A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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terça-feira, 23 de setembro de 2008

O Homem nasce e vive como corpo da sua mente, não como mente do seu corpo

No fundo todo o sentir, e com ele, tudo o que é sentido, que é tudo o que existe efectivamente, é o mesmo... nome: anónimo.
Pensar é criar nomes a partir de uma realidade anónima, atribuindo-os a esta: criando outra. Cegos os olhos de quem acha que entender inteiramente a vida é trocá-la por palavras.

Mensagem: mente agita matéria

O que Pessoa nos quer dizer é que mente e matéria são uma só, viver guiando-nos pela mente isolada não é viver, é imaginar somente - sonhar. A própria mente agita a matéria, mas não é pensando-a, porque isso é separar-se dela como sujeito independente, a própria mente É já a matéria: de Real há só o sentimento, pois é ele que as une - a mensagem escapa-nos de tão evidente que é... O corpo humano é o próprio corpo da nossa mente, a forma que ela toma, pelo que, representa-a de modo objectivo, sem que seja necessário pensamento subjectivo-consciente para que se cumpra o Homem.

O Povo Luso é cantado na "Mensagem", mas o nosso Rei vive adormecido nos poemas de Alberto Caeiro, na nossa Eterna Criança, é Ela que conhece desde sempre o Real sentido do nosso Ser, Português. O que o Rei nos pede é que vivamos a Realidade do Corpo da Alma, da Matéria do Sonho, sem divisões: fundamo-nos no Mar da União de Tudo, só nEle nos reconheceremos, só Ele é infinito, como o Amor que somos. A saudade da Alma Lusa é a de estar unida à sua Origem: ao Corpo, pois só assim se sente, é, vive:

"Acho tão natural que não se pense
Que me ponho a rir às vezes, sozinho,
Não sei bem de quê, mas é de qualquer cousa
Que tem que ver com haver gente que pensa...

Que pensará o meu muro da minha sombra?
Pergunto-me às vezes isto até dar por mim
A perguntar-me cousas...
E então desagrado-me, e incomodo-me
Como se desse por mim com um pé dormente...
Que pensará isto de aquilo?
Nada pensa nada.
Terá a terra consciência das pedras e plantas que tem?
Se ela a tiver, que a tenha...
Que me importa isso a mim?
Se eu pensasse nessas cousas,
Deixaria de ver as árvores e as plantas
E deixava de ver a Terra,
Para ver só os meus pensamentos...
Entristecia e ficava às escuras.
E assim, sem pensar, tenho a Terra e o Céu."
Alberto Caeiro

Deixar de pensar de um dia para o outro será, evidentemente, impossível nos dias que correm, nem isso será o desejável, como Poeta que todo o Homem é, porém, deixar que o pensamento ocorra da forma mais livre e espontânea possível, sabendo-o como permanente acto criador, é o natural modo de se viver, não o confundindo com o mundo das palavras vivas em que vivemos, o fundamental.

Anitónima

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