Nada fica, só esta Língua Portuguesa pela qual falamos e vivemos o Amor se não apaga, sendo Ela o que tudo apaga e renova: Ela é o Mar desta Terra, Ela é o Coração em que vivemos e por que vivemos, Ela somos nós Unidos n'Um só. Não sendo nada, é tudo: não se vendo é por Ela que vemos o Mundo e que nos vemos, não se tocando é por Ela que sentimos, sendo ninguém é a Humanidade inteira, não sendo Mãe nem Filha é a Aliança, não sendo o Pai nem o Filho é o Espírito Santo, não sendo real existe, não estando viva vive. É por Ela que pensamos, sonhamos, é por Ela que a Humanidade se perdeu e se reencontrará. Esta Língua o que é afinal? Esta Voz que se confunde connosco, de que matéria é feita? De onde e como nasce? Como podemos crer tanto que exista e que a somos?
A Nossa Voz é já a Voz de Deus, pois é Ela que nos liga à morte e à vida, ao sonho e à realidade, ao ser e ao estar, à mente e ao corpo, a Deus e ao Homem, ao homem e à mulher. "No princípio era o Verbo": a Língua, o i-dio-ma. "A Pátria é a Língua Portuguesa" porque é Ela a Eterna Aliança da Humanidade.
Cada palavra reproduzida pelo Homem é um reatar da Aliança: rezar, cantar, gritar, é a recriação da Origem do próprio Homem, pois é, literalmente, a partir da palavra que o Homem é criado. Cada vez que o Homem fala é, ele mesmo, Deus Criador, as palavras são Filhos nascidos da mente e do corpo do Homem, do coração e da razão, do Seu sonho com a realidade.
Somos todos, portanto, Deuses esquecidos que o são, criamo-nos a partir da nossa Voz, essa, que nos liga tanto a Si quanto ao Si-lêncio, pois Ela é tanto Um quanto o Outro.
O Homem é Pai e Filho da Língua do Amor, escutemos a Voz (da) Deusa, a Nossa
O Homem caminha para a União com a própria natureza de que é feito: o Verbo. Só o Homem que for capaz de ser Deus, isto é, criar-se através da união de e com tudo, de ler a vida, falar e viver aliando os antagónicos do Universo pertencerá à Nova Era, estará voc-acionado.
Não precisamos de erguer nenhuma religião nova, porque ela já existe desde o início: a Língua Portuguesa. Não precisamos de converter ninguém a falá-la, porque já todos a sabemos. Mesmo os que não a saibam têm a Sua Voz. Por isso, o que lhes-nos falta, é reconhecê-La como a Aliança da humanidade à sua própria divindade. Portugal é Deus porque é, desde sempre, Filho da sua Língua-Mãe, como o Homem é Filho do Seu Verbo, é divino.
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286.
Donde vimos, para onde vamos...
Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)
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quinta-feira, 11 de setembro de 2008
A Língua Portuguesa É o Mar da Terra: é a Aliança entre Deus e Homem
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20 comentários:
Bem vinda, Anita:-)!
Bons olhos te vejam e te leiam.
Deus é "alogos", não fala, cala: leia-se Agostinho da Silva, "Aqui falta saber, engenho e arte".
Persistir neste lusocentrismo, dizer que Portugal é Deus, que a língua portuguesa é a religião universal, a não ser como metáfora - mas então pode-se dizer o mesmo da China e do chinês - , é recair naquilo de que o melhor das tradição portuguesa nos visa libertar.
Uma vivência pessoal não se pode pretender instaurar em verdade universal.
Ana Margarida,
Grata pela cortesia.
Quanto aos olhos, se virem, já não precisam de ler, se só lerem é que dificilmente... vêem.
Paulo,
De acordo. Por isso é que eu disse que a Língua-Voz é tanto o Eu quanto o Outro, o Si, que fala, quanto o seu Silêncio, ao ser o último revelado.
Há-de notar que Portugal é Deus por uma razão que pode ser ajustada a outros países, pois cada um tem a sua Língua, ou uma que adoptaram.
A minha vivência pessoal é para mim universal, pois eu sou o universo em que estou. Já para os outros, cada um terá a sua própria, e é na sua diferença que está a igualdade de todos.
Como antes disse, a Verdade, por ser universal, só pode estar no Todo. Ou seja, terá de incluir a mentira também, estando para lá dela, terá de morar no Silêncio que a tudo gera...
Atenciosamente.
É interessante ver que deixou-se de se saber que é o silêncio que gera a palavra, ficando-nos o silêncio gerado pela palavra... umas vezes por se haver tornado vazia, outras, menos talvez, nos ligar à sua-nossa origem, o mudo Amor.
