andar a fazer...
> As palavras não são minhas, mas endosso-as a mil por cento.
> A primeira preocupação de algum movimento que tenha preocupações sociais, culturais e cívicas deve ser a de defender níveis de Humanidade mínimos e nestes, manter a subsistência e padrões alimentares mínimos. Por isso, não devemos excluir o discurso económico do discurso político e neste, o discurso mais "cívico" ou cultural. Todos estão ligados na completitude do Homem e todos são, nele, inseparáveis.

Paulo Borges disse...

Certíssimo. Apenas aproveitei para ironizar um pouco.

AAG News disse...

Eu pelo contrário, acho que o MIL deveria ter uma vertente plítica e tornar-se um partido, talvez o Partido da Pátria.

L+G

Ariana Lusitana disse...

P.P. Partido da Pátria? Já existe a sigla, podem escolher PAPA mas soa mal, porque não Não Partido da Não Pátria e do Quinto Império, depois a sigla pode ficar NPNPQI.

Paulo Borges disse...

Não estará ela já demasiado partida? Entendo a ideia de um partido do Todo, no sentido de um partido do bem comum, mas não seria isso uma contradição, pois implicaria sempre uma visão parcial desse bem comum e o inevitável conflito com outras visões e outras pessoas na inevitável luta pelo poder, destino infeliz de todos os partidos, sobretudo quando lá chegam e mais ainda para o povo que depois os sofre?
Como defende Raul Proença, aquilo de que necessitamos é de um escol supra-partidário, um movimento forte de opinião, de pressão e de intervenção que esteja acima das lutas partidárias e que tenha uma autoridade moral e intelectual inquestionável, que permita influenciar o poder e eventualmente exercê-lo, mas sem ser refém dos compromissos político-partidários. Tarefa heróica, que exige uma maturidade e elevação espiritual que duvido que neste momento existam na matéria humana de que dispomos. Precisamos todos de nos educarmos e formarmos muito mais: falo pelo menos de mim próprio.

Rui Martins disse...

Concordo:

"aquilo de que necessitamos é de um escol supra-partidário, um movimento forte de opinião, de pressão e de intervenção que esteja acima das lutas partidárias e que tenha uma autoridade moral e intelectual inquestionável, que permita influenciar o poder e eventualmente exercê-lo, mas sem ser refém dos compromissos político-partidários."

não temos meios, tempo, nem recursos nem sequer vocação para nos "partidarizarmos". Nunca nesta fase "fundadora", pelo menos.
Mas temos todos estes requisitos para formar e desenvolver o movimento de influência e pressão que já estamos a ser.

E almejar a breve trecho a sermos observadores associados da CPLP, um passo essencial para essa "pressão".

AAG News disse...

Só uma necessidade extrema me levaria a aventar esta possibilidade, mas o estado a que chegou esta "democracia" onde nenhum partido atualmente é representativo sequer da linha ideológica a que deveria pertencer, muito menos ainda é representativo das diversas e múltiplas facetas da nossa Pátria, representando apenas os interesses pessoais dos seus dirigentes, alheios e autistas sobre a realidade, que fingem não ver.
Quando a Pátria periga na sua independência e faz perigar toda um mundo lusófono com ela.
Quando os nossos símbolos são roubados por pseudo-nacionalistas que apenas representam internacionalismos racistas.

Quando isto acontece tem de se criar uma alternativa nacional, senão acontecem os Maios que se apoderam das ideias e as transformam em ditaduras.

L+G

Rui Martins disse...

"Só uma necessidade extrema me levaria a aventar esta possibilidade, mas o estado a que chegou esta "democracia" onde nenhum partido atualmente é representativo sequer da linha ideológica a que deveria pertencer, muito menos ainda é representativo das diversas e múltiplas facetas da nossa Pátria,"
-> O caso recente em que Rangel, líder do grupo parlamentar do PSD foi chamado pela presidente do PSD e foi... caninamente, mostra bem como que manda nele e nos deputados não são os seus eleitores mas uma presidenta da treta, eleita por uma mão cheia de militantes e que a nossa democracia, não passa afinal de partidocracia, onde os deputados não passam de mãos que carregam em botão de "sim", "não" e "abstenho-me". Nada mais.

"Quando a Pátria periga na sua independência e faz perigar toda um mundo lusófono com ela.
Quando os nossos símbolos são roubados por pseudo-nacionalistas que apenas representam internacionalismos racistas."
Quando isto acontece tem de se criar uma alternativa nacional, senão acontecem os Maios que se apoderam das ideias e as transformam em ditaduras."
> compreendo demasiado bem esse sentido de frustação... neste contexto o que se passa na Grécia e aquilo que Soares (figura geralmente desprezível, mas acertada nesta leitura) fez deles e da sua aplicação a Portugal deve ser seguida.
> Há um sentimento de fustração geral em relação ao Estado e ao Governo que pode explodir a qualquer momento e... engrandecer qualquer menor partido extremo... o nazismo chegou num contexto semelhante ao de hoje ao poder, não nos esqueçamos.
> Mas é necessário fermentar, preparar, lançar bases e alicerces. E só depois - talvez - considerar voos mais amplos e mesmo assim, numa aplicação prática da teoria dos "pequenos passos". Penso eu de que...

