A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Pelo exercício da intolerância

Eu sou carvão!
E tu arrancas-me brutalmente do chão
e fazes-me tua mina, patrão.
Eu sou carvão!
E tu acendes-me, patrão,
para te servir eternamente como força motriz
mas eternamente não, patrão.
Eu sou carvão
e tenho que arder sim;
queimar tudo com a força da minha combustão.
Eu sou carvão;
tenho que arder na exploração
arder até às cinzas da maldição
arder vivo como alcatrão, meu irmão,
até não ser mais a tua mina, patrão.
Eu sou carvão.
Tenho que arder
Queimar tudo com o fogo da minha combustão.
Sim!
Eu sou o teu carvão, patrão.

José Craveirinha
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"Decidimos, pronunciamos, sentenciamos e te declaramos, frade Giordano Bruno, ser herege impenitente, pertinaz e obstinado, e por isto deves incorrer em todas as censuras eclesiásticas e penas dos santos cânones, leis e constituições tanto gerais como particulares que se impõem a tais hereges manifestos, impenitentes, pertinazes e obstinados; e como tal te degradamos verbalmente e declaramos que deverás ser degradado de facto, como ordenamos e mandamos, de todas as ordens eclesiásticas maiores e menores em que hajas sido constituído conforme as disposições dos santos cânones, e deverás ser separado, como te separamos de nosso foro eclesiástico e de nossa santa e imaculada Igreja, de cuja misericórdia tens demonstrado ser indigno; e deverás ser entregue, e te entregamos ao tribunal secular, a Corte del Mons. Governador de Roma, aqui presente para castigar-te com a pena devida, contudo rogando-te ao mesmo tempo eficazmente que digne mitigar o rigor das leis concernentes à pena de tua pessoa, que esteja isenta do perigo da morte ou da mutilação de membros.
Ademais, condenamos, reprovamos e proibimos todos os livros e escritos teus acima mencionados e outros, como heréticos, errôneos e abundantes de muitas heresias e erros, ordenando que daqui em diante todos os que se encontrem agora ou se encontrarem no futuro em mãos do Santo Ofício sejam desfeitos e queimados publicamente na praça de São Pedro, diante da escada, e como tais sejam postos no Índice de livros proibidos, e faça-se como ordenamos.
Assim dizemos, pronunciamos, sentenciamos, declaramos, degradamos, mandamos e ordenamos, excomungamos, entregamos e rezamos, procedendo nisto e no resto de um modo incomparavelmente menos duro que de rigor podemos e devemos."

Roberto Bellarmino, 8 de Fevereiro de 1600.
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A Frátria! O fim da exploração do homem pelo homem e a aceitação plena da humanidade do outro.
Ontologicamente todos os homens devem ser vistos como supremos. Isto à luz duma visão pneumatológica. Mas não é essa a visão dominante.
Na Frátria a tolerância é uma aberração. Ela assenta na aceitação do outro e na escuta da diferença que através dele se profere e se comunica ao mundo. É isso que há de comum a todos os homens, é essa a base da concórdia.
Viver na concórdia é saber que a concordância, vista como uma via que todos têm que trilhar da mesma forma e seguindo os mesmos preceitos, embota o pensamento e limita a fraternidade.
E a fraternidade deve ser vivida sem limites, sem limitações extrínsecas.
O pensamento é a base de qualquer intervenção no mundo. E pensar não deve ser um exercício solitário. Deve ser a afirmação da liberdade mais profunda a que os homens conseguem aceder, a liberdade de verem o outro como capaz de profundeza e de elevação. Capacidade essa que é o facto antropológico por excelência.
Daí que a arte suprema do pensamento seja a excentricidade, o exercício da deriva e da multiplicação de vias, deriva essa que vai ao encontro doutro acto supremo da inteligência: a crítica. A crítica consuma o pensamento expresso, exerce-se como escuta atenta e, muitas vezes, divergente.
Essa a base da autêntica discussão.
O monolitismo e a recusa ao outro do inalienável direito de se expressar é incompreensível. Não podemos esquecer que do outro lado estão seres humanos e se eles demonstram a generosidade de nos tratar como dignos de ouvirmos, devemos aceitar essa elevação. Seja qual for a nossa condição.
Se houver erro no outro, isso não nos torna errados nem errantes, se não o quisermos ser.
Daí a importância da autêntica lusofonia, e exagero aqui, uma vez que a lusofonia é autêntica ou não é uma entrega à luz. A luz do espírito, da racionalidade, da liberdade de pensar, da plena afirmação da humanidade, em nós e nos outros.
Porque ninguém nasceu para ser carvão. Nem Giordano Bruno.

2 comentários:

Clarissa disse...

No final deveria ter escrito, em garrafal: ISTO NÃO SE APLICA APENAS AOS MEUS AMIGOS.

Não quero ser sua aluna e acho-o um professor lamentável e um intelectual anedótico!

Clarissa disse...

Além do mais, imagino que ao aderir a este Blogue se deu ao trabalho de perceber como ele estava organizado, tinha etiquetas, um tipo e tamanho específico de letra, os assuntos eram orientados para a Lusofonia... ora o senhor ignorou e ignora todas estas regras (fundamentais num blogue conjunto).
Dê as suas aulas como entender, mas poupe-nos a esse aborrecimento.
Quanto à sua «frátria», guarde-a para si, somos portugueses, eu sou, e não monges num mosteiro. Estou longe de me achar irmã de alguém só por questões de nacionalidade, as pátrias fazem-se da diversidade e do debate democrático, e Portugal é um mosaico de muitas culturas e povos. Se um dia formos «frátria» só poderá ser pela imposição de uma qualquer tirania! Mas também não somos «mátria», mero conceito poético da Natália Correia, e digo mero, porque não lhe acho nenhuma proposta política e apenas um modo cultural de recordar o papel das mulheres.