A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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terça-feira, 28 de outubro de 2008

Dos Arquétipos do Ideal Português às Instâncias da Realização de Si - VI

Nau

Nau é o que somos quando não presumimos ser alguma coisa. Nau é o corpo e a mente em que navega no oceano do mundo o piloto que não há. Que acreditamos haver quando não o procuramos, mas que, vendo bem, se não encontra na espuma das formas, sensações, percepções, conceitos e consciência que supomos unificar. Porque, como vimos, não há ser mas devir, o sujeito da viagem é a própria viagem, sem sujeito.
E assim a nau se revela o próprio oceano. Só assim, naufragando, afundando e afogando a ideia de sermos idênticos ou diferentes, nos salvamos do andar à deriva e do errarmos sem fim nem encontro, de ilha para ilha, de porto para porto, de ilusão para ilusão, verdadeiro Navio Fantasma, nesse outro e mesmo oceano da nossa inconsciência de o sermos. De sermos Tudo-Nada, Todo o Mundo-Ninguém. Todo o mar em todas as ondas.
Para que a nau seja a própria via é necessário que navegue sem bússola, remos, velas, leme, timão ou quilha. Levada pela ondulação e pelo vento de nada saber nem imaginar, de nada querer nem rejeitar, de a nada ser indiferente. Antes infinitamente sensível. A todas as terras e céus, a todas as paisagens, a todas as vagas, a todos os ventos. A todas as tempestades e bonanças. A todas as direcções e horizontes do não os haver.
Disponível para todo o Mar.