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Donde vimos, para onde vamos...

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terça-feira, 16 de setembro de 2008

Da Crise do Sistema Financeiro e das Moedas e Economias Locais como "vacina" contra a mesma

//www.necn.com)
(Falida in http://www.necn.com)

Nos Estados Unidos já faliram só este ano onze pequenos e médios bancos. A recente tomada de controlo sobre as duas grandes entidades americanas responsáveis pelo credito hipotecário imobiliário que tinham em conjunto créditos no valor de mais de cem biliões de dólares é assim apenas a mais recente tomada de controlo por parte da Administração dos EUA sobre uma entidade financeira. Uma tomada que no caso da Lehman Brothers - um banco de investimentos, não um banco de retalho - não chegou a acontecer... felizmente.

As falências em cascata destas entidades salvadas pelo mecanismo da estatização iriam provocar um verdadeiro terremoto na economia americana e daí - em segundos - ao resto do mundo. Haveria assim uma certa obrigatoriedade desta ação. Milhões de americanos perderiam as suas poupanças e isto em pleno ano de eleições... É claro que se existe então uma garantia implícita ou explicita de que um banco não pode abrir falência e que em caso de dificuldades, o Estado intervém com o dinheiro dos nossos impostos e resgata os gestores e os acionistas que acumularam erros de gestão atrás de erros de gestão, então não é a própria essência do sistema capitalista que esta a ser posta em causa? Haverá Capitalismo onde há sempre o resguardo de uma Estatização em caso de falência?

Esta garantia pode ter estado aliás na raiz dos absurdos e piramidais erros de gestão acumulados por estes gestores desde o crash das "dot com" e premiados por imensamente generosos "prémios" de gestão.

Mas será ético recorrer a capitais públicos - provenientes dos impostos de clientes privados e públicos - para salvar estes bancos da falência? Quando conhecem lucros, dividem-nos entre os seus acionistas e gestores (e infinitamente menos entre os seus funcionários), mas quando começam a conhecer prejuízos apelam ao Estado para que os salve da falência. Caramba, se não correm risco de falir, então que raio de empresas privadas são estas? Isso não tornara estes gestores desleixados e irresponsáveis? Os factos demonstram que sim...

Com o sistema financeiro atual não há mais nada a fazer do que estatizar os bancos em dificuldades. Mas é a partir de agora que se devem começar a impor limites e novas regras que impeçam que daqui a dez ou vinte anos não estejamos a ver novamente o dinheiro dos nossos impostos a ser desviado para estes bancos mal geridos. E quando falo de "nossos", falo com toda a propriedade. No Reino Unido tivemos já este ano a falência do Northen Rock, temos muitos bancos espanhóis em dificuldades com o colapso do imobiliário em Espanha e a banca portuguesa já demonstrou pelos tristes episódios do BCP que está muito isenta dos erros de gestão que os bancos anglo-saxónicos acumularam nos últimos dez anos.

Para impedir novas ocorrências, os bancos centrais tem que abandonar a sua "vigilância esfíngica" e passar a serem muito mais interventivos e fiscalizadores. Não basta fornecer a Vítor Constâncio um ordenado superior ao do presidente do FED ou carros de alta cilindrada renovados todos os anos, temos que lhe dar responsabilidades e meios para fiscalizar e punir atos irresponsáveis logo que estes surgem de forma a limitar ao máximo a necessidade da intervenção de fundos públicos.

Por outro lado, o efeito cascata da falência de Bancos resulta de dois factores fundamentais:

1. O domínio do sistema por um numero cada vez mais reduzido de grandes bancos, alguns com ramificações internacionais e muito influentes politicamente. Pelo efeito da ação dos seus lobbies conseguem paralisar a ação fiscalizadora e a promulgação de novas leis que a reforcem. Pela via da absorção dos pequenos bancos, aumentam a inflexibilidade e reduzem o dinamismo do tecido empresarial bancário. Pela via do domínio de todo o sistema por dois ou três grandes bancos interdependentes levam ao seu colapso total pela falência de um único destes grandes bancos.

2. A moeda única ou a moeda centralizada nos Estados aumenta os riscos de exposição do sistema monetário aos colapsos bancários. Neste sentido, moedas locais, cunhadas regionalmente ou por bancos públicos municipalizados iriam aumentar a resistência do sistema, flexibilizando-o e aumentando a agilidade reativa a uma grande crise financeira. A sujeição de todos os bancos à mesma moeda e aos mesmos fluxos monetários fragiliza o sistema. A existências de varias moedas, locais e de bancos públicos municipalizados e privados de âmbito local mas coligados em associações e alianças de âmbito regional para investimento de grande escala flexibilizaria e blindaria o sistema financeiro contra um colapso em escala a que os bancos centrais tem agora que acorrer com o dinheiro dos nossos impostos.

Recordemo-nos que a defesa das "Economias Locais" é um ponto basilar da declaração de príncipios do MIL:
"VII – Promover a sustentabilidade económica do país, desenvolvendo as economias
locais e respeitando a harmonia ambiental."

2 comentários:

Renato Epifânio disse...

Bem lembrado...
Abraço MIL

Casimiro Ceivães disse...

Caro Clavis, oportuna chamada de atenção para o mundo que a águia anda a sobrevoar.

A falência da Lehman - que já há muito não era um banco de investimento, mas um casino - mudou muita coisa, para o bem e para o mal. Amanhã saberemos o que acontecerá ao AIG, e talvez até ao fim do mês haja notícias europeias.

Tudo isto, em última análise, transcende a "economia" no velho sentido do "governo da casa": este dinheiro que agora se está a esfumar é uma espécie de fantasma autogerado (pela mesma razão, os 100 biliões injectados pelo ECB e pelo FED não são 'dinheiro dos nossos impostos': são mais ectoplasmas, que apenas produzirão inflação).

Isto poderá combater-se com uma política (tenho dúvidas) e com uma filosofia, por curioso que pareça: uma filosofia que prossiga com a crítica da razão mercantil iniciada por Marx e deixada inacabada, ou inaplicada, pela sangrenta história europeia do séc. XX.

Mas de tudo isto se poderá dizer
que em última análise é irrelevante.

Cordiais cumprimentos,

Casimiro