Aqui estou completamente de acordo com o Paulo Borges. Nesse sentido, dizia eu há auns dias "todo o império é heterónimo"
PS. Em atenção ao conhecimento que tive - apenas por referências feitas pelos administradores do blog, porque a mim ninguém se me dirigiu ou objectou - da existência de "leitores desprevenidos", e tendo bem presente a argumentação do Desidério Murcho - que por ser idiota receio seja popular - passo a escrever "império" com minúscula.
PPS. Sugiro que, no contexto cultural português - que é milenarmente cristão - as referências a "espírito santo" em sentido diverso desse fossem também assim escritas.
PPPS. Paulo, toda a experiência mística (pelo menos na tradição cristã - julgo que o mesmo se dirá do sufismo, pelo menos) é a de ultrapassagem desse Deus "alogos".
Do século XIX europeu - e da sua genérica rabujice para com o catolicismo - herdámos alguma confusão, por isso, entre essa experiência (à qual se aplica com inteira justiça, penso, o seu último parágrafo de comentário) e a utilização da metáfora, o logos poético e o esoterismo (no seu sentido sempre mais ou menos de matriz gnóstica).
Portugal, ou ser português, é coisa que me gosto de perder, de descobrir-lhe o fundo, e então ver que não o há, vê-lo ser nada e tudo. Enquanto usarmos a palavras como cordas que nos prendem e não como laços que nos ligam, qualquer palavra nos trai, qualquer nome nos engana, tudo será mentira de nossa mente.
O "Espírito Santo" usei-o como símbolo de ligação entre duas aparentes oposições... se já há patente para a expressão, peço desculpa. ;) Sem ironia que vise o mero desprezo.
(Desse império ou Império não percebi qual é o código agora em vigor e o porquê. Mas já agora seguia-o também...)
Respeitosamente.
Casimiro, não sei se entendi bem a sua observação acerca da ulptrapassagem na mística do Deus "alogos" (à partida diria que muitas vezes é o contrário, sendo o Deus-logos que é ultrapassado), mas creio que no que se designa como experiência mística, mesmo no contexto cristão e católico, há uma tensão entre um diálogo directo e pessoal com Deus e um acesso unitivo ao abismo silencioso e inefável do absoluto, onde já não é possível sequer falar de "Deus" nem de si, onde não há relação sujeito-objecto nem inter-pessoal. Agora, como sempre acontece, quando se quer falar disso recorre-se, e muito mais criativamente, à metáfora, à poesia e ao discurso, esotérico ou não.
E a questão é sempre a mesma, vemos a Língua separada do Povo que a fala, vemos o Povo que a fala separada da Humanidade.
Bem sei que peco por não separar o inseparável... mas é só o que sabe fazer esta minha mente chã.
Se não visses o povo que a fala separado da humanidade não falavas do povo que a fala... ou pelo menos não falavas tanto... falavas da humanidade!
Pois... acabou de confirmar o que digo.
Para quê falar do Outro, se posso falar de mim falando do Outro?
Para mais, sendo-me a mim e não ao Outro, e afinal, sendo o "mim" o Outro.
Não fales de ti nem do outro: falar é separar. Cala e sê Deus, livre de o seres.
Paulo, fui impreciso, acho: não me referia à ultrapassagem de Deus, mas do que de "alogos" há nele... Não sei se nesse momento de união a "dissolução" é assim recíproca. Mas isto transcende o espaço destes comentários e o tempo meu agora.
De qualquer forma - e também à atenção da Anita:
"E se tratas de averiguar como sejam estas coisas, pergunta-o à graça, e não à doutrina; ao desejo, e não ao entendimento; à oração, e não ao estudo; à esposa, e não ao mestre; à escuridão, e não à claridade; a deus, mas não ao homem; não à luz, mas ao fogo que inflama totalmente e conduz ao Único [...], fogo [...] que experimenta aquele que aprende a dizer " minha alma quis o suplício e os meus ossos a morte". Aquele que ama está morto, e por isso pode ver a deus: porque, sem dúvida, são verdadeiras as palavras "não me verá homem algum sem morrer". Morramos, pois, e penetremos nesta escuridão." (S. Boaventura, Itinerário da Mente para Deus)
A Esposa e o Fogo? O Outro e o Oceano? Tudo equivale a tudo e vice-versa? Que tema para um post, ou para muitos.
Cordiais cumprimentos
:) é isso, o que chama é... a chama desse fogo.
Ana, caso não tenha reparado, muita água apaga o fogo :)
Ou queima-o... Mas o que se quer não é que ele fique apagado... ;P
É que arda o Fogo de Camões.
Camões, sabiamente, amou e cantou os Marinheiros - não o mar.
Sabes? De certa forma, o magarefe também ama o porco.
Oh Casimiro... magarefe e Camões? :P
Quem ele era é lá com ele... quem o adivinho, louco amante, nesse eu me revejo.
Caso de internamento, compulsivo.
Triste.
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