Santo Graal
“Tantas vezes beberei neste cálice
quantas o mundo exigir a minha presença
como espírito de luz e de justiça”
Salomão
O santo Graal perdura na lembrança dos homens, desde tempos imemoriais.
Como Lenda? Conto? História imaginosa e fantástica? Ou realidade?
Dentre os fatos que visam desvendar tão glorioso mistério, destaca-se a DEMANDA DO SANTO GRAAL, promovida pelos cavaleiros da Távola Redonda, depois que os da Mesa Redonda houveram da graça do Santo Graal.
E então será o santo graal misticismo? Ou será realidade inconteste que levou os sagrados Cavaleiros à sua procura?
Mas, encontraram o Santo Graal? Em nenhum lugar está escrito que sim.
A Ciência Iniciática das Idades de tradição Oriental, neste “fim de ciclo apodrecido e gasto” em que a humanidade se debate, segundo as falas de Henrique José de Souza fez morada já no Ocidente, tendo como capital espiritual do mundo São Lourenço, Minas Gerais, desde 28 de setembro de 1921.
E assim é que ainda no dizer de Henrique José de Souza, fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose, é sim o Brasil “o Santuário do Gênero Humano a caminho da sociedade futura”.
Aqui, por ser aonde a Mônada chegou cumprindo o itinerário da marcha da evolução no sentido Oriente Ocidente, Europa América, por representar o valor dos feitos mais recentes, dos povos que falam a língua de Camões, e também, inclusive por ele, é que aqui se plasmará a civilização (mente sã em corpo são),
para vivenciar a fase do amor-sabedoria, base de toda a criação.
O homem harmonizado com as Leis Universais se integrará no Sistema de Evolução Humano-Planetário-Cósmico, trocando a crença pelo SABER.
Só então compreenderá o sublime mistério do Santo Graal e saberá por que o Cristo afastou de si o cálice da amargura o cálice de soma a lua para depois o aceitar já transformado no de Shukra, ou Vênus por este o da Redenção Humana.
Lenda ou não, há uma perfeita correlação física e espiritual na palavra:
GRAL: almofariz, objeto de laboratório onde se fazem misturas.
GRAAL: Taça Sagrada onde são realizadas as mais sublimes misturas espirituais e alquímicas.
A alquimia é a química dos Deuses e os Deuses são os AVATARAS, maiores e menores que de ciclo em ciclo evolutivo Vêem à face da terra determinar os valores e as regras de evolução, relativos ao ciclo, com todas as confluências astrais “mundanais”, humanas, e num cadinho tudo misturado levar avante, até o fim desse ciclo e inicio de outro nesse eterno e cíclico caminhar.
E no fim do “apodrecido e gasto” e já no inicio do novo, de Aquários, o atual que estender-se-á até 3.005, tendo como regras disciplinares e instrumentos de construção a trilogia: Transformação, Superação e Metástase, tendo por base ao homem seguir a Escola, o Teatro, e o Templo.
E assim é que as tradições sempre tiveram o seu cálice.
PURUSHPURA foi durante longo tempo cidade onde repousou o cálice, de Buda, para aí levado logo depois de sua morte, tornando-se objeto de adoração.
Mas lá pelos idos anos 650 de nossa era, teria sido levado para a Pérsia.
Predominava nele a cor negra, a cor da compaixão, tendo também em seu perfil impressa a idéia muito clara de quatro cálices, com o iniciático simbolismo da fusão dos quatro Budas Terrenos, que ao final, em síntese dão origem à Quinta Essência Divina.
O Mental Abstrato, de que os homens farão uso, todavia por cada um que seguindo a Lei o desenvolver, visto que nada lhe será oferecido de graça, nem há tal misericórdia no Cosmo.
Tanto se poderia e ficará mesmo faltando por falar do Graal e da tradição do cálice, que está afinal ligado as todas as tradições, inclusive na vida profana num simples gesto de brindar com uma taça de vinho em momentos de celebração...
E falando em vinho e tradição, nada melhor que citar alguém que a Revista Dharanã - órgão oficial da Sociedade Brasileira de Eubiose - em seu primeiro número expressou o misterioso e grande poeta português Augusto Ferreira Gomes e seu inspirado Quinto Império que entre outros verso maviosos estes:
Ao noturno passado- fé crescente-
Erguendo os olhos em sombras abismados,
E fechando-os de novo marejados
Pelo sinal da névoa ainda ausente,
Todos sentem que a alma em vão dormente,
Cisma com horizontes dilatados;
E vivem a verdade de esperados
Domínios. E assim abstratamente.
Se constrói um império ao pé do mar,
- sentido universal de um só altar
Fundindo-se no céu imenso e aberto...
Gentes! Esperai que deus com sua mão
Desfaça para sempre a cerração
Que envolve há tanto tempo o encoberto...
“Quando dado o sinal, o Império for
E quando o Ocidente ressurgir,
No momento marcado hão-de tinir
Pelos ares as trombetas do Senhor.
Haverá pelos céus só paz e amor.
Um só Cálice de Ouro há-de fulgir
Uma só cruz na terra há-de existir
Sem inspirar receio nem temor
Será a hora estranha da verdade.
E morta a pompa do pagão sentido,
Surgirá, então, a OUTRA IDADE.
Acabará este viver incerto.
Será o Império único e unido,
Quando der sinal o Encoberto!
Bem, para encerrar, além da sublime função de guardar o sangue das Divinas Vítimas, como no caso mais recente: o Sangue colhido por Nicodemos e José de Arimatéia, quando da estocado de Longinos, no peito chagado do Cristo, representa também a luta incessante do ser humano pela conquista do Sétimo Princípio evolucional, ou principio Átmico ou Crístico. Sendo que, ora, vai coletivamente adentrando o quinto: Mental Abstrato ou Quinta Essência, como a meta a ser alcançada no ciclo de Aquários.
Opinião pessoal: O cálice pode muito bem ser também uma época, (tempo) pode ser uma nação (espaço) onde se desenvolve a alma, de um povo; pode ser um movimento, Mil, por exemplo, pode ser mesmo qualquer coisa, que se preste ao cultivo e à expansão de valores e idéias construtivos, e até uma família cuja idéia de lar ou lareira guarda os mais preciosos valores em torno do fogo, aí mantidos e cultivados...
Enfim, fraterno abraço,
um Feliz Natal e Próspero Ano Novo a todos os povos, e aos lusófonos desejo que se desvende o “Encoberto” em todas as formas.
Com meu respeito
Júlio Teixeira
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
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