A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
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Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

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quinta-feira, 5 de junho de 2008

Vôos Cruzados - no olhar de águia de Krishnamurti

"Porquê continuarmos a viver dessa maneira, nem vivendo nem amando, cheios de medo, cercado de terrores até à morte?

Se formulardes essa pergunta, que fareis? Ela não pode ser respondida pelos que se acham bem estabilizados em seus ideais familiais, suas casas confortáveis, seu dinheirinho, vivendo como pessoas altamente respeitáveis, burguesamente. Quando fazem perguntas, tais pessoas as traduzem em conformidade com suas necessidades individuais de satisfação. Mas, sendo este um problema muito humano, muito comum, um problema que toca a cada um de nós, ricos e pobres, jovens e velhos - porque é que vivemos esta vida tão monótona e sem significação - frequentando um escritório ou trabalhando num laboratório ou fábrica por quarenta anos seguidos, gerando filhos educando-os de maneira absurda e, no fim, morrendo? Acho que deveis fazer esta pergunta com todo o vosso ser, a fim de descobrirdes a resposta. E então se pode fazer a pergunta subsequente: se os entes humanos podem mesmo mudar radicalmente, fundamentalmente, e, assim, olhar o mundo de maneira nova, com olhos diferentes, com um coração novo, não mais repleto de ódio, de antagonismo, de preconceitos raciais; com uma mente perfeitamente clara, dotada de tremenda energia.

Vendo-se tudo isso - as guerras, as absurdas divisões criadas pelas religiões, a separação entre o indivíduo e a comunidade, a família oposta ao resto do mundo, cada (ente humano apegado a seu peculiar ideal, separando-se como "eu" e "vós", "nós e "eles" - vendo-se tudo isso, tanta objectiva como psicologicamente, resta uma única questão, um único problema fundamental, ou seja se na mente humana, tão fortemente condicionada que está, pode mudar não em alguma encarnação futura, não no fim da vida, porém mudar radicalmente agora mesmo, de modo que se torne nova, revigorada, juvenil, inocente, livre de todas as cargas, e saibamos, assim, o que significa amar e viver em paz. Este me parece ser o único problema. Resolvido ele, todos os outros problemas, económicos ou sociais, todos os factores que conduzem à guerra, terminarão e haverá uma diferente estrutura social.

Nossa questão, por conseguinte, é esta, se a mente, o cérebro e o coração são capazes de viver como se fosse pela primeira vez, incontaminados, puros inocentes, sabendo o que significa viver feliz, estaticamente, com profundo amor. Deveis saber que é perigoso ouvir perguntas retóricas; mas esta não é uma pergunta retórica, absolutamente, pois trata-se de nossa vida. não nos interessam palavras nem ideias. Quase todos nós vivemos enredados em palavras, sem jamais percebermos realmente que a palavra nunca é a coisa, a descrição nunca a coisa descrita. E se, nestas reuniões, tratássemos de compreender este profundo problema, ou seja o quanto a mente humana - incluindo, como de facto inclui, o cérebro, a inteligência e o coração - foi condicionada durante séculos pela propaganda, pelo medo e outras influências, poderíamos então perguntar se a mente pode sofrer uma transformação radical, de modo que, em todo o mundo, os homens vivam em paz, com grande amor e extâse, e a "realização" do Imensurável.

Nosso problema é este, se a mente, que está tão carregada de memórias e tradições, pode, sem esforço, sem luta ou conflito, acender, dentro de si mesma, a chama da transformação e queimar todo o lixo de ontem. Feita esta pergunta - que estou certo toda a pessoa reflectida e séria há de fazer - por onde começaremos? Pela alteração do mundo burocrático, da estrutura social, isto é, exteriormente? Ou devemos começar interiormente - psicologicamente? Considerando o mundo externo, com seu saber tecnológico, as maravilhas que o homem tem realizado no campo científico - devemos começar aí, e aí promover uma revolução? Ora, o homem já tentou isso. Já disse que, alterando-se radicalmente as coisas externas, como o fizeram todas as revoluções sangrentas da História, o homem, o ser humano mudará e será feliz. Os comunistas e outros revolucionários têm dito: "Estabeleça-se a ordem externamente, e haverá ordem interior". Dizem eles que a falta de ordem interior é sem importância, pois o importante é termos ordem no mundo exterior - ordem ideológica, uma utopia, por cuja causa já se têm matado milhões de homens.

Comecemos, pois, pelo interior, psicologicamente, isso não significa deixar a actual ordem social permanecer no mesmo estado de confusão e desordem. Mas, existe divisão em interior e exterior? Ou só um único movimento, no qual existem o interior e o exterior, não como duas coisas separadas, porém, simplesmente como movimento? Considero muito importante, para podermos estabelecer não só a comunicação verbal ( empregando palavras que todos compreendemos ), usar também uma outra espécie de comunicação. Visto que vamos examinar as coisas muito profunda e seriamente, deve haver comunicação tanto no plano verbal, como fora do plano verbal. Deve haver comunhão, e isso significa que todos devemos achar-nos profundamente interessados, para olharmos para este problema com com zelo e afeição, com o ardoroso intento de compreende-lo. Assim, é necessária não só a comunicação verbal, mas também uma profunda comunhão, na qual não entra questão de concordar ou discordar. Concordância e discordância são coisas que nunca deverão surgir aqui, visto que não estamos a tratar de ideias, opiniões, conceitos ou ideais; estamos interessados no problema da transformação humana. E, a esse respeito, nem a vossa opinião, nem a minha opinião tem valor nenhum. Se dizeis que é impossível alterar os entes humanos, que são como são há milhares de anos, já fechaste o caminho a vós mesmos, não podeis prosseguir, não podeis investigar e explorar. Ou, se meramente dizeis que é possível, ficareis vivendo num mundo de possibilidades, e não de realidades."


in "O Vôo da Águia", Krishnamurti

2 comentários:

panapunk disse...

La muerte no es el final.

Anónimo disse...

Sim porque temos procurado Deus no exterior, mas se ele está dentro de nós ?