Só o essencial reúne
Visa pois só isso, tudo o resto
Indiferente te é
O que cada um come, no prato ou no quarto
A cor das vestes, da vista, da pele
Indiferente te é
A que deuses reza, com razão ou sem ela
Não fosse ela, igualmente, uma deusa
Indiferente te é
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286.
Donde vimos, para onde vamos...
Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)
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9 comentários:
Certo, mas o essencial é então definir esse "essencial". Porque o que cada um come ou não e os deuses a que reza ou não podem ser manifestações da assunção desse "essencial".
Talvez sim. O ponto, contudo, é que essas manifestações da assunção desse mesmo "essencial" não têm que ser necessariamente coincidentes em todos nós. Por isso, é melhor atender mais ao “princípio” do que à “manifestação”. De outro modo, poderemos cair no grave equívoco de valorizar mais o que nos divide do que aquilo que nos (re)une...
Plenamente de acordo. Mas se o essencial é então o "princípio", a "arché", a fonte de onde procede todo o ser e saber (cf. Aristóteles), somos levados à experiência metafísica e a uma Pátria comum e universal que não pode ser nenhuma das que designamos como tais no espaço e no tempo, as quais apenas manifestam as opções colectivas e condicionadas dessas manifestações mais imediatas do "princípio" que somos todos e cada um de nós. Daí a minha ideia de que a grande plataforma de entendimento e convergência humanos só pode ser trans-patriótica e de que o verdadeiro patriotismo consiste em orientar as nossas pátrias tanto quanto possível nesse sentido. Creio ser essa a ideia implícita no tema do Quinto Império.
Daí também a minha ideia de que o verdadeiro patriotismo só é possível no contexto de uma ética e de uma espiritualidade, que sejam as forças, ou seja, etimologicamente, as "virtudes", que nos elevem acima das nossas particularidades, individuais e nacionais, sacrificando-as ao comum e universal, que se manifesta no homem e em todos os seres pelo desejo, consciente ou não, de se ser feliz.
Esta ética e espiritualidade podem obviamente ser laicas ou religiosas, meditativas ou reflexivas, místicas ou racionais, ou, como prefiro, na linha de Agostinho da Silva, as duas coisas ao mesmo tempo. São indispensáveis, mas a forma que assumam dependerá das inclinações e compreensão de cada um.
Paulo, isso parece-me ir de Lisboa à Ilha dos Amores sem passar pela Índia. Ou ver no Gama, à imagem do Cristo, a figura daquele que viajou em redenção da nossa (de outra forma) impossível viagem.
Não digo que se algum dos marinheiros da Índia (antes dela) vir a Ilha, deva ser impedido de se deitar ao mar. Pode ser complicado se esse marinheiro for o homem do leme ou o capitão que leva a carta e a missão do Rei.
Numa situação semelhante, o astucioso Grego atou-se às terrestríssimas cordas, e realmente ouviu a Voz oceânica.
Não sei se me dirá que agora também a Ilha está descoberta, e que nisso o Gama (e a inquietante Vénus) mudaram definitivamente o mundo. Se assim for, e se todos se lançarem ao mar, ficaremos eu e Baco sossegados na Europa - talvez haja espaço para ambos termos um resto de vida tranquilo :)
Por outro lado, não sei se sigo o Renato na sua passagem do "visa" - que é o alvo - para o "princípio".
De certa forma pode sê-lo: se isso for bem entendido. Ou seja, se refrearmos a tentação de transformar o "sejamos tudo" pessoano no "demos desde já a cada palavra todos os sentidos", que me parece estar invadindo o coração dos colaboradores deste blog.
É a velha história da identificação do Arqueiro com o Alvo. Mas o Arqueiro não terá começado como simples aprendiz, no pó dos campos de treino dos guerreiros?
Renato: a "passagem" a que me referi é - pode não ser claro para todos os leitores - do texto do post para o comentário.
Ao texto propriamente dito, só tenho a dizer que até o essencial pode não reunir - a menos que a Essência diga, finalmente, a Palavra.
Caros Paulo e Casimiro:
Muito há de facto a desenvolver. Remeto-vos para o meu próximo "post".
Abraço MIL
Em todo o caso, para não misturar questões, "resolvo" aqui a questão ética (pelo menos, no que se refere ao que se come). Sim, falo outra vez (pela última vez) da questão do vegetarianismo...
Sei que, no teu caso (como no de outros), ele deriva da forma como tu realizas “a assunção do essencial”. Seja. O ponto é que essa assunção não é extrapolável universavelmente, por muitos argumentos ético-ontológicos que uses. Contra-exemplo: eu considero que a heterossexualidade faz parte da forma como eu realizo a “assunção do essencial”. Mas não faço dela argumento ético-ontológico (ao contrário de muita gente, que dá esse salto, a meu ver igualmente abusivo, até recorrendo à chantagem demográfica: é preciso fazer criancinhas…).
Quanto ao "trans-patriotismo", agora sim, remeto-te para o texto: "Ainda sobre a ideia de Pátria. Com P maiúsculo.".
Mas quem diz que pretendo extrapolar universalmente alguma coisa?
Quanto a ir à Ilha dos Amores sem passar pela Índia, não faço disso um programa colectivo mas individual: efectivamente enterrei definitivamente a minha crença em mediações. Há milénios que a humnanidade investe em meios que só a desviam do fim, que já somos. Já Eckhart dizia: aqueles que procuram vias para chegar a Deus, encontram vias e perdem Deus. Agora para as multidões é necessário encontrar meios, ilusões benéficas, que as preparem para o mais rápido possível se libertarem delas! E não digo mais, porque disto aprendi a não falar em público...
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