Renato Epifânio disse...

Apenas umas notas:

- ainda não houve uma revolução, porque estamos na União Europeia;

- noutras circunstâncias, o descrédito do actual regime já teria dado azo a várias;

- quanto ao papel do MIL em tudo isso, isso só o futuro o dirá...

- há alturas em que, contudo, não há altenativa; é preciso sujar as mãos...

Ariana Lusitana disse...

Ou PBNA: Partido do Blogue da Nova Águia.

Ariana Lusitana disse...

Mas o Pôncio.

Ariana Lusitana disse...

E ainda mais esta, porque sou boa pessoa e é quase dia de comer bacalhau e ver pobres na rua com melhores sentimentos: PCP, Partido das Casas e dos Pátios (para não confundir com o outro, não se pronuncia pê cê pê mas sim pé cé pé).

Rui Martins disse...

bem, procuremos antes alargar o espectro do debate - cívico, cultural e político, sem perder nenhum - e depois talvez seja o tempo de nos pormos à caça de nomes mais ou menos jocosos... ;-)

Renato Epifânio disse...

Até porque mais importante do que o nome é a coisa...

Paulo Borges disse...

E o que diz o Raul Proença, as certeiríssimas e tão actuais razões que avança sobre o destino de todos os partidos, alguém comenta?

Agora é claro que algo vai acontecer, no mínimo a rotina do sempre o mesmo e cada vez pior que tem sido dominante na nossa história e na do mundo...

Paulo Borges disse...

Pergunto o que significa "sujar as mãos". E, se se admite sujá-las, como se pode denunciar e ser alternativa aos que agora as sujam?

Renato Epifânio disse...

"Sujar as mãos" é a imagem que, entre outros, o Sartre usa para saltar de cima do muro e tomar partido. Eu, pessoalmente, prefiro falar em sujar os pés...

Coisa que, de resto, o grupo da Seara Nova também fez. Se não o Proença - até porque teve uma vida relativamente breve e acabou "demente" -, pelo menos o Sérgio. Que, entre outras coisas, esteve altamente envolvido na candidatura do Humberto Delgado...

Rui Martins disse...

Penso que refiras a estes segmentos:

"O espírito de partido cria interesses próprios de partido, e exerce sobre toda a actividade mental uma acção perturbadora."

> O castramento de atitudes e pensamento são aliás bem vísiveis no chamamento dado por Ferreira Leite a Rangel, na zanga de Louçã com o "Zé", na acefalia geral dos deputados perante as partidocracias.

"O mais belo movimento de salvação nacional arriscar-se-ia assim a ser pervertido e falsificado pela massa ignata [sic; ignara?] dos sectários, não tardando a ser reduzidos ao silêncio e a ser sacrificados os apóstolos da salvação."

> os sectários andarão sempre por aí, atrás de qualquer Poder... Temos que viver com eles.

"um partido político, pelo contrário, cria vícios e defeitos próprios."
> O seguidismo e a baixa política dos aparelhos, nomeadamente.
> Por isso é tão importante defender que possam haver candidatos independentes às Legislativas... como já sucede hoje com as Autárquicas.

"Nunca em caso algum eles poriam, acima das suas convicções, das suas dúvidas ou das suas reservas mentais, qualquer dogma político ou qualquer autoridade partidária."
> Dogmas... Pode tal haver num pensamento verdadeiramente livre? Qual é o mal de mudar de opinião, se a realidade sobre a qual ela versa também muda? Os dogmas só podem sê-lo em realidades imutáveis e estas simplesmente... não existem.

"Constituindo-nos em partido político seria novamente errar o caminho — seria frustrar mais uma vez todas as esperanças de renovação nacional."

> O que reafirmo para o MIL. Nesta fase. Há que fazer muito trabalho de sapa, para antes pensar nisso. E sem excluir eventuais caminhos futuros, se forem oportunos e consentâneos com as nossas capacidades, virtualidades e princípios.
> Ação Política, pode fazer-se de muitas e mil formas diversas da ação partidária comum...

JSL disse...

"Eles ao poder"

Preparo o futuro partido de todos e de ninguém.

Breve uma ideia para discussão:

www.gov.blogtok.com

Porque nunca sujaremos as mãos para poder acabar com os partidos. vencer com as suas armas está ao nosso alcance. Ideia que merece vir a lume quando amadurecida.

Volto já...