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(Fotografia de João Luz - www.wophy.com)
Era uma vez na sua vez a Terra dos Porquês. Sociedade simples e perfeitamente organizada.
Porquê era o chefe de estado e Porquê Porquê, o vice.
A hierarquia era simples: quem tivesse menos porquês a perguntar, mais alto subia na ordem do estado.
Porquê Porquê Porquê, era o tesoureiro do reino. Tinha uma única filha, que era Porquê elevada à 69ª, facto que embaraçava o homem do tesouro, pois fosse qual fosse a sociedade, este número era uma espécie de maldição. E nem sequer valia a pena perguntar porquê, na sua vez.
Um dia, aquele que geria as finanças do reino, perguntou à sua primogénita porquê?
Porque é que não fazia um esforço por sair da cepa torta, de ser, por exemplo um 68?
A filha respondeu-lhe que gostava de ser assim. Sem mais nem menos porquês.
O pai foi então pedir uma opinião ao Porquê Porquê Porquê Porquê Porquê, porque não se dava com o Porquê à quarta.
Perguntou-lhe como podia fazer para fazer sair a sua filha do 69ºposto.
Este respondeu literalmente:
- Meta uma cunha!
Sem mais porquês, meteu-se ao caminho. Foi falar com o Porquê Porquê Porquê Porquê, Porquê Porquê.
Este homem elevado à sexta, ponderou a solução, coçou o queixo e gesticulou:
- Sou Ministro do Ambiente, tenho que olhar pelos meus rebentos. Um desgraçado filho meu, teima em cobiçar o lugar, que é no fundo aquele que você, na vez da sua filha, quer destronar…
- Compreendo. - respondeu o tesoureiro da Terra dos Porquês, sem mais nada a perguntar.
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1 comentário:
Só falta um porquê?
Porque é que não colocas também o teu link da casa?
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